A apneia, quando ocorre repetidamente, tem como consequência a redução da oxigenação do sangue, o que pode resultar em danos ao organismo.
Apneia obstrutiva do sono (SAOS) é uma parada respiratória provocada pelo colabamento das paredes da faringe. O distúrbio ocorre principalmente enquanto a pessoa está dormindo e roncando. Para ser mais exato, durante as crises, ela para de roncar por causa do bloqueio da passagem de ar pela faringe.
A repetição dos episódios de apneia tem como consequência a menor oxigenação do sangue, o que pode redundar em danos ao organismo.
Veja também: Artigo do dr. Drauzio sobre apneia do sono
No adulto, as principais características do distúrbio são: 1) suspensão da respiração por 10 segundos em cinco ou mais episódios por hora de sono, 2) redução dos níveis de oxigênio no sangue. Nas crianças, bastam 2 ou 3 segundos de parada respiratória para o sangue dar sinais de falta de oxigênio.
A apneia obstrutiva do sono atinge mais os homens obesos de meia-idade. A enfermidade pode causar ou agravar quadros de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial sistêmica, arritmias, infartos e insuficiência cardíaca congestiva. Muitas vezes, o tratamento da apneia é suficiente para redução e controle da pressão arterial.
Fatores agravantes
- Alguns fatores contribuem para o aparecimento do ronco e da apneia:
- Amídalas e adenoides muito grandes;
- Obstrução crônica do nariz por causa de tumores, desvio de septo, pólipos nasais e hipertrofia dos cornetos;
- Dormir de barriga para cima;
- Queixo projetado um pouco para trás, que faz recuar a base da língua,
- Álcool, tabaco, medicamentos à base de benzodiazepínicos e refluxo gastroesofágico;
- Obesidade, porque favorece a infiltração de gordura na faringe.
O sinergismo entre esses fatores potencializa a tendência para o estreitamento da faringe e para a apneia.
Sintomas
São sintomas da apneia obstrutiva do sono: ronco, sono agitado, falta de disposição e sonolência durante o dia, dor de cabeça, perturbação da memória, da atenção e da concentração, tendência à depressão, hipertensão, arritmias cardíacas e, especialmente, inúmeros microdespertares dos quais o portador do distúrbio pode lembrar-se ou não. Se chega a acordar por si mesmo, o faz por duas razões: o esforço que despende para respirar e a hipoxemia, que alerta seu cérebro sobre a falta de oxigênio.
Diagnóstico
Além do relato das pessoas que convivem com os portadores da apneia obstrutiva do sono, a avaliação médica e a polissonografia, exame para mapear o comportamento durante o sono, são dados importantes para fechar o diagnóstico.
A aplicação do Questionário Clínico de Berlin e da Escala de Sonolência de Epworth ajuda a identificar pessoas com risco de serem portadoras de SAOS.
Tratamento
O tratamento é sempre multidisciplinar e varia de acordo com a gravidade do caso. O primeiro recurso terapêutico é tentar reduzir os fatores agravantes da SAOS.
Para tanto, o paciente precisa:
- Combater as causas da obstrução nasal e do refluxo gastroesofágico;
- Perder peso;
- Dormir de lado;
- Evitar o uso de bebidas alcoólicas, calmantes, relaxantes musculares e cigarro algumas horas antes de dormir.
Se essas medidas não forem suficientes, pode-se recorrer, ainda, ao uso de próteses orais que evitam a queda da língua para trás, e aos CPAPs, máscaras especiais que mantêm pressão positiva e contínua sobre as vias aéreas, evitando sua obstrução.
Há situações, porém, em que cirurgias ou cauterizações se fazem necessárias para corrigir os elementos que geram a obstrução, como os que estão associados às alterações das amídalas e adenoides.
Recomendações
A adoção de medidas simples pode ajudá-lo a dormir melhor e a evitar as crises de apneia. Veja alguns exemplos:
- Procure estabelecer e respeitar os horários de deitar e levantar;
- Evite ingerir substâncias que contenham cafeína;
- Não fume pelo menos nas 4 ou 5 horas que antecedem o momento de ir para a cama;
- Não exagere no uso de bebidas alcoólicas, nem faça refeições pesadas antes de deitar.