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Drogas Lícitas e Ilícitas

Fumantes devem ir ao dentista ao menos uma vez por ano

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Publicado em 30/05/2018
Revisado em 11/08/2020

A boca sofre bastante com a ação diária da nicotina e de outros agentes químicos contidos no cigarro. Por isso, fumantes devem ir ao dentista ao menos uma vez por ano.

 

Muito se fala sobre os malefícios do tabagismo ao organismo, em especial para os pulmões. Mas a boca também sofre bastante com a ação diária da nicotina e de outros agentes químicos contidos no cigarro. Nessa região, a doença mais grave decorrente do fumo é o câncer de boca.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em cerca de 90% dos casos os pacientes são tabagistas. O risco torna-se maior porque é comum o fumante fazer uso concomitante de álcool, que ajuda a dissolver tanto a nicotina quanto as demais substâncias nocivas presentes no cigarro, aumentando sua concentração. Mais concentrados, esses compostos irritam a mucosa e favorecem o aparecimento de lesões que, com o passar do tempo, podem se tornar malignas.

Dr. Orlando Parisi, médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço do Hospital Sírio Libanês, explica que o câncer de boca acomete mais os homens (7 em cada 10) a partir dos 40 anos, por isso orienta que esse grupo se habitue a examinar a boca regularmente, pois se detectadas na fase inicial, as neoplasias de boca têm chance de cura de até 80%. “Nesses homens, toda lesão branca ou vermelha que surgir na boca precisa ser vista e acompanhada por um médico. O termo científico para tais lesões é leucoplasias com eritoplasias. São placas brancas, bem delimitadas. Aparecem na mucosa da bochecha, na língua ou no assoalho da boca.” Além das lesões, há outras alterações significativas que podem surgir nos fumantes, como mau hálito, problemas nas gengivas, boca seca e dentes escuros.

 

Veja também: O cigarro e a boca

 

Se você fuma, deve fazer um exame da cavidade oral com um dentista no mínimo uma vez ao ano. Infelizmente, no Brasil, em 85% dos casos a doença é diagnosticada quando o tumor está em fase avançada localmente ou já atingiu os gânglios do pescoço. “Nem todas as faculdades de odontologia preparam seus profissionais para identificar lesões que predispõem ao câncer. Um clínico geral também consegue fazer o diagnóstico de maneira simples, com o abaixador de língua, um jeito prático e simples de se fazer um rastreamento populacional.”

Apesar do grande número de casos – cerca de 14.700 por ano -, o potencial de prevenção da doença é alto, devido a sua forte relação com o tabagismo e a bebida. Medidas simples como não fumar e nem consumir bebidas alcoólicas em excesso, além de dar preferência a alimentos pobres em gordura e ricos em fibras, ajudam a evitar o desenvolvimento da doença.

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