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Maratona e incontinência urinária: Qual a relação?

Exercícios de médio e alto impacto podem aumentar o risco de incontinência. Saiba como fortalecer o assoalho pélvico e evitar escapes de urina.
Publicado em 31/05/2022
Revisado em 31/05/2022

Exercícios de médio e alto impacto podem aumentar o risco de incontinência. Saiba como fortalecer o assoalho pélvico e evitar escapes de urina.

 

Todo mundo sabe que a atividade física traz infinitos benefícios para a nossa saúde de maneira geral. Melhora a disposição, o sono, o condicionamento, a força e ainda ajuda na prevenção de uma série de doenças. Mas é muito importante que determinados exercícios sejam feitos com orientação profissional e tomando certos cuidados. 

É o caso da maratona – corrida de 42 km de distância. Por se tratar de um exercício de impacto, a corrida de longa distância pode aumentar o risco de incontinência urinária por esforço, em que ocorrem escapes de xixi após algum esforço, como tossir ou espirrar. 

Exercícios de médio e alto impacto podem aumentar o risco de incontinência. Saiba como fortalecer o assoalho pélvico e evitar escapes de urina.

A perda urinária é uma queixa frequente entre as corredoras, mas existem maneiras de driblar esse problema.

 

Qual a relação do exercício com a perda urinária?

Segundo Aletha Caetano, doutora em exercício e saúde da mulher e especialista em assoalho pélvico, a ocorrência da incontinência urinária em mulheres que praticam esportes é multifatorial. Portanto, devem ser levados em conta fatores como disfunções hormonais, histórico gestacional, postura, tônus muscular, hidratação, treinamento excessivo, falta de treinamento do assoalho pélvico, entre outros.

“A corrida é considerada um exercício de médio impacto para o assoalho pélvico, e as perdas de urina podem estar mais relacionadas à fadiga do que ao impacto do exercício”, explica Aletha. É o que pode acontecer na maratona, considerando que é um exercício que demanda esforço de longa duração.

“Exercícios de alto impacto são descritos como esportes coletivos e modalidades da ginástica artística. Eles podem enfraquecer o assoalho pélvico, quando este e outras estruturas associadas não se encontram preparados para a demanda repetitiva”, completa.

Exercícios de médio e alto impacto podem aumentar o risco de incontinência. Saiba como fortalecer o assoalho pélvico e evitar escapes de urina.

Por isso, é fundamental conhecer o próprio corpo e prepará-lo antes de praticar uma atividade física de impacto. 

Veja também: 3 maneiras de tratar escapes de urina

 

É possível treinar com incontinência urinária?

Nem sempre o esporte vai causar perda urinária, mas a prática pode piorar esse quadro. Contudo, não é preciso deixar de treinar por causa da incontinência urinária. O ideal é buscar orientação especializada e fortalecer o assoalho pélvico para evitar – ou pelo menos amenizar – os escapes de urina. 

“Se a mulher já perde urina, deve informar seu treinador para que o profissional possa investigar se o treinamento pode ser reorganizado e implementado a fim de melhorar os sintomas e prevenir o seu agravamento. Além disso, deve procurar uma fisioterapeuta pélvica para uma avaliação dos músculos do assoalho pélvico. Ambos os profissionais deverão estabelecer um diálogo entre si, para melhor atender a mulher corredora”, afirma a especialista.

 

Como fortalecer o assoalho pélvico

Conforme mencionado acima, a fisioterapia pélvica é uma importante aliada no tratamento da incontinência urinária, pois promove uma espécie de reabilitação do assoalho pélvico.

Além do treinamento específico dos músculos do assoalho pélvico, Aletha destaca que o profissional de educação física responsável pelo acompanhamento da corredora deve propiciar um treinamento seguro e adequado sempre considerando o assoalho pélvico na dinâmica do movimento que está sendo realizado. “Isso implicará diferentes especificidades, como por exemplo a forma adequada de realizar a respiração durante o exercício físico”, explica a especialista.

Lembre que, mesmo que a perda urinária não seja normal, o problema não deve ser motivo de vergonha. Atualmente, existem diversas alternativas para tratar a condição. Procure atendimento para saber o que é mais indicado no seu caso. Nos casos leves, até mesmo algumas mudanças de hábito podem ajudar, como controle da ingestão de líquidos e mais idas ao banheiro ao longo do dia. 

Enquanto a questão não se resolve, para fazer as atividades com mais conforto, podem ser usados absorventes específicos para a incontinência urinária, que evitam vazamentos. 

 

Conteúdo produzido em parceria com a marca Tena Brasil.

Veja também: Fisioterapia pélvica para quê? | Dicas rápidas #04

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