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Psiquiatria

O que é ciclotimia? Conheça os sintomas e o tratamento

mulher com ciclotimia, triste, com rosto apoiado na mão, conversa com terapeuta
Publicado em 02/01/2024
Revisado em 06/09/2024

A ciclotimia provoca alterações de humor, mas de forma menos intensa do que acontece no transtorno bipolar.

 

A ciclotimia é um transtorno de humor caracterizado por alterações de humor que se dividem em sintomas depressivos leves e aceleração psíquica leve. O problema pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum no início da vida adulta.

Segundo Fernando Fernandes, psiquiatra e palestrante do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq/HCFMUSP), a ciclotimia é um tipo de transtorno bipolar. “Mas é um transtorno bipolar com sintomas atenuados, tanto de depressão quanto de aceleração psíquica ou mania. Os sintomas depressivos da ciclotimia não chegam a caracterizar a depressão, assim como os sintomas de aceleração psíquica não chegam a caracterizar a mania, que é típica do transtorno bipolar”, explica o médico. 

Veja também: podcast sobre ciclotimia

Existem fatores genéticos e ambientais associados ao transtorno. O especialista afirma que estresse, situações de abuso ou negligência na infância, dificuldade de manejo emocional, desrespeito ao ciclo de sono-vigília e uso de substâncias são fatores que podem estar relacionados aos episódios de alteração de humor presentes na ciclotimia. 

 

Sintomas da ciclotimia

De acordo com o dr. Fernando, as manifestações depressivas da ciclotimia podem incluir sintomas psíquicos, físicos e cognitivos, como: tristeza, ansiedade, angústia, baixa autoestima, alterações de sono, alterações de apetite, cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração, memória recente dificultosa e pensamentos com conteúdo pessimista. 

“Do lado da aceleração psíquica, são sintomas que nós chamamos hipomaníacos – porque não chegam a ser maníacos [como no transtorno bipolar] – e podem ser a própria aceleração mental, aumento da produção da fala, pode haver algum aumento de energia, diminuição da necessidade de sono, impulsividade.”

“Todos são sintomas notórios, porém, em intensidade leve”, esclarece o psiquiatra. 

 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do transtorno é basicamente clínico, feito com base nos sintomas (alternância entre períodos de sintomas depressivos leves e aceleração psíquica, e também períodos livres de sintomas). “O diagnóstico é 100% clínico, mas nós fazemos exames para avaliar alguma condição que possa estar acontecendo em paralelo”, explica o médico.

O tratamento é semelhante ao do transtorno bipolar e pode incluir psicoterapia, medicação (estabilizadores de humor associados ou não a antidepressivos) e mudanças no estilo de vida (como manter uma alimentação saudável e um sono de qualidade, reduzir dos níveis de estresse e evitar o consumo de substâncias psicoativas). 

        Veja também: Como reconhecer o transtorno bipolar

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