Quais exames podem diagnosticar a menopausa?

Alguns exames podem auxiliar no diagnóstico. Além disso, é preciso estar atento aos exames de acompanhamento durante o período da menopausa em si. Entenda.

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Publicado em: 17 de março de 2023

Revisado em: 16 de março de 2023

Alguns exames podem auxiliar no diagnóstico. Além disso, é preciso estar atento aos exames de acompanhamento durante o período da menopausa em si. Entenda.

 

Menopausa. Essa é uma palavra que pode assustar muitas mulheres, e não é por menos: todo o corpo passa por um processo de mudanças intensas, que atingem desde o físico até o psicológico. Mas é possível passar por esse período de maneira tranquila, principalmente ao entender como e quando a menopausa chega.

Para ajudar a identificar o início desse novo ciclo, é importante conhecer os seus sintomas e, ao identificá-los, procurar a ajuda de um especialista. Os mais comuns são:

  • ondas de calor;
  • problemas para dormir;
  • fadiga;
  • irritabilidade;
  • queda na libido e ressecamento vaginal;
  • perda muscular e ganho de peso.

Alguns exames podem auxiliar no diagnóstico. Além disso, é preciso estar atento aos exames de acompanhamento durante o período da menopausa em si. Entenda.

Vale lembrar, também, que o diagnóstico conclusivo da menopausa só ocorre um ano após a última menstruação. Nos meses ou anos que antecedem essa interrupção do ciclo menstrual, é vivido o período do climatério, no qual esses sintomas aparecem, mas a menstruação ainda está ativa, mesmo que irregular. A dra. Carla Iaconelli, ginecologista e especialista em reprodução humana, explica o processo.

“Em média, cinco anos antes da menopausa, a mulher começa a passar pelo período de transição menopausal (climatério), quando surgem os sintomas. Em geral, eles surgem devido à diminuição da produção do estrogênio, hormônio importante para a manutenção de diversas funções do organismo feminino.”

Além disso, o diagnóstico é essencialmente clínico, com base nas queixas feitas no consultório médico. O profissional então vai avaliar o quadro e, se necessário, pedir exames complementares para excluir outras possíveis causas por trás dos sintomas. 

Em casos raros, pode ser pedido um exame hormonal, para medir os níveis de FSH (hormônio folículo-estimulante), que analisa a reserva ovariana disponível. Costuma ser solicitado principalmente em casos de pacientes que fizeram histerectomia (retirada do útero) ou em mulheres mais jovens, que não se encaixam na faixa etária da menopausa, mas estão apresentando sintomas. 

Alguns exames podem auxiliar no diagnóstico. Além disso, é preciso estar atento aos exames de acompanhamento durante o período da menopausa em si. Entenda.

Uma vez diagnosticada a menopausa, o protocolo muda. Durante o acompanhamento de rotina, alguns exames são realizados para identificar possíveis problemas e doenças que são mais comuns durante o período, como o surgimento de diferentes tipos de câncer, como destaca o Manual de Atenção às Mulheres no Climatério, do Ministério da Saúde. A médica comenta. 

“A gente sabe que a grande maioria dos cânceres aparece depois dos 50 anos, então o acompanhamento não vai mudar estando ou não na menopausa, fazendo ou não reposição hormonal.”

O intervalo de cada exame varia de acordo com os protocolos de saúde e da avaliação médica. Veja quais são os principais e como eles funcionam.

 

Exames de rotina

  • Colesterol: no climatério e na menopausa, é comum o aumento dos níveis do colesterol de LDL (lipoproteína de baixa densidade, na sigla em inglês), conhecido como colesterol ruim, que aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como a aterosclerose e a doença arterial coronariana. O exame é feito com uma amostra de sangue simples, e é importante para manter os níveis de colesterol sob controle.
  • Mamografia: pensando sempre na detecção precoce, a mamografia é recomendada como exame anual para todas as mulheres a partir dos 40 anos, e a recomendação se mantém na menopausa. Durante o exame, a mama é comprimida no aparelho de radiografia, que gera as imagens diagnósticas que podem revelar a presença de tumores. 

Alguns exames podem auxiliar no diagnóstico. Além disso, é preciso estar atento aos exames de acompanhamento durante o período da menopausa em si. Entenda.

  • Preventivo ginecológico: esse exame avalia a saúde do colo do útero. Ele pode indicar a presença de atrofia na mucosa, alterações no pH vaginal e possíveis traumas e lesões, que se identificadas, passam por biópsia para descartar um possível câncer.
  • Teste de Progesterona: realizado apenas após a menopausa, o exame é feito através da administração de uma medicação chamada acetato de medroxiprogesterona, durante um intervalo de 7 a 10 dias. Se houver sangramento no período em que a medicação está sendo administrada ou após sua suspensão, é indicada uma investigação adicional.
  • Ultra-sonografia pélvica: o exame pode ser abdominal (por cima do abdõmen) ou transvaginal (quando há a inserção de uma sonda no canal vaginal). Seu objetivo é avaliar o aspecto endometrial.  

Veja também: Mamografia não causa câncer de tireoide

 

Exames diferenciais

Alguns exames são recomendados apenas em cenários específicos, como apresentação de sintomas ou fatores de risco.

  • Rastreamento ovariano: o objetivo é detectar precocemente o câncer de ovário. Nesse caso, o exame só é realizado caso haja sintomas, e pode ser feito a partir do relato do(a) paciente e do exame físico, ultra-sonografia transvaginal e da dosagem do CA 125 (marcador produzido pelo corpo em alguns tipos de câncer, como o de ovário).
  • Densitometria óssea: a osteoporose tem como fatores de risco a menopausa precoce (antes dos 40 anos) e idade avançada (acima dos 65 anos). É indicada para aquelas que se encaixam nos fatores de risco, têm histórico familiar da doença, ou que tiveram/têm condições que podem afetar a saúde dos ossos (ex: transtornos alimentares, uso crônico de corticoides, síndrome de má absorção). Semelhante a um exame de raios-X, avalia principalmente a coluna lombar, o antebraço e o colo do fêmur. 

A médica explica a relação entre a menopausa e o enfraquecimento dos ossos e perda da massa magra (músculos) e como isso pode impactar na qualidade de vida. 

“Dentre as funções do estrogênio, está a manutenção da densidade óssea, ou seja, a dureza do osso e a própria produção de massa magra, que tem uma ligação íntima. O exame é importante porque, pela idade, há risco aumentado de fratura por osteoporose. Em alguns casos, pode ser recomendada a reposição hormonal para benefício da massa óssea, ou receitados suplementos como cálcio e vitamina D, além de medicamentos específicos. Tudo, é claro, analisando caso a caso individualmente.”

Alguns exames podem auxiliar no diagnóstico. Além disso, é preciso estar atento aos exames de acompanhamento durante o período da menopausa em si. Entenda.

Vale lembrar que as recomendações podem variar de caso para caso e, por isso, é importante um acompanhamento profissional regular, como ressalta a ginecologista.

“O acompanhamento deve durar para sempre. O médico ginecologista é como um clínico geral para a mulher [e homens trans], e deve ser consultado anualmente. Em caso de terapia de reposição hormonal, o ideal é que as visitas ao consultório sejam feitas em intervalos menores, a cada 3 ou 6 meses, para verificar se está correndo tudo bem e realizar ajustes caso necessário.”

E o cuidado durante a menopausa não se resume apenas a exames, mas também a mudanças de hábitos que influenciam direta ou indiretamente na qualidade de vida e no controle dos sintomas. 

“Também são importantes o acompanhamento nutricional e a prática de atividades físicas que estimulem a produção e manutenção dos músculos e o fortalecimento dos ossos, além da terapia, já que a menopausa pode vir acompanhada de questões psicológicas também. Todos os pilares da saúde devem ser acompanhados antes, durante e após a menopausa.”, conclui a doutora.

Conteúdo desenvolvido em parceria com a marca TENA.

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