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Osteoporose em homens | Artigo

Publicado em 12/04/2011
Revisado em 11/08/2020

Osteoporose em homens, por ser muitas vezes ignorada pelos médicos, costuma trazer problemas como fraturas que poderiam ser evitadas caso fosse diagnosticada.

 

Osteoporose é um daqueles problemas médicos que o povo chama de coisa de mulher. Não é verdade, também incide no sexo masculino. Infelizmente, costuma ser subdiagnosticada, porque a maioria dos médicos não leva em conta a ocorrência dessa condição masculina.

Sem diagnóstico nem tratamento, muitos senhores de idade sofrem fraturas que poderiam ser evitadas. Nessa fase da vida, um terço das fraturas de colo de fêmur acontece em homens. Por diversas razões, 37% deles vão a óbito no período de um ano.

Depois dos 70 anos a perda óssea se acentua. Embora depois dos 80 o risco seja maior, quase metade das fraturas do colo do fêmur acontece antes dessa idade. Cerca de 20% dos que quebraram o fêmur uma vez voltam a fraturá-lo.

Fraturas de vértebras também são comuns no sexo masculino. Ao contrário das mulheres, no entanto, o risco diminui com a idade. A prevalência depois dos 65 anos cai para a metade daquela apresentada pelas mulheres.

Em 70% a 80% dos casos, as fraturas vertebrais são indolores, mas provocam diminuição da altura, disfunções respiratórias, aumentam o risco de quebrar também o fêmur, comprometem a qualidade de vida e contribuem para o aumento da mortalidade.

A osteoporose masculina frequentemente tem causas secundárias. Uso de derivados da cortisona por mais de três meses, fumo, abuso de álcool e a redução dos níveis sanguíneos de testosterona (hipogonadismo), são os principais responsáveis.

Aproximadamente 15% dos casos são atribuídos à falta de exposição ao sol que causa deficiência de vitamina D, à insuficiência hepática ou renal, à baixa ingestão de cálcio, à redução dos níveis de estrogênio (hormônio feminino importante para a manutenção da massa óssea, que os homens também sintetizam a partir da testosterona) e ao uso de inibidores de protease no tratamento da aids.

Constituem causas menos comuns: índice da massa corpórea abaixo de 20 (IMC = peso/altura x altura), falta ou excesso de exercício, diabetes, hipertireoidismo, doença do glúten, drogas contra a epilepsia ou imunossupressores usados em transplantes de órgão.

Em até 40% dos casos as causas secundárias permanecem incertas.

O diagnóstico é feito por meio da densitometria óssea, exame de imagem que compara a densidade mineral dos ossos do paciente com aquela apresentada pelos jovens e pela maioria das pessoas da mesma faixa etária. Nos homens, a densitometria óssea é recomendada a partir dos 70 anos. Nos grupos que correm maior risco as avaliações devem começar antes.

O tratamento envolve mudanças de estilo de vida e medicamentos.

Andar e fazer exercícios com pesos reduz o risco de quedas e fraturas nas pessoas de idade.

Suplementos de cálcio e vitamina D são recomendados para manter a massa óssea, especialmente naqueles cujas dietas são pobres em leite e laticínios, alimentos ricos em cálcio, e nos que não apanham sol. As doses são de 1.200 mg a 1.500 mg diárias de cálcio e de 800 a 2.000 unidades de vitamina D.

Medicamentos para aumentar a massa óssea devem ser receitados quando o resultado da densitometria cai na faixa de osteoporose. Alguns especialistas, entretanto, preferem prescrevê-los quando existe osteopenia numa pessoa que já sofreu uma fratura causada por um trauma pequeno.

A primeira opção medicamentosa são os bisfosfonatos, grupo que inclui diversas drogas, algumas de administração diária, outras de uso semanal, mensal ou semestral.

Administração subcutânea diária do hormônio das paratireoides está reservada para os casos de osteoporose mais grave, e para os intolerantes aos bisfosfonatos.

Embora limitados, os estudos sobre reposição de testosterona em pacientes com hipogonadismo demonstram que o tratamento é capaz de aumentar a densidade mineral dos ossos. Os riscos da reposição envolvem aumento benigno da próstata, apneia do sono e, talvez, câncer de próstata.

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