Depressão

Depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda e forte sentimento de desesperança. É essencial identificar sintomas e procurar ajuda médica.

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Publicado em: 14 de março de 2013

Revisado em: 4 de agosto de 2023

Depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alteração do humor caracterizada por tristeza profunda e forte sentimento de desesperança. É essencial identificar sintomas e procurar ajuda médica.

 

Depressão (CID 10 – F33) é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas etc.

Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias seguidos. Desaparece o interesse pelas atividades que antes davam satisfação e prazer e a pessoa não tem perspectiva de que algo possa ser feito para que seu quadro melhore.

 

Veja também: Veja como ajudar alguém com depressão

 

A depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves. Além disso, ela também pode atingir crianças. e adolescentes.

 

Vídeo: O que é depressão?

 

Causas da depressão

 

Existem fatores genéticos envolvidos nos casos de depressão, doença que pode ser provocada por uma disfunção bioquímica do cérebro. Entretanto, nem todas as pessoas com predisposição genética reagem do mesmo modo diante de fatores que funcionam como gatilho para as crises: acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, algumas doenças sistêmicas (ex: hipotireoidismo), consumo de drogas lícitas (ex: álcool) e ilícitas (ex: cocaína), certos tipos de medicamentos (ex: anfetaminas).

Mulheres parecem ser mais vulneráveis aos estados depressivos em virtude da oscilação hormonal a que estão expostas principalmente no período fértil.

 

Sintomas da depressão

 

Além do estado deprimido (sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias) e da anedonia (interesse e prazer diminuídos para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão:

  • Alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional);
  • Distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva  praticamente diárias);
  • Problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias);
  • Fadiga ou perda de energia constante;
  • Culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade);
  • Dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se);
  • Ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte);
  • Baixa autoestima,
  • Alteração da libido.

Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade podem não ser reconhecidos. No entanto, nunca devem ser desconsideradas possíveis referências a ideias suicidas ou de autodestruição.

 

Diagnóstico de depressão

 

O diagnóstico da depressão é clínico e toma como base os sintomas descritos e a história de vida do paciente. Além de espírito deprimido e da perda de interesse e prazer para realizar a maioria das atividades durante pelo menos duas semanas, a pessoa deve apresentar também de quatro a cinco dos sintomas supracitados.

 

Veja também: Ouça aqui o DrauzioCast sobre Depressão

 

Como o estado depressivo pode ser um sintoma secundário a várias doenças, sempre é importante estabelecer o diagnóstico diferencial.

 

Tratamento da depressão

 

Depressão é uma doença que exige acompanhamento médico sistemático. Quadros leves costumam responder bem ao tratamento psicoterápico. Nos outros mais graves e com reflexo negativo sobre a vida afetiva, familiar e profissional e em sociedade, a indicação é o uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise.

 

Veja também: Em momentos de crise de depressão, é importante saber como conversar com o paciente. Veja algumas dicas

 

Existem vários grupos desses medicamentos que não causam dependência. Apesar do tempo que levam para produzir efeito (por volta de duas a quatro semanas) e das desvantagens de alguns efeitos colaterais que podem ocorrer, a prescrição deve ser mantida, às vezes, por toda a vida, para evitar recaídas. Há casos de depressão que exigem a associação de outras classes de medicamentos – os ansiolíticos e os antipsicóticos, por exemplo – para obter o efeito necessário.

 

Vídeo: Dr. Drauzio explica como funcionam os antidepressivos, explica como eles devem ser usados e como proceder quando é hora de interromper o tratamento.

 

Há evidências de que a atividade física associada aos tratamentos farmacológicos e psicoterápicos representa um recurso importante para reverter o quadro de depressão.

 

 Recomendações para quem tem depressão e para familiares

 

  • Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é sinal de loucura, nem de preguiça e nem de irresponsabilidade. Se você anda desanimado, tristonho, e acha que a vida perdeu a graça, procure assistência médica. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos outra vez;
  • Depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida: na infância, adolescência, maturidade e velhice. Os sintomas podem variar conforme o caso. Nas crianças, muitas vezes são erroneamente atribuídos a características da personalidade e nos idosos, ao desgaste próprio dos anos vividos;
  • A família dos portadores de depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos.  É importante que ela ofereça um ponto de referência para certos padrões, como a importância da alimentação equilibrada, da higiene pessoal e da necessidade e importância de interagir com outras pessoas. Afinal, trancafiar-se num quarto às escuras, sem fazer nada nem falar com ninguém, está longe de ser um bom caminho para superar a crise depressiva.

 

Perguntas frequentes

 

Diferença entre tristeza e depressão

A tristeza tem motivo. A pessoa sabe que está triste. Já a depressão é uma tristeza profunda e muitas vezes sem conteúdo, sem motivo aparente. Mesmo se algo maravilhoso acontecer ou estiver acontecendo, a pessoa continuará triste. A pessoa deprimida também pode ter forte sentimento de desesperança e pensamentos suicidas.

 

O que jamais se deve dizer a pessoas com depressão

1) Você está exagerando, não é tal mau assim.

2) Todos temos problemas, você precisa reagir.

3) Sei o que você está passando, já me senti assim, também.

 

Vídeo: Dicas sobre como conversar com alguém com depressão


Há cura para depressão?

Atualmente fala-se em remissão completa dos sintomas, mas mesmo nesses casos não significa que a doença foi curada. Em geral, é necessário permanecer com manutenção do tratamento em longo prazo.

 

Quais os principais efeitos colaterais dos antidepressivos?

Ganho de peso e diminuição da libido.

 

Quanto tempo dura um tratamento contra a doença?

Geralmente, quando se trata de um primeiro episódio depressivo, entre um e dois anos de tratamento, mas pode ser necessário reiniciar em caso de recaída. Também existem pessoas que necessitam de tratamento por toda a vida, o que não é sinal de fraqueza: a depressão deve ser tratada como qualquer outra doença.

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