Como os exercícios físicos ajudam na saúde mental?

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Publicado em: 20 de janeiro de 2023

Revisado em: 23 de janeiro de 2023

Entenda porque a atividade física é tão importante para a mente, especialmente no caso de pessoas com transtornos psiquiátricos.

 

Não é segredo para ninguém que a prática regular de exercícios físicos traz uma série de benefícios para o organismo. O hábito de se movimentar aumenta a força física e a disposição, melhora o sono e a saúde cardiovascular, combate o sedentarismo e ajuda a prevenir e tratar diversas doenças.

Mas o que muita gente não sabe é que, além dos benefícios já conhecidos para a saúde física, ele também é um importante aliado da saúde mental. “Hoje em dia, já são inúmeras as pesquisas científicas mostrando que a prática de exercício físico regular impacta a saúde mental positivamente”, afirma a dra. Bruna Campos, psiquiatra pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro. 

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E quais são os benefícios? 

Segundo a médica, a atividade física, além de contribuir para uma maior autoestima e autoeficácia, promove uma mudança biológica no nosso corpo, liberando neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, reduzindo a inflamação e melhorando a resposta imune, entre outros fatores que estão associados a um melhor funcionamento do sistema nervoso central. 

“Também já existem evidências científicas bem robustas sobre o exercício, não apenas na melhora do bem-estar, mas na prevenção e melhora dos sintomas de depressão, ansiedade, transtorno bipolar, etc. Na depressão, por exemplo, tanto o exercício aeróbio quanto o de resistência se mostraram eficazes na redução dos sintomas quando mantidos por 90 minutos semanais. Isso equivaleria a cerca de 30 minutos, três dias na semana”, explica. 

Porém, a médica destaca que a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça que qualquer atividade física é melhor que nenhuma e que pessoas sedentárias já podem experimentar melhoras na saúde mesmo com um volume de exercício físico menor.

Atualmente, a OMS recomenda de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana para todos os adultos e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes. Mas claro, esse é o cenário ideal. Se você é uma pessoa sedentária, comece devagar e vá aumentando o ritmo aos poucos. 

Os exercícios podem, inclusive, ser uma das medidas recomendadas no tratamento de transtornos mentais, que normalmente inclui psicoterapia e/ou uso de medicamentos. “Já temos meta-análises (pesquisas com os mais altos níveis de evidência científica) que mostram que na depressão leve, por exemplo, a prática regular de exercício físico por 30 minutos, três vezes na semana, se mostrou tão efetiva quanto acompanhamento psicológico e uso de alguns remédios, e deve ser incluída como parte do tratamento”, relata a especialista.

        Veja também: Quantas horas de exercício físico devo realizar? | Coluna

 

Prevenção de transtornos mentais

A prática regular de exercícios físicos também pode atuar na prevenção de quadros de ansiedade, depressão e estresse, entre outros.

“Sabemos que pessoas com depressão maior e transtorno bipolar, por exemplo, tendem a ser mais sedentárias do que a população em geral. Pessoas sedentárias têm comprovadamente um risco maior [para a saúde], não apenas de sobrepeso, hipertensão e diabetes, como de transtornos mentais”, explica a psiquiatra. “É consenso que praticar exercícios físicos regularmente é uma forma de prevenir adoecimento mental.” 

        Veja também: Benefícios mentais dos exercícios físicos na infância

 

Importância da rotina

Ter uma rotina equilibrada é algo essencial para pessoas com ansiedade. De acordo com a médica, nosso organismo funciona com ciclos de 24 horas e tem necessidades de curto, médio e longo prazo. 

“Com a vida que levamos atualmente, principalmente nas grandes cidades, é difícil conseguir se manter saudável atendendo a todas as demandas da vida profissional e pessoal sem fazer escolhas conscientes”, afirma. 

Por isso, tente buscar maneiras de organizar melhor o seu dia a dia, sempre que possível separando um tempo para o autocuidado e para hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física. 

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