Butantan anuncia que CoronaVac é 78% eficaz

mão enluvada segurando seringa. AO fundo, lê-se Instituto Butantan, que produzirá CoronaVac

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Publicado em: 7 de janeiro de 2021

Revisado em: 27 de janeiro de 2022

Governo de São Paulo e Butantan anunciam dados sobre a eficácia da CoronaVac.

 

O governo do estado de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram na tarde de hoje (7/1/21) dados a respeito da eficácia da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Butatan.

O governador João Doria afirmou que começará a vacinar os grupos prioritários no estado de São Paulo em 25 de janeiro.

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Segundo o diretor do Instituto Dimas Covas, o estudo foi realizado pelo Butantan em parceria com 16 centros clínicos do Brasil, localizados em oito estados, e acompanhado por organismos internacionais de saúde.

O estudo foi conduzido com 12.476 profissionais de saúde da linha de frente do enfrentamento à pandemia de covid-19, o que, de acordo com Covas, o torna ainda mais relevante que os das outras vacinas, pois os voluntários se expuseram mais ao vírus e tiveram um risco muito maior de infecção, já que cuidaram diretamente de pacientes com o vírus.

Das pessoas que receberam a vacina, nenhuma desenvolveu quadro grave ou moderado de covid-19 e nenhuma precisou de internação hospitalar. Isso reduziria o número de mortes, que chegou a 200 mil hoje, e desafogaria os sistemas de saúde público e privado.

Já a eficácia da vacina foi de 78% para casos leves. Isso significa que entre os vacinados, houve uma redução de 78% no risco de ter doença leve. É um resultado animador, conforme especialistas consultados pelo Portal Drauzio Varella, ainda mais se considerarmos que o Butatan está produzindo a vacina no Brasil e não haveria a necessidade de importação, barateando o preço e facilitando a logística.

“O fato é que a CoronaVac é eficaz. Agora, precisamos garantir a efetividade em todo o processo, desde a produção até a aplicação no braço. E infinitamente mais eficiente (custo-efetividade) do que a vacina da BioNTech-Pfizer”, afirma Paulo Lotufo, epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP.

Lotufo se refere ao fato de que, além de ter de ser exportada, a vacina da Pfizer precisa ser armazenada a -70 graus Celsius, o que dificultaria sua incorporação ao Plano Nacional de Vacinação.

Na coletiva de hoje, no entanto, não foram divulgados dados detalhados do estudo, o que impede análises mais aprofundadas. Sem o detalhamento dos números, pesquisadores e cientistas assumem posição de cautela, embora ressaltem que as notícias divulgadas hoje foram positivas. “Vejo o anúncio com otimismo, principalmente pelo fato de a vacina prevenir doenças graves e hospitalizados. Mas faltou anunciar o desfecho principal – desfecho primário – do estudo, que seria a eficácia em prevenir doença. Precisamos dessa informação não somente para que fique clara a proteção oferecida pela vacina, mas também para planejar campanhas de vacinação”, explica a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, em Washington.

À tarde, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello anunciou que incorporará 100 milhões de doses da CononaVac às vacinas oferecidas pelo país, que deverá contar com as vacinas da AstraZeneca/Fiocruz, da Pfizer e da Moderna, até o momento. O governador João Doria afirmou que enviará o pedido de autorização para uso emergencial para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) amanhã. Pazuello disse, ainda, que a vacinação no Brasil deverá começar entre 20 de janeiro e começo de março.

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