O que é ciclotimia? Conheça os sintomas e o tratamento

O transtorno mental provoca alterações de humor, mas de forma menos intensa do que acontece no transtorno bipolar. Saiba mais.

mulher com ciclotimia, triste, com rosto apoiado na mão, conversa com terapeuta

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Publicado em: 2 de janeiro de 2024

Revisado em: 3 de janeiro de 2024

A ciclotimia provoca alterações de humor, mas de forma menos intensa do que acontece no transtorno bipolar.

 

A ciclotimia é um transtorno de humor caracterizado por alterações de humor que se dividem em sintomas depressivos leves e aceleração psíquica leve. O problema pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum no início da vida adulta.

Segundo Fernando Fernandes, psiquiatra e palestrante do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq/HCFMUSP), a ciclotimia é um tipo de transtorno bipolar. “Mas é um transtorno bipolar com sintomas atenuados, tanto de depressão quanto de aceleração psíquica ou mania. Os sintomas depressivos da ciclotimia não chegam a caracterizar a depressão, assim como os sintomas de aceleração psíquica não chegam a caracterizar a mania, que é típica do transtorno bipolar”, explica o médico. 

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Existem fatores genéticos e ambientais associados ao transtorno. O especialista afirma que estresse, situações de abuso ou negligência na infância, dificuldade de manejo emocional, desrespeito ao ciclo de sono-vigília e uso de substâncias são fatores que podem estar relacionados aos episódios de alteração de humor presentes na ciclotimia. 

 

Sintomas da ciclotimia

De acordo com o dr. Fernando, as manifestações depressivas da ciclotimia podem incluir sintomas psíquicos, físicos e cognitivos, como: tristeza, ansiedade, angústia, baixa autoestima, alterações de sono, alterações de apetite, cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração, memória recente dificultosa e pensamentos com conteúdo pessimista. 

“Do lado da aceleração psíquica, são sintomas que nós chamamos hipomaníacos – porque não chegam a ser maníacos [como no transtorno bipolar] – e podem ser a própria aceleração mental, aumento da produção da fala, pode haver algum aumento de energia, diminuição da necessidade de sono, impulsividade.”

“Todos são sintomas notórios, porém, em intensidade leve”, esclarece o psiquiatra. 

 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do transtorno é basicamente clínico, feito com base nos sintomas (alternância entre períodos de sintomas depressivos leves e aceleração psíquica, e também períodos livres de sintomas). “O diagnóstico é 100% clínico, mas nós fazemos exames para avaliar alguma condição que possa estar acontecendo em paralelo”, explica o médico.

O tratamento é semelhante ao do transtorno bipolar e pode incluir psicoterapia, medicação (estabilizadores de humor associados ou não a antidepressivos) e mudanças no estilo de vida (como manter uma alimentação saudável e um sono de qualidade, reduzir dos níveis de estresse e evitar o consumo de substâncias psicoativas). 

        Veja também: Como reconhecer o transtorno bipolar

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