Adesão ao tratamento do glaucoma é essencial para evitar cegueira

menina faz exame de olho para verificar glaucoma

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Glaucoma é uma doença crônica, por vezes assintomática, que, sem o tratamento adequado, pode levar à perda da visão.

 

O glaucoma é uma doença séria e muitas vezes silenciosa, responsável por 12% dos casos de perda de visão em adultos. O problema ocorre quando há uma elevação da pressão intraocular (pressão no interior dos olhos), o que acaba danificando as fibras do nervo óptico — responsável por enviar ao cérebro as informações visuais.

 

Veja também: Colírios com corticoide podem causar glaucoma secundário

 

A doença pode se desenvolver durante meses ou anos sem apresentar nenhum sintoma, que só aparece na fase mais avançada, quando a pessoa começa a esbarrar nos objetos e perde a visão periférica (ela continua enxergando bem o que está à frente, mas não vê o que está na lateral).

Na maioria dos casos, o glaucoma atinge os dois olhos, e a herança genética tem grande influência no aparecimento da doença. Outros fatores de risco incluem ter mais de 40 anos, com histórico familiar da doença, diabetes, afroascendência e pressão intraocular elevada. Pessoas com essas condições devem se submeter a um exame oftalmológico anualmente, mesmo que estejam enxergando bem.

É importante destacar que existem vários tipos de glaucoma. Segundo o oftalmologista Alberto Betinjane, para alguns deles, há como explicar o aumento da pressão intraocular; para outros tipos, não. O glaucoma crônico simples ou glaucoma de ângulo aberto, que representa mais ou menos 80% dos casos e incide nas pessoas acima de 40 anos, pode ser explicado por uma alteração anatômica que, com o passar dos anos, ocorre na região do ângulo da câmara anterior. Ela impede que o humor aquoso (líquido incolor responsável por regular a pressão do olho) saia normalmente e o resultado é um aumento de pressão interocular.

 

Tratamento do glaucoma

 

Como toda doença crônica, o tratamento do glaucoma é diário e contínuo e consiste na aplicação de colírios que baixam a pressão intraocular. O grande problema é que, na maioria das vezes, a adesão ao tratamento é baixa.

Segundo o oftalmologista Alberto Betinjane, como o glaucoma não provoca sintomas, a pessoa pode não se dar conta da gravidade do problema. “A falta de aderência ao tratamento pode estar associada a outros fatores, principalmente a fatores econômicos, porque os remédios são muito caros e a maior parte da população brasileira tem baixo poder aquisitivo.

Os remédios são muito caros e a maior parte da população brasileira tem baixo poder aquisitivo.

Por outro lado, a ausência de sintomas faz com que o paciente se esqueça de pingar o colírio adequadamente. Em certas situações, é necessário pingar dois ou três colírios por dia, com intervalo de três a quatro horas entre as aplicações, o que dificulta a aderência. Infelizmente, com isso a doença avança e a pessoa só tem noção de sua gravidade quando a lesão está muito avançada”, completa o médico.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece exames para detectar o glaucoma, além de fornecer alguns tipos de colírios. Mas é importante conversar com seu médico a respeito da doença. Entre os exames indicados estão:

  1. Tonometria para medir a pressão intraocular;
  2. Ampimetria, que permite avaliar como e se o glaucoma afetou o campo de visão;
  3. Oftalmoscopia ou exame do fundo de olho;
  4. Gonioscopia, que capta a sensibilidade das áreas visuais de cada olho através de um gráfico.

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