A síndrome da dor pélvica masculina é caracterizada pela dor ou desconforto na região pélvica e afeta de 2% a 10% dos homens.
A síndrome crônica da dor pélvica masculina é definida como uma dor ou desconforto na região pélvica, associada à dor para urinar e/ou alguma disfunção sexual presente há pelo menos três meses. Ela pode ter origem na próstata ou em qualquer órgão pélvico. Cerca de 2% a 10% dos homens apresentam a síndrome, que pode impactar a qualidade de vida e forçar uma mudança de hábitos.
De acordo com o dr. Mark Neumaier, urologista e professor pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (Puc-PR), a causa ainda é pouco compreendida, podendo ser o resultado de uma inflamação, infecção, causa neurológica, endócrina e até mesmo psicológica. Quanto aos fatores de risco, o médico cita um estudo realizado na Europa. “Alguns homens com personalidade obsessiva, aquela onde pensam nos problemas em demasia, foi um fator de risco identificável. Isto pode ser explicado por uma maior tensão muscular pélvica quando submetidos ao estresse. Fatores genéticos também foram relatados como fator de risco”, explica.
Sintomas comuns da síndrome crônica da dor pélvica masculina
O principal sintoma da síndrome é uma dor que acontece durante a ejaculação. Essa dor também pode estar localizada em áreas, como:
- Períneo (região localizada entre o ânus e o órgão genital);
- Parte inferior do abdômen;
- Testículos;
- Pênis.
O diagnóstico é feito após uma avaliação especializada e detalhada, que passa por exames físicos, exames de laboratório e uma investigação do próprio histórico do paciente. “Há ainda muitos dados conflitantes e dificuldade em um diagnóstico mais preciso, uma vez que a síndrome engloba diversas condições, como aumento da sensibilidade, aumento do tônus muscular pélvico, percepção da dor no sistema nervoso central e outras condições com sintomas semelhantes”, esclarece o profissional.
Ainda segundo o especialista, é preciso descartar outras causas como orquite, dores de causa intestinal e infecção urinária, por exemplo, para fechar o diagnóstico.
Opções de tratamento disponíveis
Para aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, o tratamento pode ser feito com medicamentos que auxiliam a “relaxar” a próstata, como alfa-bloqueadores (doxazosina ou tansulosina), medicamentos anti-inflamatórios, além de remédios que reduzem a percepção da dor no sistema nervoso central.
Além disso, o urologista afirma não haver uma recomendação específica para reduzir o desconforto, porém a atividade física pode ajudar. “Há estudos destacando o papel da acupuntura e exercícios pélvicos no controle da dor”, completa.
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