Perda de peso e falta de apetite são sinais de tumores mais avançados

Efeito colateral do tratamento, efeito secundário ao estresse, desgaste emocional e dor podem impactar na alimentação.

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Publicado em: 22 de setembro de 2022

Revisado em: 26 de setembro de 2022

A perda de peso pode ser efeito colateral do tratamento ou efeito secundário a estresse, desgaste emocional e dor.

 

Pacientes em tratamento oncológico, principalmente aqueles que estão em fase mais avançada da doença, necessitam de acompanhamento nutricional por conta de um fator importante: a perda de peso, que, aliada à falta de apetite, pode evoluir para um quadro grave de desnutrição, denominado caquexia.

Verificada em 40% das pessoas com câncer e em 80% das pessoas hospitalizadas com tumores malignos, a caquexia dificulta o tratamento e responde por 20% das mortes causadas pelo câncer.

Apesar de esses sintomas serem mais prevalentes em pacientes com câncer em estágio avançado, nos casos dos tumores do trato gastrointestinal, como de intestino, pâncreas, esôfago e fígado, o emagrecimento costuma ser um dos sinais mais perceptíveis da doença. 

Isso porque o próprio tumor pode dificultar a alimentação, principalmente quando impede o uso adequado do trato digestivo devido a aftas, obstrução, compressão, náuseas, vômitos, distensão do abdômen e diarreias. 

“Por isso, é importante acompanhar a perda de peso nesses pacientes, principalmente se começam a perder mais de 10% do peso que tinham antes do início do tratamento. Mas é importante ressaltar que mesmo para as neoplasias do trato intestinal, quando diagnosticadas precocemente, nós conseguimos realizar um manejo nutricional e o indivíduo não perde peso, nem massa magra”, avalia Graziela Dal Molin, oncologista da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo. 

 

Perda de apetite

Segundo o oncologista Drauzio Varella, a falta de vontade de comer é uma das cinco queixas mais frequentes nas fases avançadas do câncer.

“Existem diferentes causas para a perda de apetite, como efeito colateral do tratamento, efeito secundário ao estresse e ao desgaste emocional, além da dor”, diz ele. 

Ademais de constituir fator prognóstico relevante, a perda do apetite é fonte permanente de preocupação familiar. 

“Nas fases avançadas, além da perda de apetite, a sarcopenia, que é a perda de massa magra, é o que mais preocupa, devido aos altos índices de mortalidade, pois torna o paciente mais suscetível a infecções”, esclarece Débora Gagliato, oncologista da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo. Além disso, há uma piora na resposta ao tratamento, pois a medicação é calculada baseada no peso corpóreo. 

 

Ganho de peso

Por outro lado, ainda segundo a oncologista Graziela Dal Molin há tumores que fazem com que os pacientes acabem, muitas vezes, ganhando peso, como é o caso do câncer de mama

Isso porque alguns quimioterápicos podem induzir a paciente à menopausa precoce, o que contribui para o aparecimento de uns quilos a mais na balança. Isso ocorre porque o metabolismo, durante esse período, acaba ficando mais lento, e há significativas alterações na estrutura corporal que levam o organismo a perder massa muscular e a ganhar gordura.

“A quimioterapia pode aumentar a fome nesses pacientes. Além disso, o uso de corticoides para manejar alguns sintomas também causa efeito sobre o apetite. Nesses casos, também é muito importante a avaliação nutricional. Se a pessoa tem condições, é importante manter atividade física durante o tratamento, inclusive para ganhar massa magra em vez de gordura”, finaliza a médica. 

Veja também: Por que o risco de câncer aumenta com a idade?

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