De uns anos para cá, o ácido hialurônico se tornou muito popular quando o assunto é rejuvenescimento da pele.
Se você digitar no Google as palavras “ácido hialurônico” vai se deparar com uma infinidade de produtos de beleza para aplicar na pele, cápsulas para consumo oral, além de endereços de clínicas que fazem a aplicação da forma injetável dessa substância. De uns anos para cá, o ácido hialurônico se tornou muito popular quando o assunto é rejuvenescimento da pele. Seu uso traz benefícios e também exige cuidados para minimizar os riscos.
O ácido hialurônico é uma molécula fabricada pelo nosso corpo e o de outros animais. Serve para manter a hidratação das células que ficam nas camadas mais profundas da pele e também ajuda na sustentação e preenchimento do tecido.
Veja também: Entenda os riscos da intoxicação por cosméticos e saiba o que fazer
Com o passar dos anos, o organismo tende a produzir menos ácido hialurônico, e a pele vai perdendo firmeza e elasticidade. “A gente vai perdendo a capacidade de produção. Conforme a gente vai envelhecendo, produz menos e perde mais”, explica a Elisete Crocco, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Para tentar “driblar” a perda, uma opção é recorrer ao ácido hialurônico sintético, que é um gel estéril que pode ser injetado na pele do rosto, por exemplo, para hidratar, dar volume a áreas mais flácidas e suavizar linhas de expressão. “Imagine como se fosse um pequeno cimento que a gente coloca dentro desses espaços que nos interessam”, ilustra a dermatologista.
Ela explica que o tratamento com a forma injetável do ácido hialurônico é feito em consultório médico e é como se fosse uma cirurgia porque envolve uma série de cuidados com a higienização do paciente, do profissional médico e do ambiente.
A dermatologista fala que, quando o ácido hialurônico é bem aplicado, a pele fica com um aspecto natural. “A ideia é retomar o volume perdido ao longo do envelhecimento cutâneo”, diz.
No entanto, os resultados da aplicação do ácido não são definitivos. Com o tempo, a substância é absorvida pelo corpo. A durabilidade depende do tipo de gel e da parte do rosto onde é aplicado, podendo variar entre 6 e 18 meses.
Injeção, cremes e uso oral
Existe diferença entre o tratamento com a injeção do ácido na pele, com o uso de cremes e produtos com esse ácido e com cápsulas para consumo via oral.
“A molécula em si é diferente. O que se ingere via oral são partículas um pouco maiores e que não têm a mesma capacidade de transformação de um tecido [em relação à forma injetável]”, afirma a dra. Crocco.
“Existem algumas evidências de que isso pode ajudar, mas são estudos que não são muito robustos, amostra pequena, patrocinados”, ressalta a dermatologista.
Dessa forma, o tratamento com a injeção do ácido hialurônico costuma trazer resultados mais visíveis e duradouros se comparado com o tratamento com cremes, produtos e cápsulas.
Contraindicação do uso do ácido hialurônico
Não é toda pessoa que pode se submeter a um tratamento com ácido hialurônico. O produto é contraindicado para mulheres gestantes e pessoas com diagnóstico de doenças autoimunes (como diabetes tipo 1, doença celíaca, psoríase, entre outras).
Também não é recomendado para pessoas com colagenoses (como lúpus, artrite reumatoide e esclerose sistêmica) ou para aquelas que tenham infecções nas áreas a serem tratadas.
Riscos
A dra. Crocco alerta que o uso inadequado desse ácido pode trazer riscos. Por exemplo, se for aplicada uma quantidade além do que é recomendado, o rosto pode ficar desproporcional e até deformado.
Também existe o risco do ácido hialurônico acabar sendo injetado em um vaso sanguíneo, causando uma obstrução vascular, arterial ou venosa. “Isso vai levar a uma área de necrose de tecido, ou seja, de perda de tecido, porque para de chegar sangue na área que aquela artéria tinha responsabilidade de irrigar”, detalha.
A dermatologista também cita que existem perigos relacionados ao uso de produtos não recomendados, ao manuseio incorreto, à má higienização e à contaminação.
Veja também: Peeling de fenol é usado contra rugas e flacidez, mas pode ser perigoso quando feito de forma inadequada
Cuidados com o uso do ácido hialurônico
Para minimizar esses e outros riscos, é importante tomar alguns cuidados. “O procedimento deve ser realizado por um médico da sua confiança, muito bem conceituado, que tenha todo o cuidado, toda a assepsia”, recomenda a especialista.
E após a realização do procedimento, é essencial prestar atenção a como o corpo reage. “Ficar atento a sinais de modificação de coloração, de textura, de irregularidades, calor local, evitando tocar na área [tratada]”, acrescenta.
Sobre a autora: Fabiana Maranhão é jornalista desde 2006 e colabora com o Portal Drauzio Varella. Tem interesse por temas ligados à infância e à adolescência, alimentação saudável e saúde mental.