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Prostatectomia: 5 perguntas e respostas sobre a retirada da próstata

médico segura próstata. veja indicações da prostatectomia
Publicado em 22/11/2022
Revisado em 14/12/2022

Saiba quando a prostatectomia é indicada, como funciona a cirurgia e outras dúvidas comuns.

 

A cirurgia de retirada da próstata é um procedimento bem conhecido no tratamento do câncer de próstata, o segundo tipo mais comum na população masculina (atrás apenas do câncer de pele não melanoma).

O acompanhamento médico para rastreamento do câncer de próstata deve ser iniciado aos 50 anos para homens sem fatores de risco associados e aos 45 anos para homens negros ou com parentes de primeiro grau que tiveram a doença. A taxa de cura é acima de 90%, quando o câncer é detectado precocemente. 

Mas ainda existem muitas dúvidas sobre o tratamento, principalmente sobre a cirurgia de prostatectomia, que pode causar complicações. Abaixo, separamos algumas dúvidas comuns sobre o procedimento. Confira: 

 

1. Quando a prostatectomia é indicada?

A prostatectomia radical é a retirada total da próstata, vesículas seminais e ductos deferentes.

Segundo o especialista consultado, quando o diagnóstico de câncer de próstata é feito, os médicos determinam se ele é localizado (apenas na próstata), localmente avançado (na região da próstata) ou metastático (espalhado para outras regiões do organismo). 

A prostatectomia radical é usada como tratamento isolado ou em conjunto com radioterapia e hormonioterapia para casos de tumor localizado ou localmente avançado.

        Veja também: Saúde do homem: autocuidado vai além do exame de próstata

 

2. Como a cirurgia é feita?

A cirurgia é realizada com anestesia geral e dura cerca de 2 horas. O único preparo necessário é jejum de 8 horas, como em outras cirurgias.

Existem dois tipos de procedimento: a cirurgia tradicional, aberta, feita com uma incisão que vai do umbigo até o púbis; e a cirurgia robótica, que é mais moderna, feita com o auxílio de um robô e uma câmera 3D. 

Ao contrário da cirurgia tradicional, a cirurgia robótica não está disponível no SUS. 

 

3. Como é o pós-operatório?

A cirurgia tradicional requer maior tempo de recuperação, o paciente pode necessitar de transfusão de sangue, precisa ir para a UTI e normalmente tem alta entre três e cinco dias depois. E ele pode sentir dores por cerca de 15 a 20 dias após a operação.

Na cirurgia robótica, a recuperação é mais simples. O paciente normalmente não precisa de transfusões de sangue nem de internação em UTI e, em muitos casos, já recebe alta no dia seguinte. 

Quem passa pelo procedimento mais moderno consegue voltar ao trabalho em poucos dias, caso seja uma atividade que não requeira esforço físico, como trabalhar no computador, por exemplo, ou em cerca de um mês, no caso de atividades braçais. Para a cirurgia tradicional, pode ser necessário mais tempo de repouso. É importante seguir as orientações médicas. 

        Ouça: DrauzioCast #167 | Câncer de próstata

 

4. Quais são as possíveis complicações?

Toda cirurgia de próstata pode causar complicações – independentemente da técnica utilizada. A robótica parece minimizar os riscos, mas ainda faltam estudos científicos para comprovar essa tendência. De qualquer forma, o risco de complicações existe.

As principais complicações da prostatectomia são a disfunção erétil e a incontinência urinária. No caso de disfunção erétil, o paciente pode ter desde uma pequena perda de ereção até a disfunção completa. Mas o problema pode ser tratado com medicamentos, sempre com orientação médica. Caso a medicação não funcione, existe ainda a opção de injeções no pênis que levam à ereção e, por último, a implantação de uma prótese peniana

Para os casos de incontinência urinária, o tratamento geralmente é feito com fisioterapia do assoalho pélvico, e também existem as cirurgias para colocação de esfíncter artificial. 

 

5. Como fica a qualidade de vida depois da prostatectomia?

A maioria dos pacientes consegue ter uma “vida normal” após a cirurgia, sem complicações. Mesmo nos casos de complicações, elas são tratáveis, conforme falamos acima.

Apesar de a cirurgia robótica proporcionar um pós-operatório mais simples, a longo prazo, o resultado oncológico de ambas é muito semelhante. Ou seja, as chances de cura são praticamente as mesmas. 

E, claro, havendo necessidade de outros tratamentos associados para o câncer, estes devem ser seguidos rigorosamente. 

        Veja também: Como fica a vida sexual após o câncer de próstata

 

Fonte: Dr. Danilo Galante, urologista, pós-graduado em cirurgia robótica pelo Hospital Oswaldo Cruz e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

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