Cistos epidermoides

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Cistos epidermoides são lesões benignas, quase sempre indolores, da cor da pele e de crescimento lento.

 

Cistos são pequenas bolsas de paredes arredondadas, preenchidas por material líquido, fluido ou pastoso, que podem surgir em diferentes locais e tecidos do corpo, incluindo a pele.

Existem vários tipos de cistos constituídos por células da pele. Denominados cistos epidérmicos, no CID10 (Classificação Internacional das Doenças), encabeçam uma lista com outros nomes que também designam os cistos de pele e (apesar das divergências sobre a adequação da nomenclatura) inclui os cistos sebáceos, que têm origem nas glândulas sebáceas e secretam uma substância oleosa, cuja função é lubrificar os cabelos e a pele.

Veja também: Cisto pilonidal

Cistos epidérmicos, também conhecidos por cistos epidermoides, do infundíbulo folicular, de inclusão epidérmica se manifestam com maior frequência na cabeça, face, pescoço e tronco, às vezes na região genital, afetam mais os homens do que as mulheres na idade adulta e raramente se desenvolvem nas crianças.

Constituem um dos tipos mais comuns de cistos de pele

Em geral, cistos epidermoides são lesões benignas, únicas ou múltiplas, quase sempre indolores, de tamanho variado, crescimento lento e móveis, quando pressionados. Possuem consistência firme e elástica e é comum apresentarem, no centro, um ponto escuro, espécie de cravo ou comedão, indicativo da abertura do canal pilossebáceo. Usualmente da mesma cor da pele do corpo, adquirem tonalidade amarelada ou esbranquiçada quanto mais próximos estiverem da superfície.

 

Cistos sebáceos X cistos epidermoides 

 

Em geral, os cistos sebáceos e os cistos epidermoides têm origem diferentes.

Os cistos epidermoides surgem quando algumas células mortas da epiderme ou dos folículos pilosos não se desprendem completamente e penetram na derme, onde continuam produzindo queratina – proteína essencial para a formação desse tipo de cisto, e que representa quase a totalidade na formação dos folículos pilosos.

Cistos sebáceos têm origem nas glândulas sebáceas, que produzem sebo (do latim “sebum”), substância rica em lipídeos (gordura) que garante a lubrificação da pele, evita o ressecamento e tem ação bactericida.

A formação dos cistos sebáceos está diretamente ligada ao acúmulo de sebo retido nos ductos das glândulas sebáceas, quando algum traumatismo ou ferimento interrompe o fluxo natural dessa secreção.

 

Sinais característicos dos cistos epidermoides

 

Reconhecê-los facilita a identificação, o diagnóstico e permite introduzir precocemente o tratamento. Os principais sinais dos cistos epidermoides são:

  1. Nódulos pequenos, arredondados, visíveis e palpáveis sob a pele, revestidos por tecido epitelial e envoltos numa cápsula que impede sua reabsorção;
  2. Ponto escuro que obstrui a abertura central do cisto;
  3. Material denso, amarelado ou esbranquiçado, com odor desagradável, se estiver infectado, que pode escapar se o cisto do cisto rompido;
  4. Crescimento lento;
  5. Lesão assintomática;
  6. Tamanho que vai de alguns milímetros a 5cm/6cm de diâmetro;
  7. Ausência de sinais de malignidade;
  8. Consistência fibroelástica, isto é, quando pressionado, movimenta-se e retorna para a posição original.

 

Causas dos cistos epidermoides

 

  1. Causa idiopática – Nem sempre é possível esclarecer a causa da formação dos cistos epidermoides. Em alguns casos, entretanto, acredita-se que seu aparecimento possa estar associado a condições genéticas raras;
  2. Movimentação das células mortas do epitélio que compõe a camada superficial da pele em direção da derme, onde continuam se multiplicando;
  3. Irritação cutânea, traumas, ferimentos na pele ou no folículo piloso, entupimento de glândulas sebáceas, histórico de acne na família são outras possíveis causas do aparecimento dos cistos epidermoides.

 

Fatores de risco 

 

São considerados fatores de risco para o aparecimento dos cistos epidermoides:

  1. Período entre o fim da puberdade e a menopausa;
  2. Certas doenças genéticas raras;
  3. Sexo masculino;
  4. Exposição excessiva ao sol;
  5. Lesões cutâneas;
  6. Traumatismos provenientes de choques e pancadas que possam gerar um nódulo.

 

Sintomas 

 

Cistos epidermoides não costumam apresentar sintomas típicos da condição além dos nódulos formados sob a pele.

No entanto, é sempre bom considerar que dor, crescimento acelerado do nódulo, inflamação, rompimento espontâneo das paredes e liberação do conteúdo do cisto são sintomas característicos de um processo inflamatório que pode indicar o agravamento do quadro e sugerir a necessidade de submetê-lo à avaliação de especialistas no assunto.

 

 Diagnóstico 

 

O diagnóstico dos cistos epidermoides baseia-se no exame clínico da lesão e dos tecidos subjacentes, na palpação do nódulo e no levantamento do histórico pessoal e familiar de doenças inflamatórias, como a acne, por exemplo. Havendo dúvida, exames de imagem, como a ultrassonografia e a tomografia computadorizada, podem ajudar a esclarecer o diagnóstico. Nesse sentido, a análise anatomopatológica em amostra de tecido retirada da lesão é outro recurso importante.

 

Complicações dos cistos epidermoides

 

São consideradas complicações dos cistos epidermoides, que requerem a avaliação de um especialista:

  1. Inflamação e inchaço, que dificultam a remoção do cisto;
  2. Infecção bacteriana e formação de abscessos;
  3. Ruptura do cisto e extravasamento do conteúdo;
  4. Possibilidade (embora remota) de transformação maligna.

 

Tratamento dos cistos epidermoides

 

Cistos epidermoides de evolução benigna, bastante lenta, quase nunca necessitam de tratamento. Na maioria dos casos, as pessoas procuram atendimento médico impelidas 1) por razões estéticas, 2) para corrigir a localização incômoda de uma lesão ou 3) em virtude da frequência com que as crises se repetem.

Quando preconizado, o tratamento dos cistos epidermoides baseia-se nos seguintes pilares:

  1. Indicação de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor e da inflamação, e de antibióticos na ocorrência de infecção bacteriana;
  2. Incisão e drenagem do cisto para extrair o conteúdo que a cápsula contém e a própria cápsula sem deixar resíduos. O inconveniente dessa técnica, que costuma ser a primeira a ser escolhida, é que a lesão reaparece se cisto e cápsula não forem totalmente removidos;
  3. Pequena cirurgia sob anestesia local que tem a vantagem de impedir que o cisto reapareça no mesmo local e reduz a possibilidade de recidivas.

 

Recomendações

 

  1. Nunca tente livrar-se do nódulo sob a pele por sua conta e risco. Os resultados podem ser desanimadores, uma vez que o contato com o conteúdo infectado do ferimento pode espalhar a infecção pelos tecidos ao redor e aumentar a ocorrência de cicatrizes indesejáveis;
  2. Aplicação de compressas mornas ou quentes age como procedimento anti-inflamatório importante, porque estimulam a dilatação dos ductos e a saída, às vezes espontânea, do conteúdo do cisto;
  3. Embora cistos não causem alterações e possam desaparecer por si só pelo menos parcialmente com o passar do tempo, mesmo assim, é fundamental estar atento às mudanças que possam justificar possível agravamento do quadro e a consulta ao dermatologista.

 

Perguntas frequentes sobre cistos epidermoides

 

Como tratar um cisto epidermoide?

Os cistos epidermoides quase nunca precisam de tratamento. Quando necessário, o tratamento pode incluir medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios para a dor e a inflamação, incisão para extrair o conteúdo do cisto ou uma pequena cirurgia sob anestesia local para remover, também, a cápsula do cisto, impedindo, assim, recidivas.

 

O cisto epidermoide pode aparecer na cabeça?

Sim, os cistos epidérmicos aparecem em geral na cabeça, face, pescoço e tronco e às vezes na região genital.

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