Formas de tratamento da rinite alérgica | Artigo

Compartilhar

Publicado em: 23 de abril de 2011

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Principais formas de tratamento da rinite alérgica incluem medicamentos, vacinas antialérgicas mas, principalmente, controle dos agentes que desencadeiam crises.

 

Cerca de 10% a 25% das pessoas sofrem de rinite alérgica, uma condição desconfortável marcada por obstrução nasal (entupimento), coriza, espirros (algumas vezes o paciente espirra mais 20 vezes seguidas) e coceira no nariz. Essa coceira pode ser na garganta ou nos olhos.

Todos os doentes apresentam tais sintomas minutos após o contato com o alérgeno, substância irritante à qual o paciente tem sensibilidade exagerada. Cerca de metade das pessoas que sofrem uma crise de rinite terá sintomas novamente cerca de 4 a 6 horas depois.

 

Principais alérgenos

 

A rinite alérgica pode causar outros problemas, como otites (inflamação dos ouvidos), sinusites (inflamação de cavidades existentes na face) e roncos (pelo entupimento do nariz) que interferem na qualidade de sono do paciente. No entanto, ele só vai apresentar esses sintomas, quando estiver em contato com as substâncias aos quais é alérgico. Essas substâncias recebem o nome de alérgenos. Quanto maior o contato, mais intensos tendem a ser os sintomas.

Poeira, pólen e alguns alimentos são substâncias que podem causar alergia. Aqui no Brasil a poeira domiciliar é o fator de risco mais importante. Ela é constituída por descamação da pele humana e de animais, por restos de pelos de cães e gatos, restos de barata e outros insetos, fungos, bactérias e por ácaros, organismos microscópicos da família dos aracnídeos.

Existem vários tipos de ácaros. Entre todos, o que mais frequentemente está relacionado com a alergia é o Dermatophagoides ssp., nome que significa “aquele que se alimenta de pele”, visto que uma de suas fontes de alimentos é a descamação da pele.

No colchão de nossas camas e nos móveis estofados de nossas casas, podem acumular-se muitos fragmentos de descamação de pele. Exatamente por essa razão, nesses locais, é grande a quantidade de ácaros, aracnídeos que vivem nas camadas profundas dos tecidos, abraçados as fibras. Ácaros não são capazes de viver sobre uma superfície lisa, por exemplo, em paredes.

Em São Paulo e outras regiões do Brasil, onde não há clara definição das quatro estações do ano, a forma de rinite alérgica que predomina é causada por ácaros, e as pessoas alérgicas, em geral, apresentam sintomas durante o ano inteiro. Já em outras regiões (como no sul do País), na primavera, quando ocorre a polinização das flores, é comum surgir um tipo de rinite alérgica chamada, nos países do hemisfério norte, de febre do feno.

Apesar do nome, os pacientes não apresentam febre e tampouco o feno é responsável pelos sintomas. Na verdade, são os fungos que proliferam nos maços de feno as substâncias que desencadeiam os sintomas.

Normalmente o paciente com rinite alérgica só apresenta os sintomas quando entra em contato com o alérgeno. Em geral, eles são proporcionais à quantidade de alérgeno a que foram expostos. Na época do inverno, costumam sofrer mais, pois acabam usando s cobertores e roupas que ficaram guardados por muito tempo e podem estar cheios de ácaros e fungos.

Além disso, esses doentes são mais susceptíveis a resfriados. Na verdade, o resfriado é uma inflamação do nariz, que compromete os mecanismos de proteção nasal, o que facilita a entrada dos alérgenos.

 

Formas de tratamento da rinite alérgica

 

O tratamento da rinite alérgica é composto por três pontos fundamentais:

a) Higiene ambiental;

b) Tratamento medicamentoso;

c) Vacinas antialérgicas.

 

Higiene ambiental

A forma mais simples de tratar alergia é evitar o contato com a substância que desencadeia os sintomas. Por exemplo, se o paciente apresenta obstrução nasal, coriza e espirros quando ingere determinado alimento, o mais fácil a fazer é deixar de comê-lo.

O problema é que não é tão fácil evitar o contato com o ácaro, a principal causa de rinite alérgica. No entanto, algumas medidas simples podem ser adotadas para diminuir sua proliferação.

A casa e principalmente o quarto onde o doente dorme devem ser limpos com bastante frequência. Infelizmente, vassoura e espanador de pó apenas espalham o pó pelo ambiente. Os aspiradores são capazes de reter alguma sujeira, porém normalmente seu filtro não é desenvolvido para limpar o ar por completo. Infelizmente, muitas vezes, o que ele faz é uma pulverização da poeira no ambiente. Aspiradores com filtros especiais e de alta eficiência existem, mas têm custo elevado.

O ideal é que não existam carpetes, cortinas, tapetes, bichos de pelúcia, almofadas, móveis e outros e utensílios que possam acumular poeira nos ambientes em que os portadores de rinite vivem. Nesse caso, o uso de pano úmido na limpeza é uma forma bastante eficaz para remover a poeira.

Deve-se também evitar o uso e contato com travesseiros e almofadas de penas. A utilização de capas protegendo os colchões e travesseiros, assim como de substâncias para eliminar os ácaros do ambiente apresentam eficácia quando aplicados corretamente.

Outro ponto importante a considerar é a existência de boa ventilação na casa e no quarto. Em ambientes ensolarados, é mais difícil o bolor (fungo) se desenvolver.

Outra medida fundamental é evitar o contato com substâncias capazes de irritar o nariz. Perfumes, produtos de limpeza, produtos para deixar os ambientes com odor agradável, fumaça de cigarro, tintas, inseticidas e poluição, são alguns exemplos de substâncias capazes de irritar o nariz, e desencadear sintomas. Outros fatores inespecíficos como as mudanças bruscas de temperatura, frio e umidade do ar são igualmente prejudiciais aos doentes com rinite alérgica.

 

Tratamento medicamentoso

A critério médico, se essas medidas não forem suficientes para controlar os sintomas do paciente, poderemos recorer à indicação de medicamentos.

Existem dois grandes grupos de drogas que podem ser usadas. Um tipo funciona preventivamente e outro apenas alivia os sintomas.Do ponto de vista farmacológico, dispomos de descongestionantes, anti-histamínicos, estabilizadores de membranas, e corticosteroides.

Cada uma dessas drogas atua de forma diferente, e nenhuma é isenta de efeitos colaterais que, algumas vezes, podem ser graves. Por isso, o ideal, é não realizar automedicação e procurar seu médico.

 

Vacinas antialérgicas

Quando o tratamento para rinite alérgica feito nestas condições (higiene ambiental e medicamentos) falha, pode-se associar o uso de vacinas antialérgicas. Esse tratamento é longo, porém, quando feito corretamente, diminuí a sensibilidade do doente àquela substância ao qual era alérgico. Muitas vezes, chegamos ao ponto em que não há mais necessidade do uso de medicamentos.

Veja mais