Os sarcomas de pele, um tipo de câncer de pele, são extremamente raros e devem ser indicativos de diagnóstico diferencial de lesões de pele que não cicatrizam e crescem de maneira rápida.
Quando notamos uma pinta de aspecto duvidoso e formato irregular em alguma região do corpo, automaticamente ligamos o sinal de alerta para um tumor de pele. Isso não acontece à toa, visto que o câncer de pele é um dos mais incidentes na população brasileira e está diretamente relacionado à exposição solar.
Entretanto, os sarcomas também podem atingir a região do rosto e confundir muita gente na hora do diagnóstico, inclusive médicos, já que a sua incidência não é tão frequente assim.
Foi o que aconteceu recentemente com a empresária maranhense Juliana Vilela, que foi para o médico tratar o que parecia ser uma pinta ou uma espinha.
Ela chegou a fazer vários procedimentos para tratar o problema, inclusive uma cauterização, mas a ferida não cicatrizava e aumentava cada vez mais. Com mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais, a empresária passou a compartilhar a rotina de exames e desafios até encontrar o diagnóstico que só chegou seis meses depois, em um centro especializado em São Paulo: a pinta na verdade era um sarcoma de pele.
“Os sarcomas de pele são extremamente raros, mais frequentes em jovens e devem ser indicativos de diagnóstico diferencial de lesões de pele que não cicatrizam, crescem de maneira rápida e feridas que sangram, como o caso em questão. Mas é preciso investigar, pois doenças infecciosas como a leishmaniose cutânea ou infecções fúngicas mais raras também podem se manifestar da mesma forma”, explica o dr. Thiago Assunção, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).
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Tratamento dos sarcomas de pele
Após o diagnóstico, a empresária fez uma cirurgia para remover toda a região do nariz afetada pelo tumor. Ela ainda realizou mais cirurgias de enxerto de pele no nariz, após retirar a pele da testa para reconstruir a região afetada pelo tumor.
“O tratamento dos sarcomas de pele é essencialmente cirúrgico e deve ser realizado por profissionais experientes, pois demandam retalhos ou enxertos de pele para garantir que o tumor seja retirado com margens livres. O papel de quimio e radioterapia é secundário, uma vez que, em geral, esses cânceres não respondem bem ao tratamento quimioterápico”, diz o oncologista.
Em abril deste ano, a empresária fará mais uma cirurgia reparadora. Depois, permanecerá indo a São Paulo de três em três meses para continuar o tratamento, até completar dois anos.
O dr. Assunção reforça ainda que o caso da jovem chama a atenção para a necessidade de avaliação criteriosa pelo médico dermatologista, perante lesões de pele que não cicatrizam ou crescem rapidamente.
“O diagnóstico precoce é essencial para que tenhamos maior chance de cura e é fundamental para que se evite cirurgias muitas vezes mutilantes, sobretudo em áreas sensíveis, como o nariz e lábios”, finaliza o médico.