Cardiomiopatia hipertrófica é rara, mas precisa de cuidados


Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Cardiovascular

homem com dor no peito, em sinal de dor. leia sobre Cardiomiopatia hipertrófica

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Publicado em: 12 de julho de 2023

Revisado em: 15 de agosto de 2023

1 em cada 500 adultos sofre de cardiomiopatia hipertrófica, condição que afeta a musculatura do coração.

 

A cardiomiopatia hipertrófica é uma condição genética e hereditária que afeta a estrutura do músculo cardíaco, resultando em um espessamento anormal do ventrículo esquerdo. É uma doença caracterizada pelo crescimento excessivo e desorganizado das células que também pode dificultar o bombeamento de sangue para o organismo, ocasionando diversos problemas cardiovasculares e prejudicando a função cardíaca adequada.

Apesar de rara, um em cada 500 adultos é diagnosticado com essa patologia. Marcel Liberman, médico cardiologista, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, fellow da American Heart Association e fellow da European Society of Cardiology, explica: “A maioria dos pacientes afetados tem uma doença leve e assintomática, ocorrendo pouca progressão ao longo da vida. Uma minoria dos casos podem desenvolver sintomas como fadiga, falta de ar durante a atividade física, dor no peito, palpitações ou arritmias, e sensação de desmaio ou colapso”.

 

Principais sintomas da cardiomiopatia hipertrófica

Em alguns indivíduos, os sintomas da cardiomiopatia hipertrófica são silenciosos, o que torna a patologia responsável por muitas mortes súbitas. Por isso, para se prevenir, é necessário estar com o check-up médico em dia e reconhecer os sinais do próprio corpo.

Os principais sintomas de atenção são:

  • Dores no peito;
  • Falta de ar;
  • Cansaço e fadiga constantes;
  • Dificuldade para realizar atividades físicas;
  • Sensação de taquicardia;
  • Visão nublada;
  • Entre outros.

        Ouça: Por Que Dói? #27 | Dor no peito

 

Como a doença é diagnosticada?

O diagnóstico envolve uma combinação de exames clínicos e de imagens. “A miocardiopatia hipertrófica pode ser suspeitada no consultório do cardiologista após a análise do eletrocardiograma e definitivamente diagnosticada por um exame de imagem como o ecocardiograma (ultrassom do coração). Este pode identificar o aumento da espessura da parede muscular do coração, além de alterações estruturais, posicionais e no fluxo da valva mitral, além de eventual obstrução da via de saída do coração, especificamente do ventrículo esquerdo”, explica o dr. Liberman.

O médico complementa: “Em alguns casos uma ressonância magnética do coração pode ser necessária para confirmar o diagnóstico. Atualmente, testes genéticos também podem incrementar o diagnóstico, especialmente se uma mutação específica foi identificada em um familiar”.

 

Opções para tratamento

O tratamento é indicado de acordo com os sintomas e grau de comprometimento cardíaco. Os medicamentos podem ser prescritos para aliviar os sintomas cotidianos, enquanto intervenções mais invasivas podem ser necessárias em casos graves.

“Pacientes mais sintomáticos podem ser tratados com medicações orais, procedimentos cirúrgicos e dispositivos como a implantação de um desfibrilador e, em casos selecionados, a ablação ou retirada de parte da musculatura (miocárdio) que teve seu crescimento exagerado pela doença e que esteja ocasionando os sintomas”, detalha o especialista.

No caso do implante de um desfibrilador cardíaco, o paciente tem seus batimentos cardíacos monitorados pelo aparelho, o que ajuda a evitar uma parada cardíaca, por exemplo. Mas as visitas regulares ao médico cardiologista são essenciais para verificar o bom funcionamento do dispositivo.

Além disso, é importante que as pessoas que convivem com essa doença adotem um estilo de vida saudável, incluindo a prática de exercícios físicos moderados, evitando atividades intensas e exaustivas.

Alguns exemplos de atividades físicas indicadas:

  • Caminhada;
  • Pedalada de curta distância;
  • Natação;
  • Hidroginástica;
  • Dança;
  • Tênis.

Embora a cardiomiopatia hipertrófica seja uma condição rara, crônica e eventualmente grave, a medicina avançada tem contribuído para diagnósticos mais precoces. Isso tem melhorado significativamente o prognóstico dos pacientes que vivem com a doença, garantindo uma melhor qualidade de vida.

        Veja também: Infarto em jovens: por que acontece e como prevenir

 

Sobre a autora: Gabriella Zavarizzi é jornalista especializada em conteúdos digitais. Tem interesse em assuntos relacionados a neurociências, saúde mental, autismo, TDAH e primeira infância.

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