Síndrome vasovagal precisa de cuidados frequentes, mas é possível prevenir


Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Cardiovascular

Causadora de desmaios repentinos, a síndrome (ou síncope) vasovagal é a perda abrupta da consciência devido à diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro e no coração.

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Publicado em: 28 de setembro de 2022

Revisado em: 18 de dezembro de 2022

Causadora de desmaios repentinos, a síndrome (ou síncope) vasovagal é a perda abrupta da consciência devido à diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro e no coração. 

 

A síndrome vasovagal se manifesta quando há diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos por ação do nervo vago, localizado na nuca. Como consequência, o cérebro realiza uma espécie de desligamento do corpo como forma de proteção do organismo. 

É por isso que pessoas que sofrem desmaios repentinos decorrentes da síncope se recuperam imediatamente ou em poucos minutos, como se o organismo fosse “religado” à tomada, e o cérebro voltasse a controlar corretamente o corpo. 

‘’Isso acontece por conta de uma hiperexcitação do nervo vagal (nervo vago), que controla o metabolismo do corpo, a frequência cardíaca, a pressão e o quanto você mantém os seus vasos periféricos dilatados ou comprimidos’’, explica o clínico-geral especializado em medicina do exercício e do esporte Roberto Bizaco.


Sintomas

Os sintomas mais comuns podem surgir de duas formas:

1) A pré-síncope: quando a pessoa sente a pressão mais baixa, além de tontura e mal-estar, e com isso ela tem tempo para conseguir se deitar até a sensação ruim passar;

2) E a própria síncope: quando a pessoa desmaia repentinamente e pode acabar se machucando com a queda. 

Além disso, a síndrome vasovagal pode ser desencadeada devido a estresse, má alimentação, movimentos bruscos do corpo, jejum prolongado, exposição a ambientes fechados ou com aglomeração, muitas horas em pé, calor em excesso e falta de exercícios físicos. 

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Quem pode desenvolver a síncope?

Qualquer pessoa pode desenvolver a síndrome vasovagal, mas mulheres jovens e idosos são os grupos com mais predisposição, principalmente por conta das mudanças hormonais pelas quais passam. Assim, é indicado que o acompanhamento e os cuidados sejam redobrados nessas fases, para evitar que novos problemas surjam.

O diagnóstico da síndrome vasovagal é feito por exclusão de outros sintomas. Dessa forma, é realizada uma extensa anamnese para obter o maior número possível de informações sobre o paciente, além de exames de rotina, cardiológicos e neurológicos para descartar outras possibilidades.

‘’Quando o paciente chega com queixas de desmaios, a gente tem que procurar outras causas que podem definir alguma doença, como arritmias cardíacas, problema cardiovascular ou alguma alteração cerebral’’, acrescenta Bizaco. Por fim, o fechamento do diagnóstico é, em sua maior parte, clínico e comportamental, com base nos relatos da anamnese. 


Existe tratamento?

Não existe um tratamento específico para a síncope, mas existem alguns recursos preventivos que ajudam a evitar que os desmaios aconteçam. São eles: 

  • Manter uma boa hidratação, de forma que a urina fique clarinha durante o dia;
  • Ter uma alimentação equilibrada e saudável: não fazer jejuns prolongados e nem comer acima do necessário;
  • Respeitar o peso corporal adequado ao seu organismo;
  • Incluir atividades físicas leves na rotina, como alongamentos;
  • Evitar ficar muitas horas em pé;
  • Usar roupas leves no calor;
  • Manter uma rotina de sono adequada.

Em casos específicos, em que o paciente tem diagnóstico de outras síndromes, transtornos ou doenças, pode ser indicado o tratamento medicamentoso, mas sempre com o respaldo da equipe multidisciplinar que estiver acompanhando o caso, normalmente composta por clínico-geral, cardiologista e neurologista.

Mesmo com as medidas preventivas, fatores sociais, emocionais e psicológicos também podem contribuir para que um quadro de síndrome vasovagal agrave, por isso o acompanhamento médico deve ser periódico.

‘’Se a pessoa vive em uma condição de estresse maior, em que os inibidores não são tão potentes, ela pode ter desmaios frequentes mesmo mantendo os níveis de hidratação, nutrição e sono adequados’’, conclui Roberto Bizaco.

 

Sobre a autora: Gabriella Zavarizzi é jornalista especializada em conteúdos digitais. Tem interesse em assuntos relacionados a neurociências, saúde mental, autismo, TDAH e primeira infância.

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