Os males do mundo | Artigo

estetoscópio enrolado em globo terrestre. veja artigo sobre males do mundo

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Publicado em: 7 de outubro de 2013

Revisado em: 11 de agosto de 2020

A mortalidade está em queda em quase todo o mundo, mas alguns fatores levam na direção oposta. Veja artigo do dr. Drauzio sobre os maiores males do mundo.

 

Já aconteceu no passado. Entre nossos ancestrais australopitecíneos, que surgiram na África há 4,4 milhões de anos, a vida acabava depressa: para cada 80 privilegiados que resistiam até os 15 anos, 79 morriam antes de completar 30 anos.

Já, no Homo sapiens, que viveu na Europa entre 44 mil e 10 mil anos atrás, metade dos que sobreviviam até os 15 anos chegava aos 30.

 

Veja também: Artigo do dr. Drauzio sobre transição demográfica

 

Graças ao advento das vacinas, antibióticos, saneamento básico e à qualidade da alimentação, a expectativa de vida no século 20 duplicou em diversos países.

Fatores de risco como cigarro, consumo de álcool, sedentarismo, obesidade e nutrição inadequada, por via direta ou por ação indireta através da hipertensão arterial ou do diabetes, são os responsáveis pela maioria dos males que afligem as sociedades modernas.

Cigarro

 

A prevalência vem caindo nos países de língua inglesa, no norte e centro da Europa e na América Latina, tendência acompanhada da redução de mortes por câncer e doenças cardiovasculares. O aumento contínuo da mortalidade por câncer de pulmão entre as mulheres europeias reflete o fato de que em alguns países do sul e do leste europeu mais de 40% das mulheres fumam.

No Brasil, cerca de 15% dos adultos são fumantes, número mais baixo do que nos Estados Unidos, e muito menor do que na Europa (com exceção da Suécia), no leste da Ásia e algumas partes da África. Nos países situados abaixo do deserto do Saara a popularidade do cigarro é menor.

Fumantes ativos e passivos pagam preço alto: 6,3 milhões de mortes anuais. Mais de 6% das doenças existentes no mundo atual são provocadas pelo cigarro. É a principal causa evitável de morte.

 

Consumo de álcool

 

Beber com moderação pode reduzir a incidência de problemas cardiovasculares e de diabetes, principalmente em pessoas com fatores de risco para essas enfermidades.

Ingerir quantidades exageradas num único dia, no entanto, além de provocar acidentes, aumenta o risco de complicações cardiovasculares e cirrose hepática.

Em países produtores de vinho, como Itália ou França, o consumo de álcool diminuiu nas últimas décadas, período em que duplicou na Dinamarca e Inglaterra e aumentou em países asiáticos como Japão, China e outros.

O abuso de bebidas destiladas é a principal causa de doenças na Europa Oriental. Na Rússia e nos países da antiga União Soviética, ele é responsável por 30% a 50% das mortes de jovens e de homens de meia idade.

O mundo sai da fase das mortes precoces por doenças infectocontagiosas, para entrar em outra, caracterizada por maior longevidade, inversão da pirâmide populacional e alta incidência de doenças degenerativas.

Obesidade

 

Há associação clara entre obesidade e mortalidade geral. Ganhar peso aumenta o risco de diabetes, hipertensão, ataque cardíaco, derrame cerebral, câncer, insuficiência renal e artrite.

São poucos os países em que o peso médio dos habitantes não aumentou. A prevalência global da obesidade duplicou entre 1980 e 2008. Em valores absolutos, os maiores aumentos ocorreram nos Estados Unidos, seguidos pela China, Brasil e México. A prevalência varia de 2% em Bangladesh a mais de 60% em algumas ilhas do Pacífico.

O excesso de peso é responsável por cerca de 3,4 milhões de mortes anuais. A ele estão associadas patologias com baixas taxas de mortalidade, mas causadoras de períodos longos de incapacitação.

 

Nutrição e dieta

 

Estudos observacionais demonstram benefícios em reduzir a quantidade de sal e substituir as gorduras saturadas pelas poli-insaturadas. Dietas pobres em frutas, vegetais, grãos integrais, nozes, amêndoas e sementes acompanhadas de excesso de sal contribuem com 1,5% a 4% do total de doentes do mundo.

 

Atividade física

 

Já na década de 1950, os estudos mostravam os benefícios da atividade física. A energia gasta em movimento diminui drasticamente à medida que os países se urbanizam e se desenvolvem, fator que contribui decisivamente para o aumento das doenças degenerativas.

Está em curso um período de transição epidemiológica. O mundo sai da fase das mortes precoces por doenças infectocontagiosas, para entrar em outra, caracterizada por maior longevidade, inversão da pirâmide populacional e alta incidência de doenças degenerativas.

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