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Urologia

Cuidados com o pênis: 10 dicas para prevenir infecções e ISTs

homem no chuveiro segurando sabonete. Cuidados com o pênis ajudam a reduzir o risco de ISTs e de câncer de pênis
Publicado em 19/07/2023
Revisado em 02/08/2023

Falta de higiene no órgão sexual masculino é um dos principais fatores de risco para o câncer de pênis. Veja quais os principais cuidados com o pênis.

 

O pênis, além de ser um dos órgãos dos sistemas reprodutor e excretor masculinos, faz parte da identidade do homem. No decorrer da história, toda uma bagagem cultural e emocional foi construída em torno do membro, composto por cabeça (glande), corpo e raiz. Apesar dessa importância biológica e cultural, a saúde peniana não é prioridade para muitos homens, uma realidade que pode ser vista nos números.

Em 2022, houve cerca de 500 pessoas amputações de pênis no país por causa do câncer de pênis, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) feito com base em dados do Ministério da Saúde. A doença está principalmente associada à má higiene da genitália e à infecção pelo HPV (papilomavírus humano), um grupo de vírus que podem provocar lesões. 

Por causa do risco de desenvolver problemas de saúde que poderiam ser evitados simplesmente com água e sabão, como o câncer de pênis, a médica urologista Karin Anzolch acredita que ensinamentos sobre como lavar e cuidar do órgão deveriam ser repassados desde a infância, assim como escovar os dentes. 

“A gente percebe que quando os garotos saem das fraldas, e a mãe passa a higiene para o banho, muitos acabam não fazendo a limpeza adequada do pênis. Ao atendermos adolescentes, por exemplo, percebemos que alguns lavam o órgão só pelo lado de fora, e não higienizam a parte interna, o que é um problema”, diz a dra. Karin, que também é diretora de comunicação da SBU.

        Ouça: Saúde sem Tabu #16 | Higiene íntima masculina

 

Confira abaixo 10 recomendações para a higiene adequada do pênis

 

Puxe a pele do pênis para trás para lavar

No banho, homens com prepúcio (pele que recobre a cabeça do pênis) precisam puxar a pele para trás até o final, para lavar bem a ponta do órgão e o entorno da glande. Essa região costuma acumular secreções, odores e gotas de urina que podem não só irritar o local, mas também provocar infecções que aumentam o risco de desenvolver o câncer de pênis e favorecer o surgimento de bactérias nocivas e fungos.

 

Mora em um local quente? Lave mais o pênis

O ideal é lavar o pênis todo dia. No entanto, no caso de homens que moram em regiões mais quentes, realizam trabalhos braçais, praticam muita atividade física ou suam bastante, é recomendado fazer a higiene duas ou mais vezes. Isso também vale para pessoas que têm uma pele do pênis mais longa, cobrindo todo o órgão, condição chamada de prepúcio redundante.

 

Não use sabonetes degermantes para fazer a higiene do pênis

O ideal é lavar o pênis com sabonete infantil, neutro ou tipo glicerina, com pH próximo da pele. No entanto, se não há nenhuma das opções anteriores, água e sabão comum dão conta do recado. “Não é recomendado, no entanto, usar sabonetes degermantes (utilizado para assepsia das mãos em ambiente hospitalar), pois eles acabam matando bactérias boas e deixando no local, muitas vezes, as bactérias ruins e fungos”, explica a dra. Karin.

 

Papel higiênico depois de urinar

É importante limpar o pênis com papel higiênico (se não for alérgico a esse material) após urinar, removendo as gotículas que ficam na glande. Isso prolonga a sensação de limpeza do banho. “Se o homem estiver em um banheiro que não tem papel, aí paciência, dá só uma sacudida e espremida para sair a última gotinha de xixi mesmo e faça a higiene depois em casa”, esclarece a urologista. 

 

Ejaculou após sexo ou masturbação? Remova o esperma  

Durante o sexo vaginal e anal há troca de secreções e bactérias que, se não forem removidas na sequência, podem causar infecções. O mesmo vale para o esperma, tanto gerado no ato sexual como na masturbação. O líquido ejaculado pelos homens é bastante alcalino. Às vezes, em contato com a pele, ele pode criar irritações e favorecer o aparecimento de fungos. 

 

Durma com cueca larga e troque a peça todo dia

Usar a cueca mais de um dia é um prato cheio para bactérias e fungos, que adoram ambientes úmidos, quentes, escuros e abafados para proliferar. Portanto, é importante trocar a peça todos os dias. Na hora de dormir, é recomendado que os homens também usem roupas íntimas largas e ventiladas, de preferência de algodão, principalmente aqueles com tendência a candidíase (infecção causada por fungos) ou irritações na região da genitália.

 

Cuidado com ISTs

Junto com a falta de higiene, o HPV é um dos grandes vilões associados ao câncer de pênis. A recomendação, portanto, é que o homem procure usar camisinha, mesmo no sexo oral, e tome vacinas, como contra o HPV. “Se a pessoa com quem você está se relacionamento tiver uma lesão fora da área de cobertura da camisinha e você tocar naquela região, pode pegar HPV ou herpes. Então é por isso que também é importante a questão de ter uma parceria muito bem sintonizada e conhecida, e evitar a troca constante”, fala a dra. Karin.

 

Tem fimose? Faça cirurgia

O menino nasce com uma fimose fisiológica (condição que dificulta ou impossibilita a exposição da cabeça do pênis por causa do estreitamento do prepúcio), mas por volta dos 2 anos a pele começa a desgrudar. Caso não desgrude, é ideal fazer a cirurgia da fimose, visto que a região interna do pênis precisa de limpeza.

“Quando o prepúcio é muito estreito, é difícil puxar a pele para trás, e o homem não consegue fazer a higiene correta. Além disso, esses traumatismos de ficar puxando a pele pra trás, mesmo quando ela volta, podem gerar cada vez mais o estrangulamento do prepúcio, que vai rachando, cicatrizando e vai ficando cada vez mais estreitinho Nesse caso, principalmente se for adulto, tem que ser corrigido”, diz a dra. Karin.

 

Retrato de um pênis saudável

Se o homem não for circuncidado, o pênis tem que ter coloração mais ou menos homogênea. Não pode ter manchas, coceira, descamação, secreção na uretra, verrugas e feridas. Existe um cheiro característico do órgão, mas não é normal que ele tenha um odor desagradável. O pênis também não dói – se a pessoa estiver sentindo algum incômodo, é porque pode haver algum traumatismo. Se o indivíduo perceber algum desses problemas, deve imediatamente procurar um médico especialista. 

 

Visita ao urologista

Desde a adolescência, a menina costuma visitar o ginecologista. O menino, por outro lado, cai em uma espécie de “limbo médico” depois da infância. “Entre a adolescência e os 40, entretanto, é importante que o garoto faça pelo menos uma visita ao urologista e, a partir dali, se estabeleça uma frequência de consultas de acordo com o perfil e a situação”, recomenda a dra. Karin.

        Veja também: Quando levar meu filho à primeira consulta com o urologista?

 

Sobre o autor: Lucas Gabriel Marins é jornalista e futuro biólogo. Tem interesse em assuntos relacionados à ciência, saúde e economia.

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