Genética e exposição solar são as principais responsáveis por definir a tonalidade e a cor dos olhos, da pele e do cabelo do bebê. Entenda.
Você já deve ter conhecido um bebê que nasceu loirinho e com olhos azuis, mas mudou completamente conforme foi crescendo. O tom dos olhos, da pele e do cabelo demora alguns meses para chegar à sua coloração definitiva devido à produção de melanina.
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Cor da pele
A pele é a barreira entre o corpo e as ameaças externas, responsável também por manter a temperatura e evitar a perda de fluidos. Quando nascemos, ela é mais fina e avermelhada, porque leva tempo para se adaptar ao novo meio. A regulação da circulação sanguínea e o ajuste à temperatura e exposição solar acarretam a mudança da coloração.
“A cor da pele é determinada pela combinação da melanina e da hemoglobina presente no sangue. Eventualmente, outros pigmentos podem se depositar na pele modificando a cor, como a bilirrubina (da icterícia), os carotenoides (da cenoura, do mamão, da abóbora) e outras substâncias, como prata, ouro etc.”, explica Maria Cecília Rivitti, dermatologista e assessora do Departamento de Pediatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD.
A pele amarelada, causada pela icterícia, atinge praticamente metade dos recém-nascidos, que devem ser acompanhados pelo pediatra. Na maioria das vezes, a doença não deixa sequelas e se resolve espontaneamente.
Conforme o nenê cresce, a produção de melanina aumenta de acordo com as características genéticas dos pais. A melanina é o pigmento que dá tom a esse tecido: quanto mais melanina a pele tem, mais escura ela é. Por volta dos 6 meses de vida, a cor já deve ser definitiva.
“Ao nascer, a melanina já está sendo produzida, mas não na plenitude de sua capacidade. Ela é regulada rapidamente para oferecer proteção contra raios ultravioleta, responsáveis por cânceres de pele, rugas e manchas”, destaca a dra. Maria Cecília.
Na vida adulta, o que pode alterar essa coloração é a exposição ao sol (bronzeamento) ou doenças dermatológicas, como o vitiligo.
Cor do cabelo
O cabelo, ainda que definido pela genética, não possui uma característica tão direta. Por exemplo, o bebê pode herdar a cor do cabelo de um avô ou parente mais distante.
A melanina também cumpre seu papel nesse processo, porque a quantidade e o tipo presente nos fios capilares definem a sua coloração. Ao nascer, como ela está presente em menor quantidade, é comum que os bebês apresentem penugem clara ou até branca na cabeça.
Depois, a produção aumenta, escurecendo a cabeleira. A distribuição dos fios também pode mudar, já que o cabelo do recém-nascido é mais fino e tende a cair e ser substituído ainda nos primeiros meses. A exposição ao sol e a forma como a luz se reflete nos fios, que podem alterar sua estrutura ao longo do tempo, também influenciam em como a coloração é percebida.
“Nos idosos, os cabelos embranquecem por diminuição da produção de melanina. A idade e os padrões em que isso acontece são determinados por fatores genéticos e influenciados por estresse e deficiências nutricionais”, acrescenta a dermatologista.
Cor dos olhos
O tom dos olhos também se modifica nos primeiros meses. Os recém-nascidos costumam ter olhos azuis-escuros ou acinzentados porque a célula que produz a melanina precisa de luz para funcionar. O seu trabalho, então, só começa depois que o bebê sai da barriga da mãe.
Se a produção de melanina for reduzida, os olhos serão azuis. Se for um pouco maior, serão verdes. Caso seja uma produção grande, serão castanhos. Isso é definido pela genética, podendo também ser herdado de parentes mais distantes. Por volta dos 6 meses, a coloração dos olhos já está mais definida.
Questões genéticas, como o albinismo, podem fazer com que os olhos adquiram a tonalidade rosada devido à pouca pigmentação na íris. Ao longo do tempo, o uso de medicamentos e alguns problemas oftalmológicos também podem interferir na coloração.