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Contato com as fezes dos pombos traz risco à saúde

dois pombos pousados em banco. veja os riscos do contato com as fezes dos pombos
Publicado em 01/05/2023
Revisado em 01/11/2024

Embora sejam animais aparentemente inofensivos, as infecções transmitidas pelos pombos através de seus excrementos podem ser muito perigosas. Veja os riscos do contato com as fezes dos pombos.

 

Os pombos são animais que causam alguma controvérsia. Há aqueles que gostam das aves, e ainda associam suas fezes à sorte, mas também existem os que têm verdadeira aversão aos pombos e os consideram uma fonte de doenças.

Essas aves costumam estar presentes em muitas cidades, principalmente em praças públicas, onde circulam livremente. De fato, são animais amigáveis e que não atacam os seres humanos. Porém, os pombos podem transmitir doenças, principalmente através de seus excrementos.

Flavio de Queiroz Telles Filho, médico infectologista e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que “o contato com a pele e mucosas pode ocasionar doenças alérgicas, raramente reações anafiláticas (reações alérgicas repentinas) graves”.

 

Doenças transmitidas pelos pombos

Segundo o médico, as fezes de pombos podem transmitir algumas doenças. “Entre elas: salmoneloses (intoxicação alimentar), psitacose (febre dos papagaios), histoplasmose (infecção fúngica) e a criptococose (infecção pulmonar), além de doenças alérgicas”, alerta.

Conforme explica o especialista, “a principal doença transmitida por fezes de pombos é a criptococose, transmitida pela inalação de esporos do Cryptococcus neoformans, que se desenvolvem em fezes de pombos e de outras aves (psitacídeos ou periquitos e papagaios, andorinhas, etc)”. 

Mas por que as fezes de pombo trazem perigo à saúde?

 

Excrementos de pombos: doenças e danos

Há uma explicação: as fezes de aves contêm ureia e creatinina, que são nutrientes para Cryptococcus. Portanto, quando as fezes se desidratam no ambiente, podem conter grande quantidade de esporos que, ao serem levados pela corrente de ar, podem ser inalados por seres humanos e animais.

Ainda conforme o dr. Flávio, a maioria dos humanos infectados (que inalaram o fungo), não apresenta nenhuma manifestação clínica, mas “pacientes imunodeprimidos por aids, HIV, transplantados de órgãos sólidos (rim, fígado, etc), usuários de corticosteroides e imunobiológicos podem ter mais risco de desenvolver criptococose”, esclarece.

De acordo com o infectologista, a forma mais comum da doença é a meningite (processo inflamatório das meninges) ou meningoencefalite criptocócica (infecção causada pelo Cryptococcus neoformans). Essa doença acomete 250 mil pacientes no mundo todos os anos e chega a matar 20% dos infectados, dependendo do país. 

Além disso, também pode causar sequelas graves: alterações da visão ou da audição, crises convulsivas, paralisias e até mesmo pneumonia, com menos frequência.

Outro dano causado pelos excrementos do pombo é que, em contato com a chuva, eles geram ácidos que corroem e danificam edifícios históricos.

 

O que fazer em caso de contato com as fezes dos pombos? 

Em caso de contato com excremento da ave, seja através da pele, olho ou boca, o dr. Flávio indica “lavar bem o local, apenas com água”, pois isso também evita a exposição ao pó. Porém, se sentir algum incômodo, é necessário procurar o hospital, já que estes oferecem tratamento voltados para algumas das doenças citadas na matéria.

Muitas entidades recomendam parar de alimentar os pombos em áreas urbanas, para diminuir sua população e reduzir o risco das doenças.

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