Heterocromia: por que algumas pessoas podem ter olhos de cores diferentes?

Em geral, a característica não oferece riscos à saúde. Mas, em casos raros, pode sinalizar outras condições médicas. Entenda.

Compartilhar

Publicado em: 11 de novembro de 2022

Revisado em: 11 de novembro de 2022

Em geral, a característica não oferece riscos à saúde. Mas, em casos raros, pode sinalizar outras condições médicas. Entenda.

 

Henry Cavill, Mila Kunis e Kate Bosworth. O que todos esses famosos têm em comum? A heterocromia, condição em que a íris (parte colorida do olho) tem mais de uma cor, resultando em olhos multicoloridos e distintos um do outro. 

 

O que determina a cor dos olhos? 

A cor dos olhos, assim como da pele, do cabelo e demais pelos pelo corpo é definida pela melanina. Quanto mais melanina, mais escuros os olhos, que acabam mais próximos de tons castanhos por absorverem mais luz. Em contrapartida, quanto menos melanina, mais os olhos se aproximam da tonalidade azul, uma vez que refletem mais luz.

 

O papel da genética

A heterocromia atinge apenas 0,1% da população, o que faz dela uma condição rara. Ao contrário do que se pensa, ter pais ou avós com olhos claros não é determinante para carregar a característica. Isso porque a cor dos olhos se trata de uma herança poligênica, na qual vários genes atuam na definição de uma característica. No caso dos olhos, temos três principais: EYCL1, EYCL2 (o menos estudado) e EYCL3 (de mais influência). Sabe-se que a heterocromia genética, por exemplo, está relacionada a uma alteração no EYCL3.

Existem três subtipos heterocromia:

  • Heterocromia completa (heterocromia iridis): quando uma íris tem uma cor completamente diferente da outra. É o caso de quem tem um olho azul e o outro castanho, por exemplo.  
  • Heterocromia segmentar (heterocromia iridium): quando diferentes partes de uma mesma íris são de cores diferentes. Uma pessoa pode ter um olho azul, com uma pequena parte verde; e o outro completamente castanho. 
  • Heterocromia central: quando o anel externo da íris é de uma cor diferente do resto.

 

O que determina se uma pessoa terá heterocromia?

De acordo com o médico oftalmologista Marcelo Brito, um bebê pode nascer com a condição ou desenvolvê-la logo após o nascimento. Nesses casos, é chamada de heterocromia congênita. Mas também é possível desenvolver o traço depois de adulto. 

“É a chamada heterocromia adquirida. Nessas condições, é mais comum estar associado a problemas mais sérios, como inflamação da íris (iridociclite), síndrome da dispersão pigmentar, melanoma e outros tumores”, explica.  

Veja também: Como saber se algo não vai bem com os olhos do bebê

 

A heterocromia pode causar problemas de visão?

Na maioria das vezes, se trata apenas de uma peculiaridade causada por genes transmitidos de seus pais ou por algo que aconteceu quando os olhos estavam se formando. 

É comum, também, o relato de uma maior sensibilidade à luz por aqueles que possuem olhos mais claros ou a pupila mais dilatada, o que é natural, não sendo exclusivo daqueles com heterocromia. 

Mas, em casos raros, pode ser um sintoma de alguma outra condição médica, como tumores e a síndrome de Waardenburg, como ressalta o doutor Marcelo Brito. 

“A heterocromia é um dos sinais observados nessa doença genética, normalmente desde o nascimento. A síndrome de Waardenburg é um distúrbio notável por áreas irregulares de despigmentação do cabelo e da pele (provocando um aspecto “malhado”), heterocromia da íris e raiz nasal larga. A síndrome também está relacionada à surdez congênita, que ocorre em cerca de 20% dos pacientes. Por isso, é importante investigar”, pontua. 

 

Precisa de tratamento?

Por se tratar de uma característica quase que totalmente estética, sem danos para a saúde, não há tratamento para a heterocromia. Mas, caso haja incômodo ou prejuízo psicológico causados pela condição, é possível contorná-la com o uso de lentes de contato coloridas. Se for o seu caso, lembre-se de procurar um profissional para entender qual é a mais recomendada para você. 

Veja também: Cirurgia refrativa: como funciona, riscos e recuperação

Tópicos

Veja mais