Calos e calosidades: entenda a diferença entre eles e saiba como prevenir


Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Dermatologia

planta do pé com sinais de calos e calosidades

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Publicado em: 27 de março de 2023

Revisado em: 19 de maio de 2023

Áreas endurecidas da pele, os calos e as calosidades frequentemente afetam os pés e os dedos de grande parcela da população.

 

Você já usou um sapato novo e sentiu incômodo nos pés? Ou então treinou na academia e notou saliências duras e ásperas nas mãos? Isso é resultado dos calos e calosidades, geralmente formados nas solas dos pés e entre os dedos. 

Essas camadas duras e espessas aparecem quando a pele tenta se proteger do atrito ou da pressão. Fabiane Mulinari Brenner, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), afirma que “as calosidades são mecanismos de defesa, porque se a pele não espessasse, iria ulcerar, e então ficaria uma ferida aberta”, explica.

A podóloga Merieli de Moraes Jacobs complementa que o problema é “popularmente conhecido como olho de peixe ou cravo, em que as pessoas dizem ter uma ‘raiz’. Mas o nome técnico é hiperqueratose”. 

Temos a tendência de achar que calos e calosidades são a mesma coisa, mas a diferença entre eles pode ser resumida da seguinte forma: os calos são menores e mais profundos e têm um centro duro cercado por pele inflamada. Já as calosidades são maiores, geralmente indolores, e tendem a se formar onde há pressão, como calcanhares, solas dos pés, palmas das mãos e joelhos, podendo ter formas diferentes.

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Mas por que geram incômodo?

Ao agir como um mecanismo de defesa, os calos e calosidades geram incômodos. “Há uma proliferação e a pele aumenta para se defender, o que comprime os tecidos abaixo, causando dor e desconforto”, destaca a dermatologista.

Esse desconforto, segundo a podóloga Merieli, ocorre “porque são espessamentos e excessos de pele que não deveriam estar naquele local, além de serem ásperos e salientes”, diz.

Os calos e as calosidades podem aparecer tanto nas mãos quanto nos pés, seja pelo uso de calçados inadequados, má postura, andar incorreto ou problemas ortopédicos.

Nas mãos, Merieli esclarece que podem ser causados pelo trabalho doméstico com vassouras e utensílios de cozinha, ou ainda trabalhos manuais que exijam força e causam atrito no mesmo local, como as tarefas com enxadas e martelos.

Além disso, os levantamentos de pesos nas academias e os esportes que utilizam raquetes e tacos também propiciam a formação de calosidades.

 

Existe tratamento? 

Os calos menores geralmente desaparecem por conta própria, quando se remove a pressão que os causa. Por isso, não existe remédio para a cura. Mas a podóloga Merieli comenta: “A visita regular ao profissional de podologia ajuda a sanar o incômodo. O profissional faz a remoção ou desbaste de forma simples, rápida e indolor.”

Embora não exista algo específico para o tratamento, a lavagem, secagem e aplicação de um creme hidratante próprio para os pés e as mãos pode ajudar. 

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Como prevenir calos e calosidades?

Ainda que o aparecimento seja comum, alguns cuidados podem amenizar o incômodo.

“Recomendo o uso de palmilhas e sapatos anatômicos e confortáveis, assim como a ida ao podólogo, de preferência mensalmente”, orienta Merieli. A dermatologista Fabiana concorda com a dica: “Para prevenir devemos evitar áreas de atrito repetido, colocar calçados confortáveis e proteções”, fala.

Vamos à lista dos cuidados? São pequenas atitudes que podem evitar dores no dia a dia:

  • Hidratar a pele;
  • Usar sapatos confortáveis;
  • Manter a higiene adequada;
  • Evitar ações repetitivas de fricção nas mãos e pés;
  • Se surgirem calosidades nas mãos, usar luvas de proteção durante as atividades;
  • Tratar distúrbios do movimento que afetam nossa forma de pisar e a distribuição de peso em nossas solas.

Mesmo considerado um problema simples, fique atento a qualquer alteração ou incômodo por um longo período, como, por exemplo, as verrugas virais. Afinal, um dos diagnósticos diferenciais desse sintoma pode ser o câncer de pele na região, alerta a dermatologista Fabiana.

 

Sobre a autora: Angélica Weise é jornalista e colabora com o Portal Drauzio Varella. Tem interesse por assuntos relacionados à saúde mental, atividade física e saúde da mulher e criança.

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