Uso nocivo do álcool | Artigo - Portal Drauzio Varella
Publicado em 18/04/2011
Revisado em 11/08/2020

O uso moderado de álcool pode trazer benefícios, mas a quantidade de bebida que constitui o tal “uso moderado” varia de acordo com o sexo, idade, etnia, características genéticas, peso corpóreo e doenças coexistentes. Veja artigo do dr. Drauzio sobre uso nocivo do álcool.

 

O alcoolismo é uma doença crônica que evolui de forma lenta. O pico de instalação da dependência ocorre precocemente: em média, aos 18 anos.

O uso moderado de álcool pode trazer alguns benefícios, mas a quantidade de bebida que constitui o tal “uso moderado” varia de acordo com o sexo, idade, etnia, características genéticas, peso corpóreo, doenças coexistentes e com outros fatores.

 

Veja também: Uso do álcool no dia a dia

 

Os estudos mostram que homens com menos de 34 anos e mulheres abaixo de 45 anos, que não tomam bebidas alcoólicas, apresentam os índices mais baixos de mortalidade.

Depois dessas idades, a mortalidade é mais baixa entre homens que tomam até cinco drinques por semana, e mulheres que não tomam mais do que dois.

Vamos deixar claro o que é considerado um drinque. Um drinque deve conter uma quantidade de álcool entre 12 e 14 gramas. Essa massa de álcool está contida em aproximadamente uma lata de cerveja de 350 mL; uma taça com 150 mL de vinho; uma dose de 45 mL de destilado (cachaça, uísque, conhaque, vodca etc.).

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outras organizações internacionais permitiram elaborar uma tabela com quatro categorias que possibilitam avaliar a intensidade do consumo de álcool e os problemas causados à saúde.

 

Risco de alcoolismo

 

  • Para mulheres de qualquer idade e homens com mais de 65 anos: mais de sete drinques por semana ou mais de três drinques por ocasião;
  • Para homens de até 65 anos: mais de 14 drinques por semana ou mais de quatro drinques por ocasião.

Esse tipo de uso pode não causar consequências imediatas, mas a probabilidade de surgirem problemas físicos, psicológicos ou sociais cresce se houver aumento dos níveis de consumo.

Os riscos associados ao aumento do número de drinques em cada ocasião incluem acidentes, traumas e envolvimento em atos de violência. Aqueles devidos ao aumento do número de drinques semanais podem levar à cirrose, câncer e outras doenças crônicas.

Risco de alcoolismo é o termo usado para caracterizar o espectro de usos exagerados, mas que exclui a dependência química. Cerca de 1/3 dos que pertencem a esta categoria, no entanto, corre risco de desenvolvê-la no futuro.

 

Problemas com o álcool

 

Quando o consumo de álcool é nocivo e acompanhado de consequências físicas e psicológicas mais graves, mas que ainda não preenchem os critérios de alcoolismo. Geralmente, nessa categoria estão excluídos os casos em que existe dependência.

 

Uso abusivo/nocivo

 

Quando ocorrem recidivas dos seguintes problemas, nos últimos 12 meses: incapacidade de cumprir as obrigações; abuso de álcool em situações que exigem atenção, habilidade e coordenação motora; litígios legais relacionados com o álcool; problemas de relacionamento interpessoal/social causados ou exacerbados pelo álcool.

 

Dependência de álcool / alcoolismo

 

Distúrbios clínicos significativos na presença de três ou mais dos seguintes problemas: tolerância; crises de abstinência; gastar boa parte do tempo para ter acesso ao álcool ou para recuperar-se de seu efeito; reduzir ou interromper atividades importantes por causa do álcool; beber mais e por mais tempo do que o planejado; esforços fracassados para tentar reduzir ou controlar o uso; continuar a beber apesar dos problemas físicos e psicológicos causados ou exacerbados pela bebida.

Os limites citados não valem para crianças, adolescentes, mulheres grávidas, pessoas tomando medicações que interagem com o álcool, que operam máquinas ou que são portadoras de enfermidades afetadas pelo álcool (hepatites crônicas, pancreatites, gastrites etc.). Nesses casos, a indicação é de abstinência.

Pessoas que tomam cerca de 20 drinques por dia, costumam apresentar crises de abstinência ao parar de beber.

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