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Oftalmologia

Silencioso, glaucoma atinge 1 milhão de pessoas no Brasil

rapaz faz exame de visão. incidência do glaucoma no país é de 1 milhão de pessoas
Publicado em 24/05/2013
Revisado em 11/08/2020

A incidência do glaucoma, doença crônica que pode afetar gravemente a visão, é de 1 milhão de pessoas no Brasil.

 

 

Há quem não consiga nem mesmo imaginar como seria viver como os 582 mil brasileiros que não conseguem enxergar. Pela importância que damos ao sentido da visão, o que se deduz é que os olhos recebem o devido cuidado, mas segundo uma pesquisa do Ibope, divulgada em 2013 e encomendada pela Sociedade Brasileira do Glaucoma, 1/3 dos brasileiros com mais de 16 anos nunca foi ao oftalmologista.

Os dados servem para alertar a respeito do glaucoma, uma doença silenciosa que atinge 2% dos brasileiros acima dos 40 anos (cerca de 1 milhão de pessoas). O risco de desenvolver a doença chega a triplicar após os 70 anos.

 

Veja também: Orientações do dr. Drauzio sobre o glaucoma

 

Dr. Vital Paulino Costa, presidente da Sociedade Brasileira do Glaucoma e chefe do Setor de Glaucoma da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), reforça que ir ao oftalmologista é imprescindível para detectar a doença, já que o glaucoma não causa sintomas. “A única maneira de diagnosticar [o glaucoma] é fazendo o exame de pressão ocular. Caso exista alteração, o médico vai pedir um exame completo, chamado ‘campo visual’. Por isso, incluir uma consulta ao oftalmo nos exames de rotina é fundamental.”

O glaucoma é uma doença hereditária progressiva causada pelo aumento da pressão intraocular, que acaba lesionando o nervo óptico. Em 80% dos casos, se não for tratado, pode evoluir para perda total da visão. Descobri-lo tardiamente também pode ser perigoso. “O paciente pode ter perdido muito do campo visual. Há casos em que a pessoa começa a sentir dificuldade para se locomover. Ela não nota obstáculos no meio do caminho porque a visão já está danificada.”

Algumas pessoas merecem atenção redobrada por apresentarem predisposição para a doença: indivíduos acima dos 40 anos, parentes de pacientes com glaucoma, pessoas de etnia negra ou afrodescendentes (a incidência da doença é quatro vezes maior nesse grupo), míopes que utilizam lentes acima de seis graus e diabéticos que já tiveram traumas ou doenças intraoculares.

Costa lembra que o excesso de uso de cortisona também pode contribuir para o surgimento da doença, principalmente se a droga for aplicada diretamente nos olhos, pois seu princípio ativo pode diminuir a produção de humor aquoso, líquido incolor responsável por regular a pressão interna do olho.

Diagnosticado o glaucoma, o primeiro passo é reduzir a pressão do olho. “Para isso é empregada terapia com colírios. Se não for eficaz, lança-se mão de tratamento com laser. Se mesmo assim não houver melhora, então recorre-se à cirurgia.”

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), são registrados 2,4 milhões de novos casos anualmente, somando 60 milhões de pessoas em todo o mundo.

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