Gengivite e periodontite

A gengivite é uma inflamação da gengiva causada pela placa bacteriana, também chamada de biofilme, uma fina película que adere à superfície dos dentes e deposita-se no sulco gengival.

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Publicado em: 1 de março de 2012

Revisado em: 5 de abril de 2021

A gengivite é uma inflamação da gengiva causada pela placa bacteriana, também chamada de biofilme, uma fina película que adere à superfície dos dentes e deposita-se no sulco gengival.

 

Gengivite é uma inflamação da gengiva que pode comprometer um ou mais dentes. Ela é causada pela placa bacteriana, também chamada de biofilme, uma fina película que adere à superfície dos dentes e deposita-se no sulco gengival (aquele espaço em que o dente encontra a gengiva), quando a higiene da boca não é realizada de forma adequada. No estágio inicial da doença, o osso e o tecido alveolar onde se fixam os dentes não são afetados.

Sem os cuidados necessários, porém, a gengivite pode evoluir para a periodontite, uma forma mais grave da doença que compromete todos os tecidos ao redor do dente (periodonto) que promovem sua sustentação, provoca reabsorção óssea, retração da gengiva e, consequentemente, amolecimento e perda dos dentes.

Nesses casos, a inflamação da gengiva progride e determinadas substâncias presentes na saliva fixam-se na placa bacteriana intensificando o processo inflamatório e criando condições favoráveis para a formação da bolsa periodontal, que afasta a gengiva dos dentes, favorece a contaminação por bactérias e o desenvolvimento de tártaro (cálculo gengival).

A endocardite bacteriana é uma complicação grave  da periodontite. Estudos mostram que as bactérias instaladas nas bolsas periodontais podem disseminar-se na corrente sanguínea, alojar-se nas válvulas cardíacas e comprometer a circulação do sangue e o funcionamento do coração.

 

Causas

 

A causa mais comum da gengivite é a falta de higiene bucal adequada, que permite o acúmulo da placa bacteriana nos dentes e na gengiva. Outras causas possíveis são má oclusão, tártaro, cáries, ausência de restaurações, baixa produção de saliva, cigarro, certos medicamentos e a exposição a metais pesados, por exemplo, o chumbo e o bismuto.

Alterações hormonais que ocorrem na puberdade, durante a menstruação, na gravidez e na menopausa provavelmente explicam os episódios de gengivite que se instalam nessas fases da vida e, por isso, exigem acompanhamento odontológico e cuidados de higiene bucal especiais e redobrados.

A gengivite pode, ainda, ser uma manifestação associada a enfermidades, como herpes labial, diabetes, epilepsia, aids, leucemia, hipovitaminose, ou ser provocada por reação alérgica.

Estudos mostram que a gengivite e a periodontite estão relacionadas a fatores genéticos. Quando esse tipo de quadro é diagnosticado pela história familiar, a atenção aos cuidados com a higiene bucal deve ser intensificada.

 

Sintomas

 

Quando o osso e os tecidos responsáveis pela fixação dos dentes não foram danificados, os sintomas mais comuns são inchaço, vermelhidão ao redor do contorno dos dentes, exsudato e sangramento espontâneo ou durante a escovação e o uso do fio dental.

Quando a periodontite está instalada, esses sintomas se intensificam, o mau hálito se torna persistente, o paladar fica alterado e seus dentes parecem mais longos por causa da reabsorção óssea e da retração gengival. Dor é uma queixa nem sempre presente nesses pacientes.

 

Prevenção

 

A escovação adequada dos dentes e o uso do fio dental especialmente depois das refeições e antes de deitar, assim como passar por uma avaliação odontológica duas vezes por ano, evitar o consumo de açúcar e não fumar são medidas essenciais para prevenir a gengivite, a periodontite e suas complicações.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico da gengivite, assim como o da periodontite, é clínico, considerando os sinais e sintomas da doença, as condições gerais de saúde do paciente e seu histórico familiar. Quanto mais precocemente for feito, melhores serão os resultados do tratamento.

 

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Tratamento

 

Os episódios iniciais  de gengivite podem regredir desde que a escovação siga uma técnica bem orientada e o uso do fio dental seja constante. Nos outros casos, o tratamento visa ao controle da infecção e à remoção do tártaro, ou seja, da placa bacteriana endurecida que separa a gengiva dos dentes.

Para tanto, é feita uma raspagem acima e abaixo do contorno da gengiva com instrumental específico, utilizando ultrassom ou aplicando um spray com liquido composto por alguns sais. Essa raspagem é seguida de alisamento da raiz e polimento dos dentes para eliminar os focos de infecção. A prescrição antibióticos e anti-inflamatórios pode ser um recurso terapêutico importante em alguns casos.

A cirurgia periodontal pode fazer-se necessária quando essas intervenções terapêuticas não surtem os efeitos desejados.

 

Recomendações

 

  • Informe-se sobre a maneira correta de escovar os dentes. A boa escovação e o uso do fio dental são essenciais para manter a saúde bucal;
  • Monitore a escovação dos dentes das crianças pequenas. Elas devem ser estimuladas a realizá-la sozinhas, mas muitas vezes precisam de ajuda no começo para adquirir bons hábitos;
  • Evite alimentos e bebidas doces, especialmente se não tiver a chance de escovar logo os dentes;
  • Escove sempre os dentes antes de deitar, mesmo que já os tenha escovado depois das refeições;
  • Não se esqueça de que o cigarro também é um veneno para a gengiva e os dentes;
  • Faça visitas regulares ao dentista e sempre que notar mudanças no aspecto de sua gengiva.

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