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Menopausa: quando a reposição hormonal é indicada?

A terapia visa aliviar os sintomas desse período, que podem ser muito desagradáveis. Saiba como funciona.
Publicado em 12/04/2022
Revisado em 12/04/2022

A terapia visa aliviar os sintomas desse período, que podem ser muito desagradáveis. Saiba como funciona.

 

A menopausa é o nome dado à última menstruação, que ocorre após uma queda natural dos hormônios reprodutivos, que normalmente ocorre entre 45 e 55 anos. Quando esse processo ocorre antes dos 40 anos, considera-se menopausa precoce. Apesar de ser algo natural, fisiológico, esse processo tende a vir acompanhado de alguns sintomas desagradáveis e que por vezes afetam a qualidade de vida da mulher.

Os sintomas da menopausa incluem ondas de calor, calores e suores noturnos, insônia, alterações de humor, alterações no peso e queixas ligadas à saúde íntima e ao sistema urinário, como secura vaginal, dor durante a relação sexual e infecções urinárias de repetição, entre outros. É aí que entra a reposição hormonal, tratamento que busca promover o alívio desses sintomas. 

Segundo a dra. Larissa Garcia Gomes, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo (SBEM-SP), os benefícios da terapia hormonal, quando iniciada no tempo adequado, se estendem para melhora da massa óssea e dos fatores de risco cardiovascular, porém, somente esses aspectos não são suficientes para a indicação do tratamento.

“Os hormônios podem ser administrados por várias vias: oral, transdérmica por gel ou adesivos e vaginal. As preparações devem ser aprovadas por agências reguladoras de medicamentos, e as diversas sociedades médicas são contra as preparações manipuladas para esse fim”, afirma. 

 

Janela de oportunidade

Normalmente, a reposição hormonal é iniciada na chamada janela de oportunidade, período de 10 anos após a menopausa, ou até os 60 anos de idade. Contudo, de acordo com a especialista, pacientes fora dessa janela não representam uma contraindicação absoluta para o tratamento e devem ser avaliadas de maneira individualizada caso apresentem sintomas. 

“Não está estabelecido por quanto tempo a terapia hormonal deve ser mantida, e novamente a manutenção ou interrupção do tratamento deve ser realizado de forma individualizada, pesando risco e benefícios de manter o tratamento a cada consulta clínica”, explica a médica. 

Ela destaca que a terapia de reposição hormonal é um tratamento comum e muito eficaz se bem conduzido – isto é, com a medicação apropriada e utilizando as menores doses necessárias para a melhora dos sintomas. 

Veja também: Reposição hormonal: continuar ou descontinuar? | Artigo

 

Riscos e contraindicações

Segundo a dra. Larissa, estudos que utilizaram preparações de estrógenos e progestógenos mais antigas encontraram aumento do risco de trombose, acidente vascular cerebral (AVC) e câncer de mama nas mulheres submetidas à reposição hormonal. “As reanálises desses estudos, no entanto, demonstraram que esses riscos foram maiores nas mulheres que iniciaram a terapia tardiamente, geralmente 10 anos após a menopausa.”

No caso do câncer de mama, o risco foi aumentado somente em mulheres que usaram hormônios combinados (estrógenos e progestógenos). Por outro lado, as que não tinham útero e usaram estrógenos de forma isolada tiveram redução do risco de câncer de mama. “Com relação ao risco cardiovascular, o risco foi aumentado somente nas mulheres que iniciaram a reposição 10 anos após a menopausa, pois provavelmente já tinham disfunção vascular estabelecida antes de começar o tratamento”, completa a endocrinologista.

Existem algumas contraindicações para esse tipo de tratamento: mulheres com trombose, câncer hormônio-dependentes, como câncer de mama e câncer de endométrio, e doenças cardiovasculares prévias, como infarto e AVC, não devem fazer a reposição hormonal. 

 

Saúde urinária na menopausa

Após a menopausa, são mais frequentes os problemas relacionados ao trato urinário, como a infecção urinária, que pode causar dor e ardor ao urinar e aumentar a frequência e urgência urinária. Além disso, a incontinência urinária também é mais comum nesta fase, tanto pela idade quanto pelas alterações hormonais que podem afetar a musculatura da região pélvica. 

Caso tenha esses sintomas, siga as orientações médicas para o tratamento. Para os escapes de urina, a fisioterapia pélvica pode ser uma excelente aliada, pois ajuda no fortalecimento do assoalho pélvico. Enquanto a incontinência não é resolvida, uma opção é fazer uso de absorventes específicos para a condição, que neutralizam o odor de urina e impedem vazamentos. 

Veja também: Fisioterapia pélvica para quê? | Dicas rápidas #04

 

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