Batidas na cabeça: quais são os riscos e quando buscar ajuda médica - Portal Drauzio Varella
Página Inicial
Neurologia

Batidas na cabeça: quais são os riscos e quando buscar ajuda médica

Saiba quais são os sinais de que a pancada pode ser algo mais grave para a saúde.
Publicado em 11/04/2022
Revisado em 11/04/2022

Saiba quais são os sinais de que a pancada pode ser algo mais grave para a saúde.

 

Pancadas na cabeça podem acontecer a qualquer momento, em diferentes situações do dia a dia, como quedas, acidentes com quinas de móveis, entre outras. Em geral, após a pancada é comum experimentar alguns sintomas, que não indicam necessariamente uma complicação, tais como:

Já outros sintomas, como perda de consciência e sonolência intensa, são indicativos de que é necessário buscar um serviço de saúde para avaliação médica sobre a gravidade da pancada. Outros sinais também indicam a necessidade de atendimento médico: 

  • Suspeita de convulsão (a vítima se debateu ou perdeu urina);
  • Dor de cabeça intensa;
  • Diminuição de força ou alteração de sensibilidade em algum local do corpo;
  • Náuseas e vômitos;
  • Confusão mental;
  • Pescoço enrijecido;
  • Alterações nas pupilas;
  • Surgimento de novos sintomas ao longo do dia;
  • Sangramento pelo ouvido ou saída de líquido claro pelo nariz ou pelo ouvido.

Em casos de bebês, devem-se observar sintomas como irritabilidade além do normal ou falta de apetite. Para idosos e pessoas que têm doenças neurológicas, como Parkinson, o risco pode ser maior, pois seu reflexo de proteger a cabeça em uma queda, por exemplo, não é tão rápido.

Quando a pancada se estende para a região do pescoço e a pessoa apresentar dor, é importante que ela seja mantida imóvel até a chegada do atendimento. No hospital, o ideal é realizar exames de tomografia e radiografia para identificar possíveis problemas.

 

Quando o “galo” se forma

O surgimento de um “galo” indica que houve um sangramento debaixo da pele, mas não é possível descartar um sangramento intracraniano sem uma avaliação médica. O tamanho do hematoma sobre o osso do crânio não tem relação com a gravidade do trauma. 

O “galo” pode ser um bom sinal, pois indica que o sangue não vazou para o interior do cérebro. Mas caroços muito grandes e que demoram para baixar devem ser examinados, pois há risco de o crânio rachar com pancadas violentas. 

Veja também: Acidentes com crianças | Entrevista

 

Não durma após bater a cabeça

Em casos de sonolência excessiva após a batida, não deixe a pessoa adormecer. Nesses casos, é recomendado procurar atendimento médico para avaliação. Mesmo se a pancada não tiver sido intensa, continue observando o surgimento de outros sintomas preocupantes. Se não houver outros sintomas e o sono chegar com naturalidade algumas horas depois, a pessoa pode dormir. 

 

“Chacoalhadas” também apresentam riscos

Situações em que o cérebro “chacoalha” dentro do crânio, como ao sacudir a cabeça do bebê ou pisar no freio de um carro com força, podem causar dois tipos de lesões muito graves: as lesões axonais difusas e o hematoma subdural agudo.

As lesões axonais difusas são lesões microscópicas em uma parte dos neurônios que danifica as células nervosas ao longo do cérebro. A tomografia pode não identificar a lesão, e os neurônios podem morrer, causando inchaço no cérebro e aumentando a pressão intracraniana.

O hematoma subdural agudo, entre a camada média e a camada externa do tecido que reveste o cérebro, está relacionado com a desaceleração ou com o impacto do próprio cérebro dentro da caixa craniana pela desaceleração.

 

Medidas de segurança ajudam a prevenir batidas na cabeça

Alguns cuidados podem ser adotados para evitar situações de risco que causem trauma na cabeça:

  • Promova ambientes seguros para bebês, idosos e pacientes com doenças neurológicas, como o uso de protetores de quinas de móveis; 
  • No carro, sente-se no banco que tem apoio para a cabeça;
  • Nunca sacuda a cabeça do bebê;
  • Evite esportes e lutas que causem impacto na cabeça;
  • Sempre utilize equipamentos de segurança quando estiver em situações de risco;
  • Não mergulhe em águas rasas ou locais com pedras.

Veja também: Primeiros socorros | Entrevista

Compartilhe