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Pediatria

Crianças também podem ter infecção urinária

Criança pequena sentada em penico dentro do banheiro.
Publicado em 03/09/2019
Revisado em 22/10/2019

Até bebês e recém-nascidos podem apresentar o problema. Aprenda a identificar os sintomas de infecção urinária em crianças para buscar tratamento.

 

Infecções urinárias, companheiras frequentes de boa parte das mulheres, também são comuns na infância. O mais curioso é que nos três primeiros meses de vida, as crises acometem mais os meninos. Isso ocorre porque eles nascem com a glande (cabeça do pênis) mais coberta pela pele, o que dificulta a sua exposição e facilita a adesão de bactérias.

Após esse período, as meninas passam a ter o problema com mais frequência. Meninos não circuncidados ou que têm fimose costumam sofrer mais com o problema, mas quando o prepúcio retrai (espontaneamente ou é retirado por cirurgia), o risco diminui.

Vale ficar observar, também, as crianças que têm constipação grave, ou seja, dificuldade para evacuar em um período entre 5 e 7 dias, pois há associação entre os dois problemas.

 

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Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a infecção urinária em crianças abaixo de 2 anos está geralmente associada a má-formações do trato urinário (rins, ureteres e/ou bexiga) que podem facilitar a proliferação de bactérias. O refluxo vesicouretral, por exemplo, é uma alteração dos ureteres que facilita o retorno da urina da bexiga para os rins. Esses casos merecem atenção porque a infecção dos rins pode levar a cicatrizes que estão associadas à hipertensão e que comprometem a função desses órgãos, inclusive na fase adulta.

Algumas má-formações são visíveis já nos ultrassons realizados no pré-natal, mas outras, para serem diagnosticadas, necessitam de exames mais específicos.

 

Como identificar a infecção urinária em crianças

 

O diagnóstico da infecção urinária precisa de atenção especial dos pais, principalmente quando se trata de recém-nascidos ou bebês. Nessa fase, muitas vezes eles não apresentam nenhum sintoma aparente além de febre. Às vezes, não se alimentam, ficam mais lentos, vomitam, têm diarreia e urina com odor forte. Por isso, ao notar qualquer desses sintomas, é importante não perder tempo e procurar um pronto-socorro pediátrico.

Em crianças maiores, fique atento a idas constantes ao banheiro e a reclamações de dor e queimação na hora de fazer xixi. Observe, também, a coloração da urina. Se ela estiver amarelo-escura e formando muita espuma, é importante investigar. Quando a infecção afeta os rins, podem surgir também dores nas costas, calafrios e mal-estar geral.

O tratamento é feito com administração de antibióticos por um intervalo de 7 a 14 dias. Recém-nascidos e crianças que estejam com um quadro clínico mais grave recebem o medicamento por injeção ou veia. Dependendo do grau da má-formação que causa a infecção, pode ser necessário cirurgia para corrigir o problema e evitar que outras infecções ocorram no futuro.

 

Como evitar a infecção urinária em bebês

 

Quando for trocar as fraldas do bebê, lembre-se de que as bactérias presentes nas fezes não perdem a oportunidade de entrar no organismo, e a uretra é um dos acessos comuns. Por isso, muita atenção na hora da limpeza: passe o algodão ou lenço umedecido da região genital para o ânus, nunca na direção contrária, para evitar a contaminação.

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