O exame serve para detectar se o câncer atingiu o sistema linfático e, normalmente, é feito junto com a cirurgia de retirada do tumor.
Durante o tratamento do câncer de mama, o médico pode sugerir à paciente a pesquisa de linfonodo sentinela. Mas, afinal, o que é isso?
Antes de responder a essa pergunta, é preciso entender que existem diversos tipos de tumores de mama, e o carcinoma invasivo (não especial) é um deles. Considerado um dos tipos mais frequentes nas mulheres, muitas vezes se origina no interior dos ductos mamários.
O problema é que esse tumor consegue se proliferar e cair na corrente sanguínea, atingindo órgãos como pulmão, fígado e ossos. A partir disso, o médico pode pedir exames detalhados para detectar metástases.
Mas além de se espalhar pelo sangue, a tendência é que esse tipo de tumor se dissemine através do sistema linfático, já que a mama é repleta de vasos que transportam linfa (fluido similar ao plasma).
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Sistema linfático
O sistema linfático é uma rede de vasos que além de transportar linfa, contém, entre outras substâncias, células do sistema imunológico. As células cancerosas podem crescer nos gânglios linfáticos, principalmente naqueles localizados na axila.
“O primeiro gânglio que 95% das vezes está localizado nas axilas é o linfonodo sentinela. É ele que está na linha de frente e mais propenso a receber células cancerígenas nessa região axilar. Por isso, através da análise desse gânglio, a gente consegue saber se o tumor se espalhou pelo sistema linfático. Ele é chamado de sentinela porque ele seria como um guardião dos demais linfonodos”, explica a dra. Fabiana Baroni Makdissi, mastologista e líder do Centro de Referência da Mama do Hospital AC Camargo Cancer Center, em São Paulo.
Como é feita a pesquisa do linfonodo sentinela?
Na maior parte dos casos, a pesquisa do linfonodo sentinela é feita em conjunto com a cirurgia de remoção do tumor.
Dessa maneira, Makdissi explica que é injetado um líquido radioativo na mama da paciente (como se fosse um corante) para melhor identificação do linfonodo. A detecção tem a finalidade de predizer o estado da axila e evitar o esvaziamento axilar nos pacientes sem comprometimento metastático. “Assim que identificamos já é feita a cirurgia para extração desses linfonodos”, complementa.
Esse linfonodo vai para análise patológica e caso seja identificado algum grau de comprometimento, caberá ao cirurgião avaliar se o esvaziamento axilar é necessário.
“Até pouco tempo atrás, qualquer positividade do linfonodo significava esvaziamento axilar imediato, mas hoje isso não é mais obrigatório. Muitas vezes conseguimos manejar de outra maneira, já que é uma cirurgia radical”, finaliza a médica.