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Complicações que podem ocorrer na gravidez

Mulher grávida com as mãos na barriga. Detectar riscos de complicações na gravidez é fundamental
Publicado em 03/11/2020
Revisado em 03/12/2021

Detectar e tratar condições que trazem risco de complicações na gravidez é fundamental para proteger a saúde da mãe e do bebê. 

 

Gravidez não é doença, mas algumas complicações podem surgir ao longo do caminho (que dura em torno de 40 semanas). Alguns problemas são mais simples de serem resolvidos, enquanto outros demandam acompanhamento criterioso e cuidados para proteger mãe e bebê. 

No primeiro trimestre, é muito comum a mulher sentir uma série de mudanças no corpo. Muitas vezes, são sintomas como enjoo e atraso menstrual que indicam a suspeita de que ela pode estar grávida. O acompanhamento pré-natal deve ser iniciado logo após a descoberta da gestação, para monitorar tanto a mãe quanto o bebê e identificar precocemente possíveis problemas. 

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Veja a seguir complicações que podem ocorrer ao longo de toda a gravidez, incluindo aquelas que a tornam uma gestação de risco: 

 

Sangramentos

 

Pequenos sangramentos são comuns, principalmente no primeiro trimestre, e podem ocorrer após um exame pélvico ou uma relação sexual, já que o colo do útero é sensível ao toque. Porém, eles também pode ser sinal de que algo mais grave está acontecendo, como um aborto espontâneo, por exemplo, que também é comum nas primeiras semanas de gestação. Por isso, sempre que um sangramento ocorrer, é necessário buscar um serviço de saúde para verificar se está tudo bem ou se é algo que merece maior atenção.

 

Hiperêmese gravídica

 

É normal a gestante ter náuseas e vômitos frequentes durante o primeiro trimestre. Mas em alguns casos, ela pode desenvolver a hiperêmese gravídica, que causa vômitos excessivos e náuseas muito fortes. “Por isso, pode haver necessidade de tratamento imediato, que inclui fluidos intravenosos (IV) para reidratação e/ou medicamentos para reduzir náuseas e vômitos”, explica a dra. Fátima Oladejo, ginecologista e obstetra. 

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Infecções do trato urinário

 

Segundo a médica, infecções do trato urinário que costumam afetar a bexiga também são mais comuns no início da gravidez. Os principais sinais são desejo frequente de urinar, dor ou ardor ao urinar e presença de sangue na urina. “Assim que uma infecção é diagnosticada, são prescritos medicamentos que são seguros para uso durante a gravidez. Também é muito importante beber muita água, pelo menos 2 litros por dia para auxiliar o tratamento”, explica. Sem tratamento, esse tipo de infecção pode evoluir para uma infecção renal mais séria, que pode provocar dor nas costas, febre e náuseas. O tratamento inclui antibióticos e pode ser necessária hospitalização. 

 

Aborto espontâneo

 

Estima-se que uma cada cinco gestações termine em aborto espontâneo no primeiro trimestre. Os sintomas incluem sangramento vaginal, cólica semelhante à cólica menstrual, dor lombar e sinais de infecção, como calafrios e febre de 37 graus ou mais. “A maioria dos abortos espontâneos não pode ser evitada. O aborto espontâneo geralmente não é perigoso para a mulher, mas sentimentos de raiva, tristeza e culpa são comuns. Como acontece com qualquer perda, conversar com seu parceiro, família, amigos e médico sobre seus sentimentos pode ser útil”, orienta dra. Oladejo. 

 

Gravidez ectópica

 

A gravidez ectópica ou tubária acontece quando o óvulo fertilizado é implantado fora do útero, como nas tubas uterinas. Esse tipo de gestação não se desenvolve normalmente. O feto não sobrevive, e a condição pode oferecer risco à vida da mulher. Os sintomas incluem sangramento vaginal, fraqueza, tonturas ou desmaio, dor abdominal ou pélvica que pode ser repentina e aguda, constante ou ficar indo e voltando. 

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De acordo com a ginecologista, em alguns casos a gestação termina sem necessidade de intervenção. “Mas, às vezes, é necessário um tratamento medicamentoso ou cirúrgico para impedir que a gravidez progrida e coloque em risco a saúde dessa paciente”, explica. Os principais fatores de risco da gravidez ectópica são doença inflamatória pélvica (DIP), endometriose, gravidez ectópica anterior, qualquer cirurgia tubária e tratamentos de fertilidade.

 

Pré-eclâmpsia

 

A pré-eclâmpsia é uma condição que causa pressão alta na gravidez e geralmente ocorre após a 20ª semana. É um problema que merece atenção, pois pode causar complicações como parto prematuro, por exemplo, e oferece risco à vida da mãe e do bebê. Os sintomas incluem inchaço, dor de cabeça, ganho de peso e retenção de líquido. Mas nem sempre há sintomas. 

O tratamento é feito com medicamentos e acompanhamento pré-natal criterioso. A gestante precisa repousar, medir a pressão com frequência e reduzir o consumo de sal. Sem o tratamento adequado, a doença pode evoluir para eclâmpsia, uma forma mais grave da doença, que pode causar convulsões na mulher. 

 

Diabetes gestacional

 

O diabetes gestacional ocorre quando a gestante está com alto nível de açúcar no sangue. Na maior parte das vezes, não há sintomas. Por isso, é importante monitorar a glicemia, além de manter uma alimentação balanceada e praticar atividade física adequada para o período da gravidez. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos.

Se não for controlado, o diabetes gestacional também pode provocar parto prematuro ou crescimento fetal excessivo, o que pode levar à complicações na hora do parto. Além disso, a mulher tem maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 após a gravidez.

 

Gravidez de risco

 

“A gravidez é considerada de alto risco quando há complicações potenciais que podem afetar a mãe, o bebê ou ambos. Gestações de alto risco requerem tratamento por um especialista para ajudar a garantir o melhor resultado para a mãe e o bebê”, afirma a médica. 

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Os fatores que fazem uma gestação ser classificada como de alto risco podem ser condições de saúde da mulher, anteriores à gestação, ou de condições da própria gravidez e que não têm relação direta com a saúde da mãe. Veja os principais: 

  • Condições anteriores à gestação: hipertensão, diabetes, doenças autoimunes, infecções crônicas (como HIV), problemas cardíacos, pulmonares ou renais e idade materna (mães que dão à luz com menos de 17 e mais de 35 anos têm maior risco de complicação. Depois dos 40 anos, o risco de aborto espontâneo e defeitos genéticos também é maior);
  • Condições da própria gestação: gestação de múltiplos, placenta prévia (condição em que  placenta cobre o colo do útero), problemas fetais e trabalho de parto prematuro (que se inicia antes de 37 semanas de gravidez).
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