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Síndrome do cólon irritável | Artigo

O diagnóstico é da síndrome do cólon irritável é baseado nos sintomas, na ausência de sinais relevantes no exame físico e, principalmente, na visualização direta do intestino através da colonoscopia.
Publicado em 20/04/2011
Revisado em 29/03/2021

O diagnóstico é da síndrome do cólon irritável é baseado nos sintomas, na ausência de sinais relevantes no exame físico e, principalmente, na visualização direta do intestino através da colonoscopia.

 

Algumas pessoas experimentam sensações frequentes de desconforto abdominal, cólicas, diarreia, obstipação (prisão de ventre) e aumento dos movimentos intestinais. Muitas delas são portadoras de um distúrbio de motilidade intestinal que recebe o nome de síndrome do cólon irritável.

Para que esse diagnóstico possa ficar claro, o desarranjo precisa estar associado à sensação de desconforto abdominal e dor que não podem ser explicadas por alterações estruturais ou bioquímicas e que tenham pelo menos duas de três caraterísticas:

  • As dores diminuem com a evacuação;
  • A instalação das crises está associada à modificação da frequência das evacuações;
  • Associada à mudança no formato das fezes. Além disso, no decorrer do último ano, o desconforto ou dor abdominal deve estar presente pelo menos durante 12 semanas, consecutivas ou não.

 

Veja também: Prevenção do câncer de intestino

 

A prevalência é provavelmente bem alta: nos Estados Unidos atinge 15% dos adultos e, entre nós, é o diagnóstico mais comum dos que procuram os gastroenterologistas. A prevalência é três vezes maior nas mulheres. Não se sabe, no entanto, se é porque elas procuram atendimento médico com maior frequência.

Parecem exercer influência no aparecimento da síndrome os fatores abaixo:

  • Motilidade anormal do intestino delgado durante o jejum, contrações exageradas depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em resposta ao estresse;
  • Hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal à falta de oxigênio, distensão, conteúdo fecal, infecção e às alterações psicológicas;
  • Pacientes portadores da doença apresentam níveis elevados de neurotransmissores como a serotonina no sangue e no intestino grosso, que podem modificar a contratilidade e a sensibilidade das vísceras;
  • Infecções e processos inflamatórios podem contribuir para a instalação das crises;
  • Portadores da síndrome apresentam quadros de depressão e ansiedade mais frequentes. Crianças que sofreram abusos sexuais, físicos ou psíquicos têm mais risco de desenvolver os sintomas no futuro.

O diagnóstico é baseado nos sintomas, na ausência de sinais relevantes no exame físico e, principalmente, na visualização direta do intestino através da colonoscopia.

É preciso muito cuidado porque outras doenças podem ser confundidas com a síndrome do cólon irritável:câncer de cólon, diverticulite, obstrução mecânica, infecção, isquemia, síndromes de má absorção, doenças metabólicas e inflamatórias, endometriose e outras mais raras. O diagnóstico de cólon irritável é de exclusão, só pode ser estabelecido quando as outras causas puderem ser afastadas.

A anotação diária dos alimentos associados ao aparecimento das crises é muito útil. Piora dos sintomas pode acontecer depois da ingestão de cafeína, álcool, comidas gordurosas, vegetais que aumentam a produção de gases digestivos ou produtos que contém sorbitol, como o chiclete e as balas sem açúcar.

O tratamento das dores é feito com antiespasmódicos. Análises recentes sugerem que alguns pacientes se beneficiam com um grupo de drogas chamado de antidepressivos tricíclicos, outros com anti-inflamatórios e, nos casos mais rebeldes, até com morfina e derivados.

Para a diarreia existem diversas opções de medicamentos que aumentam a consistência do bolo alimentar e reduzem a frequência dos movimentos intestinais. Nos casos refratários, tratamento com antibióticos por tempo curto pode modificar a flora intestinal e reduzir o número de evacuações.

Quando ocorre prisão de ventre, a inclusão de fibras na dieta pode aliviar os sintomas. Os chamados laxativos osmóticos como o leite de magnésia e a lactulose podem ajudar. Além deles, há várias drogas capazes de acelerar o trânsito intestinal e diminuir a consistência das fezes.

A interação entre fatores psicossociais e a síndrome permanece especulativa. Apesar disso, terapêuticas como relaxamento, psicoterapia e exercícios físicos podem ajudar no controle dos sintomas. A síndrome do cólon irritável é uma doença comum, que precisa ser reconhecida e tratada adequadamente, uma vez que seus sintomas exercem profundos efeitos na qualidade de vida de uma parcela significativa da população.

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