Câncer de intestino é um dos mais frequentes no Brasil

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Publicado em: 9 de março de 2023

Revisado em: 9 de março de 2023

É no intestino grosso que se concentra a maior parte dos tumores, que se formam a partir de pólipos. 

 

Nos últimos meses, muito se tem falado sobre o câncer de intestino e sua incidência na população, principalmente entre os mais jovens. 

Ainda não temos dados no Brasil sobre o aumento de casos entre adultos com menos de 55 anos, mas um estudo recente da Sociedade Americana de Câncer, e que serve de parâmetro para retratar essa mudança epidemiológica, mostrou que a proporção de casos de câncer colorretal nessa faixa etária aumentou de 11% em 1995 para 20% em 2019. 

No Brasil, o câncer de intestino é um dos mais frequentes e está fortemente associado ao estilo de vida e histórico familiar. 

 

Funcionamento do intestino

 

O intestino é um enorme tubo de quase 10 metros de comprimento que é dividido entre delgado e grosso. O intestino delgado é responsável pela digestão e absorção dos alimentos, permitindo que os nutrientes e minerais sejam aproveitados pelo organismo. Um fato importante é que é extremamente raro um câncer se desenvolver nessa região.

 Já o intestino grosso é a parte final do tubo digestivo e é dividido em três partes: ceco, cólon e reto (os dois últimos, locais mais comuns de ocorrência de tumores). No intestino grosso ocorre a parte final da digestão. Nele se acumulam os resíduos do processo digestivo em forma de fezes. Esse órgão também é responsável pela absorção de água, que determina a consistência do bolo fecal. 

É no intestino grosso que se concentra a maior parte dos tumores, por isso é mais correto dizer câncer colorretal. 

 

Por que ocorre o câncer de intestino?

 

Embora não se saiba ao certo por que a incidência de câncer é maior nessa parte do intestino, é sabido que as lesões cancerígenas surgem nessa região devido a um crescimento anormal de células presentes na mucosa do intestino, formando os chamados pólipos. 

Os pólipos podem surgir em qualquer parte do organismo que tenha mucosas, como útero, vesícula e cólon. São extremamente comuns nos indivíduos a partir dos 45 anos. 

“Os pólipos são lesões arredondadas, na maioria das vezes benignas e que são identificadas por um exame chamado colonoscopia. Só que uma pequena parte dessas lesões tem potencial para se transformar em um câncer ao longo dos anos, por isso quando identificados num exame são removidos, para não ter problema”, explica dr. Artur Ferreira, oncologista da Oncoclínicas, em São Paulo.

Outro ponto importante e bem estudado são os fatores de risco para o desenvolvimento desses tumores. São eles: consumo excessivo de carne vermelha (acima de 500 gramas por semana), alimentos ultraprocessados e álcool, idade, histórico familiar, doenças inflamatórias intestinais e tabagismo. 

Por outro lado, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras têm efeito protetor e ajudam a evitar a formação e progressão do tumor. Eles constituem um grupo de alimentos que tem uma variedade de fitoquímicos, compostos que embora não sejam considerados nutrientes, são substâncias que exercem efeitos anticancerígenos. 

 

Identificação precoce 

 

Segundo o dr. Artur Ferreira, para identificação precoce de câncer colorretal é recomendado que o paciente faça colonoscopia regularmente a partir dos 50 anos (paciente comum, com médio risco) ou dos 45 anos (com histórico familiar da doença). 

O motivo é que o câncer colorretal costuma ser uma doença silenciosa e assintomática no estágio inicial. Sinais como alterações nas fezes, sangramentos ou dores abdominais podem surgir quando a doença já está em progressão no organismo. 

“Como é um câncer frequente na população, qualquer medida indicada numa fase que a doença ainda não gerou sintomas é muito importante”, destaca. 

 

Veja também: Prevenção do câncer de intestino

 

 

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