Sedentarismo é um dos principais fatores de risco de doenças não transmissíveis - Portal Drauzio Varella
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Hipertensão

Sedentarismo é um dos principais fatores de risco de doenças não transmissíveis

homem deitado de bruços no sofá, cansado, com computador aberto. Sedentarismo causa doenças não transmissíveis
Publicado em 17/11/2022
Revisado em 17/11/2022

A falta de atividade física está associada a vários tipos de câncer e outras doenças como hipertensão, osteoporose e mais. Entenda como o sedentarismo afeta a saúde. 

 

As doenças não transmissíveis, como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares são responsáveis por 74% das mortes no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria dessas mortes, 86%, ocorre em países de média e baixa renda; boa parte poderia ser evitada com medidas preventivas que representam, também, economia para os sistemas de saúde.

Veja também: Quantas horas de exercícios físicos devo realizar?

Hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e tabagismo são as principais causas dessas doenças. A OMS considera que o sedentarismo será, durante o século 21, tão nocivo quanto o cigarro. No entanto, apenas 30% dos países avaliados em um relatório da organização divulgado em outubro têm diretrizes nacionais de atividade física para todas as faixas etárias. Ainda segundo a OMS, 500 milhões de pessoas irão desenvolver doenças não transmissíveis associadas ao sedentarismo entre 2020 e 2030. 

 

Recomendação da OMS

 

A inatividade física está associada a vários tipos de câncer, obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, osteoporose, entre outros. Porém, a cada ano, a ciência descobre mais benefícios da atividade física para a saúde física e mental.

Os exercícios físicos melhoram a capacidade cardiorrespiratória, ajudam a controlar o peso corpóreo, auxiliam na manutenção do sistema músculo esquelético, melhoram a imunidade e têm impacto positivo no desenvolvimento cognitivo e no comportamento social, principalmente quando iniciada na infância.

“Na área da cardiologia moderna, todos os trabalhos científicos publicados recentemente são unânimes em reconhecer que, para o coração, nada supera os benefícios da atividade física regular”, afirmou o cardiologista Carlos Alberto Pastore em entrevista a este Portal.

A OMS recomenda a prática de 300 minutos de atividade física por semana, que pode ser dividida em 1 hora em 5 dias da semana ou 40 minutos diariamente, ou 150 minutos de exercícios físicos moderados ou intensos semanalmente. Crianças e adolescentes devem praticar 60 minutos de atividade física moderada a intensa 5 dias por semana.

Embora qualquer atividade física, como ir a pé ao supermercado ou passear com o cachorro, seja melhor do que permanecer inativo, a OMS reforça a importância de se praticar atividade física moderada ou vigorosa.

Mas, afinal, como definir esse tipo de atividade? Na prática, qualquer atividade que aumente a frequência cardíaca e respiratória a ponto de nos sentirmos ofegantes sem perdermos o ar pode ser considerada moderada. Andar de bicicleta em terrenos planos ou caminhar com passo acelerado são exemplos de atividades físicas moderadas.

Estudos recentes têm demonstrado que a maneira como dividimos o tempo da atividade pouco importa. Realizar 15 sessões de 10 minutos de atividade moderada na semana ou 5 de meia hora, não fazem diferença, pois os benefícios na redução da mortalidade precoce são os mesmos.

Toda atividade física vale como forma de combater o sedentarismo, incluindo as caminhadas feitas entre a casa e o escritório, por exemplo. Para as pessoas com menos de 60 anos, a quantidade de passos diários recomendada para reduzir o risco de morte precoce é algo entre 8 mil a 10 mil; indivíduos com mais de 60 anos devem dar cerca de 6 mil a 8 mil passos por dia, segundo meta-análise publicada na revista “Lancet” de março deste ano.

 

O cenário do sedentarismo no Brasil

 

Ainda de acordo com a OMS, os países têm falhado nas políticas públicas de incentivo à atividade física. Para que as pessoas possam praticar atividade física, são necessárias políticas públicas de segurança, planejamento urbano, educação, saúde, entre outras. 

Também são essenciais, segundo a organização, campanhas de comunicação que divulguem os benefícios da atividade física. Em países de baixa e média renda, com grandes centros urbanos, as taxas de sedentarismo são maiores porque há menos opções de lazer seguro em áreas abertas. 

De acordo com um estudo publicado em 2019 na revista “The Lancet – Child & Adolescents Health Journal” e conduzido pela OMS com 1,6 milhão de jovens de 11 a 17 anos de 146 países, no mundo todo 81% dos adolescentes que frequentam as escolas não fazem atividade física suficiente.

A taxa de jovens sedentários brasileiros não é muito diferente da mundial: 83,6% dos adolescentes não praticam a quantidade de atividade física preconizada pela organização. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, em 2019, cerca de metade dos adultos não atingiu a recomendação mínima de prática de atividade física recomendada.

 

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