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Dermatologia

Verrugas, espinhas e pelos encravados na região íntima: o que podem ser?

close em região da cintura de homem, com as mãos sobre a região íntima. verrugas genitais merecem atenção especial
Publicado em 07/11/2023
Revisado em 20/09/2024

Embora o pelo encravado seja comum nesta área, o aparecimento de verrugas genitais, por outro lado, necessita de atenção.

 

O cuidado com a saúde começa com uma boa observação do próprio corpo. Ao notar uma verruga, espinha e até mesmo pelo encravado na região íntima, é preciso atenção, em especial às verrugas ou condilomas, que são uma infecção sexualmente transmissível causada pelo papilomavírus humano (HPV).

Para explicar sobre as características distintas de verrugas genitais, espinhas e pelos encravados, suas causas e a importância do diagnóstico e tratamento corretos, conversamos com a dra. Maria Emilia De Barba, ginecologista especialista em patologia do trato genital inferior e colposcopia. 

 

O que são verrugas genitais?

A dra. Maria Emilia explica que, no vocabulário popular, a verruga também é chamada de “crista de galo” devido ao seu formato. “Na maioria das vezes, [a verruga] é elevada e rugosa; apesar de vermos verrugas de outros formatos, esse é o mais comum”, fala.

A causa das verrugas é o papilomavírus humano (HPV), transmitido por contato sexual. Podem aparecer na vulva, vagina, região anal, colo do útero e até na região da boca e faringe, tanto em mulheres quanto em homens, pois eles também podem se infectar e transmitir o vírus.

A sua cor varia de tons mais avermelhados, castanhos ou mesmo esbranquiçados devido à maceração. Já em relação ao diagnóstico, tudo começa com o exame médico. É importante salientar que algumas pessoas só têm verrugas genitais uma única vez, enquanto outras podem apresentar mais de um episódio (recorrente). 

Por isso, o diagnóstico correto e o tratamento são fundamentais. “[Os tratamentos] Devem ser prescritos por um médico e são diferentes dependendo do paciente, idade, estado imunológico, localização e número de lesões”, alerta a especialista.

Para eliminá-las, podem ser aplicados diversos tipos de tratamento, como cremes tópicos, crioterapia, remoção cirúrgica ou laser. Às vezes as verrugas desaparecem espontaneamente, mas é fundamental que o especialista avalie o paciente e indique qual o método mais adequado para cada caso.

Tratamentos autoaplicados:

  • Imunomoduladores como imiquimode e sinecatequinas (cremes). Ambos podem levar a efeitos adversos, como vermelhidão e erosão;
  • Agentes citotóxicos como a podofilotoxina (creme) também podem provocar efeitos adversos locais, principalmente nas duas primeiras semanas de aplicação.

Tratamentos aplicados pelo médico na consulta:

  • Na crioterapia, os tecidos são destruídos pela aplicação de nitrogênio líquido em baixa temperatura. Às vezes ocorrem bolhas, que desaparecem após alguns dias e raramente deixam cicatriz;
  • Ácido tricloroacético e dicloroacético que destroem verrugas por coagulação química de proteínas;
  • Remoção cirúrgica;
  • Laser CO2.

A medida preventiva mais eficaz é tomar a vacina contra o HPV, que está incluída no Calendário Nacional de Vacinação. Para além da vacina, é importante reforçar o uso de preservativos durante as relações sexuais, com penetração ou oral, e fazer exames como o papanicolau, que permitem detectar alterações celulares ou lesões que podem ser indicativas da presença de HPV e, assim, fazer um diagnóstico precoce e solucionar o problema. 

        Veja também: Eficácia e segurança da vacina contra o HPV são comprovadas

 

O que são espinhas?

As espinhas ao redor da área genital feminina são uma condição comum. A inflamação provocada por elas pode ser incômoda ​​e irritante, mas geralmente as espinhas não são graves e podem ocorrer devido ao excesso de oleosidade na pele.

A dra, Maria Emilia explica que as espinhas vaginais têm aparência semelhante às espinhas que ocorrem em outras áreas do corpo. Porém, elas podem ter características diferentes, como provocar dor, queimação ou coceira, apresentar tom avermelhado ou da cor da pele, conter pus, aparecer em grupos ou isoladas ou ter vários tamanhos.

Muitas vezes, as espinhas genitais desaparecem por conta própria. Ao notar seu aparecimento, anote quais produtos usou ou quais atividades realizou previamente, já que depilação e banheiras de hidromassagem podem, de alguma forma, afetar a área genital. 

        Veja também: Tipos de acne: quais são e como tratar?

 

O que são pelos encravados?

Os pelos encravados – na virilha, pernas ou axilas – são desagradáveis, especialmente em dias quentes, e removê-los pode ser um verdadeiro pesadelo. 

Segundo a especialista, a principal causa dos pelos encravados na virilha é a depilação: uma vez arrancados ou cortados, é possível que os pelos cresçam sob a pele em vez de saírem pelo folículo piloso. Quando isso ocorre, normalmente há alguma vermelhidão e inflamação no local, que indicam que o pelo ficou realmente encravado.

“[Pelo encravado] É diferente da verruga, que é uma lesão externa que cresce para fora da pele, o pelo normalmente cresce para dentro da pele, formando uma nodulação que pode estar inflamada ou não, e que tem a ver com o tipo de depilação utilizado, sendo comum em mulheres que fazem depilação com gilete ou com cera”, afirma a médica.

 

Como prevenir verrugas genitais, espinhas e pelos encravados?

Realize uma higiene adequada nessas áreas. É recomendado que se lave diariamente os órgãos genitais com sabonetes livres de aromatizantes ou produtos químicos muito fortes, evite colocar líquidos de limpeza dentro da vagina ou na cabeça do pênis, pois eles pode ocasionar infecções ao afetar o pH dessas áreas.

Use roupas confortáveis, evitando, assim, a compressão dos órgãos genitais ou o atrito contínuo com o tecido. Caso contrário, a região pode ficar irritada ou com suor excessivo, o que leva a maus odores ou afecções. Da mesma forma, procure lavar bem as roupas, para não acumular bactérias.

A dra. Emília reforça que é importante sempre consultar o ginecologista ou urologista, que poderá orientar os procedimentos para diagnóstico, além de indicar o melhor tratamento e acompanhamento.

        Veja também: Dicas práticas para uma boa higiene íntima

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