Bulimia nervosa - Portal Drauzio Varella
Ilustração com uma silhueta de cabeça com cérebro à direita e junk food à esquerda.
Publicado em 13/04/2011
Revisado em 03/05/2024

Bulimia é um distúrbio que se caracteriza por episódios recorrentes e incontroláveis de consumo de grandes quantidades de alimentos.

 

Bulimia é um distúrbio que se caracteriza por episódios recorrentes e incontroláveis de consumo de grandes quantidades de alimentos, geralmente com alto teor calórico, seguidos de reações inadequadas para evitar o ganho de peso, tais como indução de vômitos, uso de laxativos e diuréticos, jejum prolongado e prática exaustiva de atividade física.

Nos portadores de bulimia, não é a magreza que chama a atenção. Em geral, são mulheres jovens de corpo escultural, que cuidam dele de forma obsessiva. Seguem dietas rigorosas. De repente, perdem o controle e ingerem uma quantidade absurda de alimentos, na maior parte das vezes, às escondidas. Depois, são tomadas por sentimentos de remorso ou culpa.

Os recursos de que se valem para não engordar provocam complicações no organismo. Por exemplo: destruição do esmalte dos dentes, inflamação na garganta, sangramentos, problemas gastrintestinais, arritmias cardíacas, desidratação etc.

 

Veja também: Dr. Drauzio comenta sobre bulimia

 

A principal diferença entre anoréxicos e bulímicos é o estado de caquexia (extrema desnutrição) a que podem chegar pacientes com anorexia.

 

Causas

 

São as mesmas da anorexia. Entre elas destacam-se predisposição genética, a pressão social e familiar e a valorização do corpo magro como ideal máximo de beleza.

 

Sintomas

 

São sintomas da bulimia nervosa:

 

  • Ingestão exagerada de alimentos em curtos períodos de tempo sem o aumento correspondente do peso corporal;
  • Vômitos autoinduzidos por inversão dos movimentos peristálticos ou colocando o dedo na garganta;
  • Uso indiscriminado de laxantes e diuréticos;
  • Dietas severas intermediadas por repentinas perdas de controle que levam à ingestão compulsiva de alimentos;
  • Distúrbios depressivos, de ansiedade, comportamento obsessivo-compulsivo, automutilação;
  • Flutuação de peso corpóreo;
  • Distorção da autoimagem e baixa autoestima.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico da doença nem sempre é fácil, porque os sintomas não são evidentes como os da anorexia. Por isso, o levantamento da história do paciente, seus hábitos alimentares e a preocupação constante com o peso são dados que precisam ser cuidadosamente observados. Além disso, segundo o DSM.IV, o manual de diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais, a pessoa precisa apresentar dois episódios por semana de ingestão descontrolada de alimentos, durante três meses no mínimo, para ser classificada como portadora de bulimia nervosa.

 

Tratamento

 

O tratamento da bulimia nervosa exige acompanhamento de equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, psiquiatras, nutricionistas. Medicamentos antidepressivos podem ser úteis, especialmente se ocorrerem distúrbios como depressão e ansiedade. Da mesma forma, a psicoterapia cognitivo-comportamental tem mostrado bons resultados a longo prazo, especialmente quando associada ao uso de antidepressivos e estabilizadores do humor.

Infelizmente, não se conhecem métodos eficazes para prevenir patologias como a bulimia e a anorexia. Certamente, o empenho da sociedade para mudar certos valores estéticos ligados ao culto do corpo e à magreza traria benefícios importantes para a saúde.

 

Recomendações

 

Se você é portador/a de bulimia:

 

  • Não se acanhe, procure assistência médica; geralmente, os pacientes sabem que são portadores  do distúrbio, mas procuram esconder sua situação da família e dos amigos;
  • Saiba que a restrição alimentar rígida e continuada aumenta o risco de fases de absoluto descontrole alimentar;
  • Informe-se sobre os riscos a que se expõem os portadores de bulimia sem tratamento.

Se uma pessoa de suas relações é portadora de bulimia:

 

  • Lembre que críticas não ajudam a resolver o problema; aliás, só servem para comprometer mais ainda a autoestima do paciente;
  • Procure orientação para saber como lidar com o/a portador/a de distúrbios alimentares;
  • Admita que, às vezes, a família inteira pode precisar de acompanhamento terapêutico.
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