3 maneiras de tratar escapes de urina

O tratamento mais adequado vai depender do tipo de incontinência urinária.

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Publicado em: 19 de abril de 2021

Revisado em: 16 de agosto de 2021

O tratamento mais adequado vai depender do tipo de incontinência urinária.

 

No Brasil, estima-se que pelo menos 10 milhões de pessoas sofram com perdas involuntárias de urina. Mesmo pequenos escapes já caracterizam incontinência urinária. E o grande problema é que, por vezes, por vergonha ou falta de informação, as pessoas não buscam tratamento, o que prejudica sua qualidade de vida. Mas a incontinência é uma condição tratável e, mesmo nos casos mais graves, é possível conviver melhor com ela.

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A incontinência urinária atinge homens e mulheres, mas é muito mais frequente no sexo feminino. Existem dois tipos principais de incontinência: a incontinência urinária por esforço, que é a perda urinária que ocorre quando a pessoa ri, tosse, espirra ou faz algum tipo de esforço físico, e a incontinência urinária de urgência, caracterizada pela vontade súbita de urinar, de forma que a pessoa pode perder urina antes de chegar ao banheiro.

Abaixo, detalhamos os tratamentos mais utilizados:

 

1) Medicamentos

Nesse caso, são utilizados remédios que auxiliam no controle da bexiga.

Existem dois tipos principais de medicamentos: os anticolinérgicos e os agonistas beta-3 adrenérgicos. Basicamente, essas drogas fazem com que a bexiga com atividade aumentada (hiperatividade) fique mais estável, facilitando, assim, a retomada da continência urinária. O tratamento medicamentoso é usado principalmente nos casos de bexiga hiperativa (que levam à incontinência urinária de urgência).

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Em alguns casos, para um melhor resultado, pode-se associar o uso de medicamentos à prática de exercícios para reforçar a musculatura do assoalho pélvico.

 

2) Fisioterapia pélvica

A fisioterapia pélvica é uma opção muito usada para minimizar as perdas urinárias e melhorar a qualidade de vida. A fisioterapia promove uma espécie de reabilitação do assoalho pélvico através de exercícios específicos passados por um fisioterapeuta que ajudam a pessoa a controlar melhor a bexiga. Mas é importante que os exercícios sejam feitos com constância para que se alcance o resultado esperado.

Vídeo: Especialista explica como exercitar o assoalho pélvico.

Essa forma de tratamento é mais indicada para incontinência urinária de urgência, mas também pode ajudar nos casos leves de incontinência urinária por esforço.

 

3) Cirurgias

Nos casos de incontinência urinária por esforço, o tratamento cirúrgico é o mais indicado. Um dos procedimentos mais comuns em mulheres é a cirurgia de sling, em que se coloca uma faixa que funciona como uma tipoia, dando suporte à uretra. A cirurgia busca fortalecer a região, aumentando a resistência da uretra e evitando as perdas urinárias.

Em homens com incontinência causada por lesão esfincteriana, após prostatectomia (cirurgia de retirada da próstata para tratamento do câncer de próstata), também pode ser indicada a cirurgia de sling ou a colocação de um esfíncter artificial. O esfíncter é um músculo que ajuda a controlar a uretra, impedindo os escapes de urina.

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Nos casos de incontinência urinária de urgência, quando o tratamento medicamentoso e a fisioterapia não funcionam, há a opção de fazer aplicação de toxina botulínica na parede da bexiga por via endoscópica ou neuromodulação sacral, que funciona como um marcapasso que é implantado abaixo da pele na região glútea e regula a atividade da bexiga.

Em situações muito extremas, existe a possibilidade de uma cirurgia que amplia o tamanho da bexiga usando segmentos de intestinos. Mas essa é uma opção bem menos frequente, normalmente indicada para pacientes que tenham problemas de incontinência causados por um problema neurológico, por exemplo.

 

Mudança de hábitos pode ajudar

Nos casos leves de incontinência urinária de urgência, algumas mudanças de hábito podem amenizar a perda urinária, como reduzir o consumo de café e chás pretos, programar mais idas ao banheiro e controlar a ingestão de líquidos ingeridos durante o dia, por exemplo. Essas ações diminuem a quantidade de urina na bexiga, o que ajuda a reduzir os escapes. Mas, atenção: não deixe de beber água. Sem líquidos, a urina fica mais concentrada e pode reduzir a capacidade da bexiga.

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Parar de fumar, controlar o sobrepeso e evitar exercícios de alto impacto também são ações que podem amenizar a condição. Uma boa opção de exercício para quem tem incontinência urinária é o pilates.

Lembre que a perda urinária não é motivo de vergonha e nem deve impedir a pessoa de realizar suas atividades cotidianas. Para quem convive com os escapes diariamente, existem produtos específicos para incontinência urinária, como absorventes, roupas íntimas descartáveis e fraldas, que neutralizam o odor da urina e impedem vazamentos, deixando a pessoa mais confortável no dia a dia. O ideal é não buscar soluções caseiras que, em geral, não são eficazes.

 

Conteúdo desenvolvido em parceria com a marca TENA: https://www.tena.com.br

 

Consultoria: Dr. José Carlos Truzzi, doutor em urologia pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp e membro do Departamento de Uro-Oncologia do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo (ICAVC).

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