Erisipela: Para contrair a bactéria é preciso ter ferida na pele

Close em pé de mulher enquanto ela faz curativos nos dedos.

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Publicado em: 23 de abril de 2019

Revisado em: 22 de outubro de 2021

Como ocorre com toda doença de pele, há dúvidas sobre a erisipela ser contagiosa, mas bactéria causadora da infecção precisa de uma porta de entrada, como ferimentos, para conseguir penetrar a pele.

 

 

Erisipela é uma infecção causada por bactérias que atingem principalmente membros inferiores (pernas e pés). Náusea, fadiga, febre e vômito são sintomas comuns, mas a principal forma de identificá-la é por meio de uma lesão avermelhada que pode provocar dor e sensação de calor ou inchaço. Na maioria dos casos a doença não traz complicações, mas sem tratamento há risco de se tornar um quadro generalizado que pode ser fatal. Como toda doença de pele, surge a dúvida: a erisipela é contagiosa?

Em 80% dos casos, o agente causador da erisipela é o estreptococo. Na maioria das vezes, a bactéria não traz risco à saúde, tanto que ela vive na pele das pessoas sem causar nenhum mal. Em casos de imunidade baixa, porém, ela pode atacar e provocar inflamações como faringite, febre reumática, amidalites, entre outras. No caso da erisipela, que se instala na pele, a bactéria precisa também de uma porta de entrada, como uma ferida, micose ou até uma picada de inseto para penetrar o tecido e provocar a infecção, que atinge a derme, epiderme e vasos linfáticos superficiais.

 

MAS AFINAL, ELA É CONTAGIOSA?

 

De acordo com a dra. Clívia Oliveira Carneiro, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), o estreptococo pode passar de uma pessoa para a outra, mas são raros os casos em que isso acontece. Infecções desse tipo acontecem somente em pacientes muito imunodeprimidos, e ainda assim são casos raríssimos. “Para contrair a bactéria é necessário ter uma porta de entrada na pele e tocar uma região infectada”, explica. Por esse motivo, é importante que os profissionais de saúde utilizem luvas e lavem as mãos, assim como familiares ou cuidadores que auxiliam nos cuidados.

 

GRUPOS DE RISCO

 

Pessoas com diabetes devem ter atenção redobrada com a doença, pois em alguns casos, principalmente quando a glicemia está descontrolada, o paciente tem perda da sensibilidade nos membros. Esse efeito ocorre principalmente em extremidades, como os pés, o que pode facilitar o surgimento de feridas imperceptíveis. Como a bactéria se aproveita desses ferimentos, a pessoa pode não notar os sintomas que indicam o início da infecção.

Pessoas com varizes, má circulação, retenção de líquido, pacientes em tratamentos imunossupressores (como quimioterapia) e obesos também fazem parte desse grupo. “Identificar se a pessoa pertence a algum grupo de risco e ajudar a controlar sua condição também faz parte do tratamento”, orienta a dra. Clívia. Mantenha sempre a higiene em dia e não negligencie machucados, frieiras, micoses ou qualquer outra possível porta de entrada.

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