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mulher mede pressão intraocular para verificar diagnóstico de glaucoma
Publicado em 12/04/2011
Revisado em 23/10/2023

Os fatores de risco para o glaucoma são a hereditariedade, o diabetes, traumas oculares e a idade superior a 35/40 anos.

 

Glaucoma é uma doença ocular causada principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, comprometimento visual. Se não for tratado adequadamente, pode levar à cegueira.

Há vários tipos. O glaucoma crônico simples ou glaucoma de ângulo aberto, que representa mais ou menos 80% dos casos, incide nas pessoas acima de 40 anos e pode ser assintomático. Ele é causado por uma alteração anatômica na região do ângulo da câmara anterior, que impede a saída do humor aquoso e aumenta a pressão intraocular.

A principal característica do glaucoma de ângulo fechado é o aumento súbito de pressão intraocular. O glaucoma congênito (forma mais rara) acomete os recém-nascidos, e o glaucoma secundário é decorrente de enfermidades como diabetes, uveítes, cataratas etc.

 

Veja também: Colírios com corticoides podem causar glaucoma secundário

 

Sintomas do glaucoma

 

A doença é assintomática no início. A perda visual só ocorre em fases mais avançadas e compromete primeiro a visão periférica. Depois, o campo visual vai estreitando progressivamente até transformar-se em visão tubular. Sem tratamento, o paciente fica cego.

De modo geral, a doença aparece com mais frequência a partir dos 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa de idade, dependendo da causa que provocou a pressão intraocular mais elevada.

 

Diagnóstico do glaucoma

 

De modo geral, dois sinais merecem a atenção: pressão intraocular acima da média e alterações no nervo ótico, perceptíveis no exame de fundo de olho. Outros fatores podem ajudar a confirmar o diagnóstico.

São pacientes de risco os negros, que têm maior propensão a desenvolver pressão alta, pessoas com mais de 35 anos e os portadores de diabetes. O histórico familiar também é importante para o diagnóstico, pois cerca de 6% das pessoas com a doença já tiveram outro caso na família.

 

Tratamento do glaucoma

 

Inicialmente, o tratamento é clínico e à base de colírios. Existem drogas por via oral que só são usadas em casos emergenciais.

Alguns tipos de glaucoma estão associados a distúrbios que requerem tratamento específico. Cessada a causa, a pressão intra-ocular regride e o problema visual desaparece. Portanto, a medicação oftalmológica é usada por prazo curto enquanto se trata a outra doença que provocou o glaucoma, por exemplo, diabetes.

O glaucoma crônico – tipo mais comum da doença – exige o uso constante de colírios pela vida inteira, porque não tem cura. Como pode ser controlado por meio de medicação, cirurgia ou raio laser, o paciente precisa ser mantido sob controle ininterruptamente.

Tratamento inadequado ou falta de tratamento podem levar à cegueira.

 

Recomendações

 

  • Consulte com regularidade o oftalmologista, principalmente a partir dos 35 anos. O diagnóstico precoce é fundamental para o controle da doença;
  • Não se descuide da adesão ao tratamento. Muitas pessoas deixam de seguir as recomendações do médico, primeiro pela ausência de sintomas, depois, porque os medicamentos são muito caros. Esse descuido pode ter graves consequências.

 

Perguntas frequentes sobre o glaucoma

 

O que é glaucoma congênito?

Também chamado de glaucoma infantil. O tipo mais comum é o glaucoma congênito primário, que se instala logo após o nascimento, ou a criança já nasce com alterações no olho provocadas por hipertensão intraocular que ocorreu durante a gestação. As manifestações clínicas aparecem no decorrer do primeiro ano de vida e se caracterizam por globo ocular aumentado e alterações na transparência da córnea, que fica branco-azulada, como se uma membrana estivesse cobrindo o olho. Essa condição é rara.

 

Existe cirurgia?

Segundo o oftalmologista Alberto Betinjane, a cirurgia deve ser o último recurso, pois implica sempre algum risco, tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório tardio. Além disso, muitas vezes a cirurgia não traz os resultados esperados. Por isso, ela deve ser evitada, desde que a doença seja controlada por meios clínicos e não cause prejuízo para a qualidade de vida do paciente.

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