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Entenda as fases do ciclo menstrual

Publicado em 15/03/2021
Revisado em 10/07/2023

O ciclo menstrual pode durar até 35 dias e passa por três fases. Veja como funciona cada uma delas.

 

A menstruação é a descamação do endométrio (tecido que reveste a parede interna do útero) que ocorre quando não há fecundação. Mas o sangramento da menstruação representa apenas uma parte da primeira fase do ciclo menstrual, que dura de 21 a 35 dias. Para saber quantos dias exatos tem o seu ciclo, basta contar desde o primeiro dia de sangramento menstrual até o dia anterior à próxima menstruação. O fluxo menstrual normalmente dura de 3 a 7 dias.

Os ciclos têm início durante a puberdade e se encerram na menopausa, entre 45 e 55 anos. Algumas mulheres podem parar de menstruar antes dos 40 anos, o que é chamado de menopausa precoce. 

Durante o ciclo menstrual, a variação nos níveis de estrogênio e progesterona provoca alterações no endométrio, preparando o corpo para uma possível gestação. Como existem receptores hormonais em outros órgãos, esse processo pode causar diversos sintomas a depender da fase do ciclo.

O ciclo menstrual é dividido em três fases principais. Veja abaixo o que acontece em cada uma delas.

 

Fase folicular (antes da liberação do óvulo)

A fase folicular começa no primeiro dia do ciclo, ou seja, no primeiro dia de sangramento menstrual. No início dessa fase, a concentração de estrogênio e progesterona é baixa, o que leva à produção do hormônio foliculoestimulante (FSH), que age estimulando o desenvolvimento de folículos nos ovários. Os folículos são as estruturas que contêm os óvulos.

Nesse período, em que a mulher está menstruada, é comum o surgimento de sintomas como cólicas menstruais, dor de cabeça, fadiga, aumento da frequência de urinar, dor ou sensação de peso na parte inferior do abdômen e na região lombar. Crises de enxaqueca também são mais frequentes nessa fase.

Fase folicular (antes da liberação do óvulo)

 

Posteriormente, os folículos começam a aumentar a produção de estrogênio, que chega a seu nível máximo antes da ovulação. O estrogênio estimula a produção de um muco transparente nas glândulas do colo do útero, facilitando a passagem de espermatozóides para a cavidade uterina. A vagina fica mais úmida, de forma que a presença do muco se torna perceptível pela mulher. O estrogênio também faz a espessura do endométrio aumentar, o que cria um ambiente favorável à implantação e nutrição do embrião.

A fase folicular dura em torno de 14 dias, terminando com o aumento drástico do hormônio luteinizante (LH), o que dá início à próxima fase: a ovulação.

Veja também: Aplicativos de ciclo menstrual não devem ser usados para evitar gravidez

 

Fase ovulatória (liberação do óvulo)

A ovulação começa a partir do aumento súbito do hormônio luteinizante. Esse hormônio estimula o rompimento do folículo ovariano para que o óvulo seja liberado. Essa fase é muito curta (cerca de 16 a 32 horas), mas o período fértil é mais longo, já que os espermatozoides podem ficar viáveis por dias no trato genital da mulher e o óvulo tem uma vida média de 24 horas.

Fase ovulatória (liberação do óvulo)

Sendo assim, uma relação sexual que aconteça nos dias anteriores à ovulação pode resultar em gravidez, pois os espermatozoides ainda estarão lá. Em geral, considera-se período fértil cerca de três dias antes até três dias depois da ovulação. 

O rompimento do folículo para liberação do óvulo pode causar dor no abdômen (chamada de “dor do meio”, por ocorrer no meio do ciclo) por causa do contato do fluído folicular com o peritônio que reveste a cavidade abdominal. Mas essa dor, quando ocorre, normalmente é leve e passa rapidamente. 

A fase ovulatória termina após o óvulo ser liberado. 

 

Fase lútea (após a liberação do óvulo)

Depois da ovulação, começa a fase lútea. O folículo rompido forma um tecido chamado de corpo lúteo que, além de estrogênio, produz maior quantidade de progesterona. A progesterona é responsável por provocar modificações no endométrio que favorecem a manutenção de uma possível gravidez até a placenta se desenvolver. 

Fase lútea (após a liberação do óvulo)

Quando a gestação não acontece, o corpo lúteo regride, interrompe a produção de hormônios e é absorvido. Os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e o endométrio, que não consegue mais se manter, se descama, dando início à menstruação. 

No final desse período, ocorre a tensão pré-menstrual (TPM) em muitas mulheres. A TPM pode causar uma série de sintomas desagradáveis, como dores e inchaço nas mamas e no abdômen, dores de cabeça e nas pernas e cansaço, além de sintomas psicológicos, como irritabilidade, ansiedade e tristeza. Podem ocorrer ainda alterações no sono e no apetite e desejos por alimentos específicos. Os sinais da TPM surgem na fase lútea e duram, no máximo, até o 4º dia da menstruação (já na fase folicular). 

A fase lútea dura até 14 dias e termina com o início do sangramento menstrual, que marca o começo de um novo ciclo.

Veja também: Da primeira menstruação à primeira relação sexual | Entrevista 

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