Sepse (septicemia)

Três médicos operando em uma sala de cirurgia, local mais sujeito a ocorrências de sepse.

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Publicado em: 9 de dezembro de 2014

Revisado em: 22 de outubro de 2021

A sepse é uma doença potencialmente grave desencadeada por uma inflamação que se espalha pelo organismo diante de uma infecção, podendo levar a queda da pressão arterial, falência de órgãos, entre outros sintomas.

 

Sepse ou sépsis (antigamente conhecida como septicemia ou ainda infecção no sangue) é uma doença complexa e potencialmente grave. É desencadeada por uma resposta inflamatória sistêmica acentuada diante de uma infecção, na maior parte das vezes causada por bactérias. Essa reação é a forma que o organismo encontra para combater o micro-organismo agressor. Para tanto, o sistema de defesa libera mediadores químicos que espalham a inflamação pelo organismo, o que pode determinar a disfunção ou a falência de múltiplos órgãos, provocada pela queda da pressão arterial, má oxigenação das células e tecidos e por alterações na coagulação do sangue.

O mais comum é o foco infeccioso inicial instalar-se nos seguintes órgãos: pulmões (ex: pneumonia), abdômen (ex: apendicite, peritonite, infecções biliares e hepáticas, que recebem o nome de sepse abdominal), rins e bexiga (ex: infecções urinárias e renais), na pele (ex: feridas, celulite, erisipela, aberturas para introdução de cateteres e sondas, abscessos) e no sistema nervoso central (ex: meningite).

De acordo com o grau de evolução, a síndrome pode ser classificada em 3 níveis:

  • Sepse: A resposta inflamatória provocada pela infecção está associada a pelo menos mais dois sinais. Por exemplo, febre, calafrios e falta de ar etc;
  • Sepse grave: Quando há comprometimento funcional de um ou mais órgãos;
  • Choque séptico: Queda drástica de pressão arterial que não responde à administração de líquidos por via intravenosa.

 

População e fatores de risco da sepse

 

Estão mais sujeitas a desenvolver sepse as pessoas hospitalizadas, com predisposição genética e sistema imunológico debilitado; os portadores de doenças crônicas como insuficiência cardíaca, renal e diabetes e os usuários de álcool e outras drogas. São também considerados fatores de risco áreas extensas de queimaduras e ferimentos provocados por arma de fogo ou por acidentes automobilísticos.

Qualquer pessoa, não importa a idade, pode desenvolver uma resposta inflamatória que toma conta do corpo todo. No entanto, bebês prematuros, crianças com menos de um ano e idosos acima de 65 anos constituem o grupo de risco mais suscetível ao aparecimento da síndrome.

 

 Sintomas de sepse

 

Os sintomas de sepse variam de acordo com o grau de evolução do quadro clínico. Os mais comuns são: febre alta ou hipotermia, calafrios, baixa produção de urina, respiração acelerada dificuldade para respirar, ritmo cardíaco acelerado, agitação e confusão mental.

Outros sinais possíveis da síndrome são o aumento na contagem dos leucócitos e a queda no número de plaquetas.

 

Diagnóstico de sepse

 

O diagnóstico da sepse depende de avaliação clínica e laboratorial criteriosa para identificar e tratar a doença subjacente que deu origem ao processo infeccioso.

Com esse objetivo são realizados exames de sangue, como o hemograma e a hemocultura, exames de urina e, se necessário, a cultura das secreções respiratórias e das lesões cutâneas pré-existentes. Exames de imagem, como raios X, ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética, podem ser úteis para esclarecer o diagnóstico.

 

Tratamento da sepse

 

Diagnóstico precoce e início imediato do tratamento são medidas fundamentais para o controle da sepse e suas complicações. Em geral, o acompanhamento é realizado em unidades de terapia intensiva.

Mesmo antes de identificar o agente infeccioso, são introduzidos antibióticos de largo espectro por via endovenosa, uma vez que esses medicamentos têm demonstrado eficácia contra uma variedade maior de bactérias. Essa prescrição poderá ser revista, porém, se o resultado dos exames de cultura assim o determinar. Infelizmente, esses remédios não surtem efeito se a infecção tiver sido provocada por fungos ou outro tipo de micro-organismo patogênico.

Medicamentos vasopressores, que ajudam a contrair os vasos e a estabilizar os níveis da pressão arterial, são indicados quando, mesmo depois da reposição de líquidos por via intravenosa, o paciente continua com um quadro grave de hipotensão.

Há casos, ainda, que exigem medidas de suporte, como a hemodiálise por causa da insuficiência renal, a fim de eliminar as toxinas e o excesso de líquidos, ou a ventilação mecânica para controlar a insuficiência respiratória.

 

Recomendações sobre sepse

 

O risco de contrair infecções que podem promover uma resposta inflamatória sistêmica será menor se forem respeitados os seguintes princípios básicos:

  • Lavar as mãos com frequência com água e sabão;
  • Manter o esquema de vacinação das crianças atualizado;
  • Evitar a automedicação e o uso indiscriminado de antibióticos;
  • Não interromper o tratamento antes do prazo prescrito pelo médico;
  • Lembrar sempre que a febre em crianças funciona como um sinal de alerta para procurar orientação a médica.

 

Perguntas frequentes sobre sepse

 

Sepse é o mesmo que choque séptico?

Não exatamente. O choque séptico é o estado mais avançado da sepse, que ocorre quando há queda perigosa da pressão arterial, que pode levar à falência de órgãos. No choque séptico, o risco de morte é mais elevado que na sepse.

 

É uma doença frequente?

A sepse é comum no Brasil. De acordo com informações do Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas), a sepse é responsável por cerca de 25% da ocupações nos leitos de UTI do país e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia.

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