A sensação de bem-estar ao fim dos treinos é tão boa que se popularizou na internet como “estar chapado de endorfina”. Conheça as suas vantagens e saiba como regular a ação dessa substância no organismo.
Quando você chega na academia sem vontade, mas sai de lá renovado, isso é o efeito da endorfina. O hormônio é produzido durante e depois da atividade física, resultando naquela sensação de bem-estar ao fim do treino. Na internet, essa experiência ganhou o nome de “estar chapado de endorfina”. Mas será que é mesmo possível se viciar nessa substância? E isso seria, afinal, um problema?
Endorfina: a molécula da felicidade
A endorfina é um hormônio produzido pela glândula hipófise. Ela provoca euforia, alivia as dores e diminui os efeitos do estresse. A sua presença ajuda a diminuir os sintomas de ansiedade, irritabilidade e agitação no dia a dia, além de melhorar a qualidade do sono e aumentar a disposição.
A atividade física é a maneira mais saudável de liberar endorfina no organismo, ainda que os seus efeitos variem de pessoa para pessoa.
“Atividades físicas mais aeróbicas, de alta intensidade, são potentes estimulantes da endorfina. A musculação também, mas depende da duração e intensidade. Só que, para quem é sedentário, uma caminhadinha ou uma ioga já ajudam a aumentar a produção básica da endorfina. E aí, claro, vai ter todo um impacto na saúde mental e física”, explica a dra. Thais Mussi, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Outros hábitos também influenciam na repercussão da produção desse hormônio, como o nível de estresse e a qualidade do sono.
“Uma noite mal dormida vai acabar diminuindo a produção no dia seguinte, porque o nível de estresse acaba aumentando. Então, se eu estou mais estressado, menos endorfina eu produzo”, diz a especialista.
É possível se viciar em endorfina?
Entre os amantes da corrida, existe uma expressão chamada “runner’s high”, que se refere a sensação de leveza, alegria e relaxamento provocada durante a prática. Segundo a dra. Thais, isso acontece porque a pessoa que tem o hábito de correr produz a endorfina em picos mais altos.
A substância vai sendo liberada gradualmente a partir do início da atividade até chegar em um limiar que provoca a sensação de bem-estar mesmo depois de horas após o fim do treino. A intensidade e a duração do exercício parecem ter grande influência na concentração da substância no sangue.
“Então, sim, a gente consegue se viciar na endorfina. Mas é um vício bom, porque te estimula a fazer mais atividade física”, afirma.
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Atividades que mais liberam endorfina e outros neurotransmissores
Como vimos, as atividades aeróbicas de alta intensidade são as principais produtoras de endorfina. É o caso, por exemplo, da corrida, do ciclismo e do hiit (um tipo de treino que alterna períodos de alta e baixa intensidade).
Além da endorfina, a prática de exercícios também produz neurotransmissores ligados à felicidade e ao prazer, como:
- a serotonina, responsável pela regulação do humor;
- a dopamina, relacionada ao sistema de recompensa;
- a adrenalina, responsável pela excitação;
- a irisina, relacionada ao equilíbrio metabólico do corpo;
- e o cortisol, responsável pelo controle do estresse.
Acontece que um tempo depois da realização da atividade física, os níveis de endorfina e demais neurotransmissores tendem a cair. Mas é possível mantê-los estáveis através de outras práticas simples no dia a dia:
“Vamos pensar assim: você fez uma hora de corrida de manhã e teve um pico de euforia. Depois, ela vai se manter, mas tende a cair. Uma meditação no meio do dia, de 10 minutos, já te ajuda a dar esse pico de novo. Exercícios de respiração também, mesmo que curtos. Essas pequenas pausas vão trazer a auto regulação de novo”, indica a dra. Thais Mussi.
Smartwatches e acessórios de monitoramento podem ajudar
A lembrança da sensação da endorfina é um grande estimulador para manter a constância nos treinos. Outras ferramentas que auxiliam nesse processo são os dispositivos portáteis, como os relógios inteligentes (smartwatches). Eles realizam o monitoramento em tempo real de fatores como a intensidade e duração do exercício, além da frequência cardíaca, do consumo calórico e do nível de esforço durante a atividade. Isso facilita a análise de quais estímulos o corpo tende a responder melhor, otimizando a produção da endorfina.
Com as novas tecnologias, muitos aparelhos podem ser usados dia e noite, monitorando até mesmo a qualidade do sono. Por estar sempre com o usuário, é importante que ele seja confortável, com longa bateria e acompanhe o seu estilo de vida em diversos ambientes. Ao identificar um pico de estresse, por exemplo, a pessoa conseguiria fazer uma pausa para realizar atividades de respiração ou meditações guiadas, modulando as próprias sensações. Sendo assim, os smartwatches se tornam um aliado.
“Eu acho que serve, sim, com toda a certeza, para dar esse feedback sobre o status geral de saúde. Aí pode ser o padrão do sono ou a questão da intensidade dos treinos. A minha condição física está em A e eu quero chegar em B. Eu estou com essa limitação, eu preciso alinhar isso aqui. Dessa forma, eu consigo otimizar o máximo possível”, exemplifica a endocrinologista.
Ela destaca, porém, que é preciso olhar para os relatórios produzidos pelos dispositivos e aplicá-los na prática. Um educador físico ou um personal trainer podem ajudar a interpretar esses dados, adaptando-os para o seu objetivo final.
Conteúdo produzido em parceria com o HUAWEI WATCH GT 5, um smartwatch com recurso exclusivo de monitoramento de emoções. @huaweimobilebr
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