Lipedema: o que é, sintomas e tratamento

visão posterior das coxas com lipedema

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Publicado em: 22 de setembro de 2023

Revisado em: 25 de setembro de 2023

O lipedema é caracterizado pelo acúmulo de gordura nas pernas e atinge principalmente o sexo feminino. 

 

O lipedema é uma doença vascular crônica que causa o aumento desproporcional de gordura nas pernas e algumas vezes nos braços, provocando dor na região afetada. A doença tem causas genéticas e atinge principalmente as mulheres em idade reprodutiva. 

Pessoas com lipedema normalmente apresentam tronco “fino”, com aumento de gordura abaixo da cintura, mas sem atingir os pés. É diferente do linfedema, condição que aumenta a circunferência da perna por acúmulo de líquidos e compromete todo o membro (na maioria das vezes de forma unilateral), incluindo o pé.

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Sintomas e possíveis complicações do lipedema

Os sintomas do lipedema podem incluir desconforto, cansaço, hematomas frequentes, edemas (inchaço) e dor nas pernas e outras regiões afetadas. 

“Mas a queixa principal é, sem dúvida, o desconforto estético, que impede que a paciente use roupas que mostrem suas pernas. Também muito se fala sobre os transtornos psicológicos causados pelo lipedema, entretanto, as pesquisas sugerem que as alterações psicológicas precedem o evento e podem levar ao aumento de peso que, por sua vez, piora o lipedema”, afirma Lidiane Rocha, especialista em angiologia e cirurgia vascular e membro da Comissão de Flebologia Moderna da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP).

“Pacientes com lipedema são mais suscetíveis a lesões das articulações. Em casos mais avançados, podem ter dificuldades na marcha e consequente atrofia muscular”, completa Mauro Figueiredo Carvalho de Andrade, cirurgião vascular e membro do Departamento de Doenças Linfáticas da SBACV-SP. 

Além disso, de acordo com o especialista, a doença evolui em cinco estágios: inicia-se pela região pélvica e segue por quadris, nádegas, coxas e pernas, com possibilidade de acometer o sistema linfático. “Não é muito claro o mecanismo exato desta lesão linfática. Também, devido ao mau funcionamento da musculatura da perna, pela restrição física provocada pelo lipedema, o sistema venoso dos membros inferiores pode apresentar função inadequada.”

 

Diagnóstico e tratamento 

O diagnóstico do lipedema é predominantemente clínico, mas o exame de ultrassom pode ajudar a dimensionar a extensão do problema. 

O lipedema não tem cura, mas o tratamento busca aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com a doença. 

Segundo a dra. Lidiane, é muito importante manter o controle do peso, ter uma alimentação rica em fibras e proteínas e evitar o excesso de laticínios e carboidratos. “A atividade física deve ser constante com exercícios aeróbicos e de musculação. O acompanhamento psicológico também auxilia na manutenção da dieta e na aceitação do biotipo quando este não limita a vida diária. A cirurgia (lipoaspiração) é reservada para os casos mais avançados, em que a mudança dos hábitos não foi satisfatória”, explica.

Em alguns casos, pode ser recomendado o uso de meias de compressão. É importante sempre seguir as orientações médicas. “As meias normalmente usadas para o tratamento de edemas de membros inferiores (em doenças venosas não avançadas, por exemplo) são meias tecidas com malhas circulares. Em pacientes com lipedema, o uso recomendado – aliado ao acompanhamento médico – é o de meias elásticas com baixo estiramento (menor elasticidade), obtidas quando o material da fabricação é a malha plana. É um tipo de tecido menos extensível, mais robusto, confortável e se adapta melhor ao formato do membro afetado”, esclarece o dr. Mauro. 

Os especialistas que tratam o problema normalmente são angiologista ou cirurgião vascular. Mas também pode ser necessário acompanhamento com outros profissionais, como nutricionista e fisioterapeuta, por exemplo.

“Apesar de antiga, [o lipedema] ainda é uma doença mal diagnosticada que carece de atenção. Cabe a nós, profissionais da saúde, termos um olhar atento ao diagnóstico, mas, sobretudo, uma condução empática da dor emocional de cada paciente, diante de uma doença que tem melhora, mas não cura definitiva”, completa a médica.

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