Dados de dois estudos também apontam que a falta de desejo sexual e a maioria dos distúrbios têm como causa aspectos psicológicos.
Dois estudos realizados em 2013 mostram que falta de desejo sexual é uma queixa predominante entre as mulheres. Segundo um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo por meio do Cresex (Centro de Referência e Especialização em Sexologia) do hospital estadual Pérola Byington, falta ou diminuição do desejo sexual afetam 48,5% das mulheres que procuram auxílio médico por conta de disfunções sexuais.
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O resultado segue a linha de outro levantamento feito no início de 2013 pelo Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), que mostrou que a falta de libido representa o maior número de queixas registradas no Ambulatório de Sexualidade da Ginecologia, somando 65% das reclamações.
A pesquisa do Cresex foi realizada com 455 pacientes do Ambulatório de Sexologia. O HC levou em conta o público que atende todos os meses, que gira em torno de 150 a 200 pacientes por mês.
O HC constatou que, além de falta de libido, 23% sofrem de ausência de orgasmo (anorgasmia) e 13% se queixam de vaginismo (contração involuntária dos músculos próximos da vagina). O estudo no Pérola Byington também encontrou outros distúrbios sexuais. Cerca de 18,2% das pacientes avaliadas apresentavam dificuldade de chegar ao orgasmo, 9,2% tinham dispareunia (dor intensa durante a relação sexual) e 6,9%, inadequação sexual (níveis diferentes de desejo em relação ao parceiro). Vaginismo, disfunção sexual generalizada e distúrbios de excitação também estão entre as principais queixas das mulheres atendidas pelo Cresex.
Em ambos os estudos, a grande maioria dos problemas teve como causa aspectos psicológicos e socioculturais ligados ao desinteresse pelo sexo, sendo a monotonia conjugal o principal motivo. Do total de distúrbios sexuais avaliados no Pérola, apenas 13% tiveram causas predominantemente orgânicas, como alterações hormonais ou problemas originados por alguma doença.
Dessa forma, é fundamental que pacientes procurem assistência psicoterápica. Durante o tratamento, a mulher aprende a investir no relacionamento e a trabalhar sua sexualidade. A paciente passa a conhecer o corpo e aprende a se comunicar com o parceiro, inclusive para evitar o sexo por obrigação.