Dr. Jairo Bouer dá dicas do que fazer para ajudar alguém que tenha risco de suicídio. Assista ao vídeo.
Olá, pessoal. Eu sou o Jairo Bouer colaborando esse mês para o Entrementes do portal do dr. Drauzio Varella. Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio e a importância da gente discutir as questões de saúde mental.
No vídeo de hoje, pessoal, a gente fala sobre como abordar um amigo que você acha que pode estar em risco de suicídio. Bom, pessoal. Muitas vezes a gente sente que a gente não sabe o que fazer ou o que a gente não sabe o que falar, mas eu acho que o básico, do básico, do básico, é mostrar para o seu amigo que você está ao lado, que você está disposto a ouvir e escutar e que ele pode se abrir com você.
Eu acho que isso já faz uma tremenda diferença. Estar ao lado, estar presente, se mostrar disponível pra aquele momento, entender o sofrimento, né, ser empático com aquela dor, tudo isso faz toda diferença. Esse é o primeiro ponto. Outro ponto é: não deixe a pessoa sozinha. Se você percebe que ela tá muito inquieta, que e la tá muito agitada, que tem alguma coisa que não está legal, você enxerga nesse momento um risco iminente de suicídio, não deixe essa pessoa sozinha, fique ao lado dessa pessoa.
Uma outra dúvida que muita gente tem é: será que se eu trouxer o tema suicídio, eu aumento o desejo dessa pessoa de se matar? Não, pessoal. Então se você concretamente, imagina, percebe que tem um risco falar sobre o assunto não vai aumentar o desejo da pessoa se matar, muito pelo contrário, você pode desconstruir, você pode ajudar naquele momento a desmanchar essa pressão emocional que a pessoa tá sofrendo. Então falar sobre o assunto pode ajudar muito, sim.
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Mas, se você sente que não está dando conta sozinho do recado, tente o apoio, o suporte de um familiar dessa pessoa, ela mesma pode te indicar alguém que ela sente confiança, que ela gostaria de dividir esse sofrimento e você pode de alguma forma buscar o apoio dessa pessoa da família.
Eu comentei que é importante a gente não deixar a pessoa sozinha, e se a gente percebe que tem um risco ali muito imediato, muito sério, da pessoa tentar cometer o suicídio, procure um serviço médico de emergência, de urgência, né, o SAMU, uma unidade de pronto atendimento, se for durante o dia, até uma unidade básica de saúde, que está próxima aí da residência dessa pessoa.
Levar essa pessoa, ou fazer o contato dessa pessoa com o serviço de emergência, com o serviço de urgência, pode fazer toda diferença. Se você vive na mesma casa com essa pessoa que está em risco de suicídio, você precisa ficar atento para não deixar, por exemplo, medicamentos disponíveis alguma forma de veneno, ou enfim, de produtos com potencial de letalidade alta. Evitar o acesso dessa pessoa a facas ou armas de fogo. Isso tudo também pode fazer uma tremenda diferença.
No momento em que a pessoa age impulsivamente, ou que ela entra no estado de desespero, qualquer coisa que está a volta dela pode facilitar essa tentativa de suicídio. Então se você vive, se mora com essa pessoa, além de estar próximo, de estar presente o tempo inteiro, precisa tomar muito cuidado com o acesso dessa pessoa vai ter aos meios, aos recursos que ela pode eventualmente utilizar para tentar cometer o suicídio. Então, essas questões são muito importantes, tá, você estar ao lado, você estar presente, você estar solidário, você estar empático, você estar disposto a ouvir, pode fazer toda diferença e mais, sirva como uma ponte, um ponto de apoio para que essa pessoa acesse e se aproxime de um serviço médico nos casos de risco iminente. É isso aí.
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