Peeling de fenol exige uma série de cuidados que devem começar muito antes da aplicação da solução de fenol e óleo de cróton na pele
O peeling de fenol é considerado um dos tratamentos mais eficazes contra rugas e flacidez da pele. Após passar por esse tipo de peeling, a pele envelhecida e com marcas do tempo ganha um aspecto jovem e liso. Essa descrição pode fazer os olhos brilharem. Afinal, quem não quer rejuvenescer? No entanto, o procedimento precisa ser realizado de forma adequada; caso contrário, pode ser perigoso e até causar danos à saúde.
O peeling é um tratamento que promove a renovação das células da pele por meio da descamação. Pode ser físico ou químico e agir de forma superficial, média ou profunda. O peeling de fenol é químico e atua de maneira profunda na pele.
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Esse tipo de peeling consiste na aplicação de uma solução composta por quatro substâncias, sendo as duas principais o fenol, que é absorvido rapidamente pela pele, e o óleo de cróton, que é extraído da semente de um vegetal e estimula a formação de bolhas na pele.
A combinação dessas substâncias promove uma espécie de queimadura na pele e, depois, um desprendimento da epiderme, que é a camada mais superficial da pele. A solução penetra até a derme reticular, camada abaixo da epiderme, gerando efeitos mais profundos.
A dermatologista Meire Parada, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, faz peeling de fenol em pacientes há 18 anos. Ela explica que esse tipo de peeling é o melhor para o tratamento de casos como excesso de pele nas pálpebras e rugas acima dos lábios, os famosos “códigos de barra”.
“Quando bem feito, bem aplicado e bem acompanhado, é padrão-ouro do tratamento, principalmente de rugas finas e flacidez. Quando tudo dá certo, é maravilhoso. Parece que passaram um ferro na pele, de tão lisa que fica”, brinca.
Cuidados necessários para o peeling de fenol
O peeling de fenol é um tratamento que exige uma série de cuidados que devem começar muito antes da aplicação da solução de fenol e óleo de cróton na pele.
“A agressividade e penetração das substâncias utilizadas [no peeling de fenol], que são cardiotóxicas, hepatotóxicas e também podem comprometer os rins, obrigam que o paciente seja avaliado sob esses três aspectos antes de se submeter a esse procedimento”, alerta a dermatologista.
Ou seja, o paciente precisa estar com coração, fígado e rins saudáveis, porque esse tipo de peeling pode trazer riscos graves à saúde, principalmente a pessoas com problemas relacionados aos três órgãos.
Outro cuidado importante é com a saúde mental e emocional. O peeling de fenol é uma espécie de queimadura. Assim, o paciente precisa estar consciente dos incômodos que o procedimento pode causar, tanto no momento da aplicação, por conta da dor provocada pela aplicação das substâncias, quanto no período de recuperação, quando a pessoa pode se olhar no espelho e talvez não “se reconhecer” durante semanas e até meses.
Por isso, Meire Parada chega a recomendar a seus pacientes que evitem olhar no espelho, especialmente nos 10, 15 primeiros dias após o procedimento, que é o tempo que ocorre a “troca de pele”, quando a pele queimada vai aos poucos se soltando e dando lugar à nova.
Nesse período, ela também sugere que a pessoa evite sair de casa. E, caso seja necessário, use e abuse do protetor solar. Por sinal, o produto vai ter que se tornar o “companheiro inseparável” de quem faz peeling de fenol, não só durante o tempo em que a pele fica avermelhada (entre 30 e 90 dias após o tratamento, variando de pessoa para pessoa), mas pelo “resto da vida”.
Escolha do profissional
Por fim, a dermatologista chama a atenção para o cuidado com a escolha do profissional que vai aplicar o peeling de fenol, que precisa ser um médico. “É um procedimento médico que precisa ter acompanhamento médico”, alerta.
Segundo ela, esse acompanhamento ocorre antes, com consultas e exames; durante, com a realização do tratamento em ambiente hospitalar ambulatorial, monitoramento do estado geral do paciente e, de preferência, com a presença de um anestesista; e depois, com consultas regulares.
A dra. Meire recomenda que o paciente pesquise sobre o profissional. “Ele é médico? Procure saber no Conselho Regional de Medicina. É dermatologista? É cirurgião plástico que tem capacidade para isso? Cheque na Sociedade de Cirurgia Plástica de Dermatologia”, conclui.
Sobre a autora: Fabiana Maranhão é jornalista desde 2006 e colabora com o Portal Drauzio Varella. Tem interesse por temas ligados à infância e à adolescência, alimentação saudável e saúde mental.