Cólica em bebês: por que eles sentem dor?

A cólica em bebês incomoda recém-nascidos e preocupa mães e pais é muito comum, mas não indica nenhum problema grave de saúde. Saiba mais.

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Publicado em: 16 de dezembro de 2022

Revisado em: 31 de janeiro de 2023

A cólica em bebês, em especial os recém-nascidos, incomoda e preocupa mães e pais é muito comum, mas não indica nenhum problema grave de saúde. Saiba mais.

 

Uma queixa muito comum nos consultórios dos pediatras e que atormenta mães e pais de bebês recém-nascidos são as temidas cólicas. Apesar de benignas, elas podem ser muito incômodas e seu principal sinal é o choro inconsolável do bebê. 

O choro faz parte do desenvolvimento normal do recém-nascido e pode indicar uma série de outras queixas, como fome, sono, ou necessidade de trocar a fralda, por exemplo. Geralmente, desconfia-se que o choro é sinal de cólica quando as outras demandas já foram atendidas e o bebê continua chorando. Se a situação permanecer, o ideal é consultar o pediatra para descartar outras causas. 

 

O que está por trás das cólicas

Segundo o dr. Tadeu Fernandes, pediatra e presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as cólicas geralmente começam a aparecer na terceira semana de vida do bebê, e podem durar até os quatro meses, em média. Mas ele destaca que a condição não indica nenhum problema grave. “A cólica do lactente é totalmente benigna. Ela é fisiológica, normal, porque reflete uma imaturidade do sistema digestório do bebê”, afirma.  

O médico explica que as cólicas estão relacionadas à flora intestinal do bebê. Quando existe um quadro de disbiose, que é uma disfunção da flora intestinal, informações errôneas são passadas para o cérebro, que responde aumentando o cortisol, hormônio do estresse, que pode causar irritação, choro e cólicas fortes. 

Além disso, existem alguns fatores que podem aumentar a incidência das cólicas. “Nós já sabemos que as crianças que nascem de parto vaginal têm cólicas com menor incidência do que aqueles que nascem de cesariana; e crianças que tomam o leite materno têm uma incidência menor de cólica do que aqueles que tomam a fórmula infantil”, explica. 

“Esses bebês têm uma flora intestinal muito mais rica, e eles têm uma proteção maior porque essas bactérias da flora bacteriana interagem com o intestino, produzindo substâncias que auxiliam na motilidade do intestino. E o mais importante: elas produzem substâncias que, através do intestino, enviam informações para o cérebro dizendo: ‘olha, no intestino está tudo bem’. É o chamado eixo intestino-cérebro”, completa o pediatra. 

Veja também: Por que é importante ter uma flora intestinal saudável

 

Como aliviar as cólicas

Existem algumas medidas que podem auxiliar no alívio das cólicas. As recomendações são do Departamento Científico de Gastroenterologia Pediátrica da SBP:

  • Pegar o bebê no colo (uma dica é o contato direto entre a barriga do bebê e da mãe); 
  • Enrolar o bebê em uma manta ou cobertor;
  • Flexionar as coxas do bebê sobre a barriga;
  • Dar um banho morno e relaxante, ou aplicar compressas na barriga;
  • Reduzir estímulos para o bebê (como evitar locais com muito barulho ou muitas pessoas);
  • Ficar em um ambiente tranquilo (pode-se colocar uma música ambiente suave para tocar); 
  • Tentar estabelecer uma rotina para banho, sono, passeio e outras atividades;
  • Não usar chás, trocar marcas de leite ou dar medicamentos sem orientação do pediatra; 

“Massagens, medidas para relaxar o bebê, dar aquele banho de banheira bem tranquilizante ajudam bastante”, completa o dr. Tadeu.

 

Medicamentos ajudam?

De acordo com o médico, quando o bebê tem um grande desequilíbrio da flora intestinal, é possível introduzir probióticos específicos para a cólica, sempre com orientação do pediatra. 

“São probióticos que têm estudos clínicos em cólica do lactente, probióticos específicos que podem ajudar esse neném. Não é qualquer um. Mas é preciso ter muita tranquilidade e saber que a cólica do lactente tem começo, tem meio e tem fim”, afirma. 

Veja também: Cuidados com os bebês nos primeiros meses de vida

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